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Crítica | Doctor Who – 11X07: Kerblam!

por Luiz Santiago
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Lua de Kandoka, ano +135. A Doutora recebe uma encomenda através do famoso sistema delivery de Kerblam!, um Fez que vem com um misterioso pedido de ajuda no cartão. Na Central de Distribuição, a Time Lady e seus companheiros encontram um componente produtivo praticamente dominado por robôs, com apenas 10% de humanos como força de trabalho. Todavia, algo parece estar errado e os viajantes da TARDIS estão dando um tiro no escuro, procurando a origem dos problemas e o que pode ter gerado o tal pedido de socorro que a Doutora recebeu.

Pela primeira vez nessa 11ª Temporada eu senti que havia uma conexão ou flertes mais firmes com momentos anteriores da série, tanto da Era Clássica (o arco The Greatest Show in the Galaxy, mais especificamente) quanto da Nova Série, com uma citação que nos remete a The Unicorn and the Wasp, o episódio com Agatha Christie. E em essência, esse sétimo capítulo teve alguma semelhança de abordagem com The Tsuranga Conundrum, mas com um problema maior na hora de finalizar a saga ou localizar o vilão nesse ambiente, pois que o roteiro se divide um pouco entre a sabotagem industrial e algumas questões trabalhistas (como a substituição do homem pela máquina) que se tornam um tantinho mais complexas quando analisadas soba  luz de um sistema inteligente e onde o fator humano é, na verdade, o grande perigo.

O roteirista Pete McTighe é fã de Doctor Who desde criança e teve aqui a oportunidade de trazer a sua contribuição para a série, criando um episódio que adiciona questões de trabalho, uma crônica de “socorro improvável” protagonizada pela Doutora e uma questão que pode gerar boas conversas sobre a tal da “robofobia“, já que a Senhora do Tempo levanta a questão aqui (com um pouco de The Robots of Death), nas entrelinhas, nos fazendo lembrar de seus amigos robôs ao longo do tempo: K9, Kamelion e Handles.

Durante a primeira metade do episódio, tanto o texto de McTighe quanto a direção de Jennifer Perrott conseguiram manter um bom ritmo de suspense, com a diretora usando algumas de suas técnicas já mostradas em Tsuranga Conundrum. A apresentação do pessoal de Recursos Humanos, no entanto, fica perdida em meio ao plano maior. Não que Jarva (Callum Dixon) e Judy (Julie Hesmondhalgh) sejam personagens ruins, muito pelo contrário. Ocorre que eles representam um “outro lado” dessa Lua de Kandoka que o espectador realmente não está interessado em se aprofundar. A presença de Judy, no início, veio mais como uma ponte do que a criação de algo que faz com que nós almejemos a sua presença no desenrolar do capítulo. À medida que o tempo passa, nos acostumamos com ela só que muito mais pela excelente atuação de Hesmondhalgh do que pela relevância de Judy como RH daquela grande empresa.

Para os espectadores que estavam reclamando que “não havia ameaça suficiente” ou “não havia uma ameaça alienígena e a série precisa urgentemente disso” (duas afirmações das quais discordo veementemente) Kerblam! parece ter trazido a morte da lombriga. O bom de um capítulo assim, mesmo que uma parte de seu desenvolvimento e finalização não sejam tão boas (o discurso final de Charlie é um exemplo disso, começando muitíssimo bem — quando visto sob o prisma de comentário político –, mas terminando de maneira… imprecisa, como se tivesse desistido de sustentar a mesma ideia), os acertos ainda se mantêm em alta, apesar daquela cena final na TARDIS (eu realmente achei aquilo desnecessário, poderia ser cortado sem dó). De uma estranha forma, esse capítulo me pareceu o mais “similar ao básico da série”, o primeiro, em sete, que me faz sentir assim em um bom tempo. Uma boa história com alguns tropeços e um assunto que a gente precisa urgentemente saber como lidar.

Doctor Who – 11X07: Kerblam! (Reino Unido, 18 de novembro de 2018)
Direção: Jennifer Perrott
Roteiro: Pete McTighe
Elenco: Jodie Whittaker, Bradley Walsh, Tosin Cole, Mandip Gill, Callum Dixon, Leo Flanagan, Matthew Gravelle, Julie Hesmondhalgh, Claudia Jessie, Lee Mack
Duração: 48 min.

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