Home TVEpisódio Crítica | Dexter: Pecado Original – 1X05: F de Fodeu

Crítica | Dexter: Pecado Original – 1X05: F de Fodeu

Os pecados do pai.

por Ritter Fan
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  • spoilers desse episódio e dos anteriores. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios e de todo o nosso material da franquia.
  • Por favor, evitem spoilers de episódios que ainda não foram ao ar oficialmente no Brasil pelo Paramount+. 

Começando exatamente do ponto em que Só um Arranhãozinho Parou, ou seja, com Mad Dog morto depois de ser atropelado quando em fuga desesperada de Dexter, vemos o serial killer em treinamento livrar-se de todas as provas contra ele em 12 minutos, a tempo de a polícia chegar, fazer uma verificação amadora com ele ali escondido no aposento, e tudo ser resolvido como obviamente seria, em um passe de mágica, já que ainda é muito cedo para começar a criar problemas dessa natureza para o protagonista, mesmo considerando que tudo o que ocorreu foi resultado de suas atitudes irresponsáveis em combinação com seu pai dando-lhe carta branca para agir mesmo quando tudo obviamente indicava que ele deveria ter impedido o filho de seguir em frente. A única consequência para Dexter foi ele ficar de “castigo” em casa, sem poder sair sequer para trabalhar.

E, em sua prisão domiciliar, ele acaba comendo seis brownies carregados de maconha que Deb havia preparado sei lá como, levando a uma simpática sequência entre irmãos que marca o primeiro momento de interação genuinamente fraternal e, claro, a primeira vez que vemos Dexter relaxado de verdade, a ponto de ser até levemente perigoso pelo que ele arrisca dizer para a irmã. No entanto, novamente, tudo fica no campo das possibilidades, pois Pecado Original simplesmente está preso pelas circunstâncias de sua própria existência como prelúdio da série original, não podendo, sem arriscar atrair a ir de seus fãs, mudar muita coisa na história que já foi posta ao longo de oito temporadas. Que eu me lembre, até agora (mas posso estar enganado), a única tentativa de alterar o passado foi no início da temporada quando, no flashback para os anos 80, vemos o primeiro filho de Harry com Doris morrer afogado na piscina do casal, algo que trouxe drama pesado para o personagem de Christian Slater, mas nada que realmente altere a mitologia.

Em F de Fodeu, cuja tradução para o português ficou ruim, pois o fuck up do título original significa, no contexto, “erro grosseiro” ou algo do gênero, fazendo referência tanto ao erro de Dexter em lidar com Mad Dog de maneira atabalhoada quanto, principalmente, o de Harry ao ser pego de calças curtas em seu depoimento no caso do assassino Levi Reed (Jeff Daniel Phillips), sendo obrigado a confirmar que escondeu provas, algo semelhante à morte do primeiro filho de Harry é feito: a primeira vez que Dexter usa o sedativo etorfina em uma vítima é no próprio pai, em um momento sem dúvida inspirado, mas que, na prática, não muda a vida de ninguém. Sim, eu sei que é mais um passo dado nesse aprendizado de Dexter sobre como ser um serial killer limpinho, organizado e eficiente, mas é justamente por isso que não há muita graça nisso. Para que mesmo queremos saber que ele teve essa ideia a partir do vício de sua chefe em corridas de cavalo? Para que mesmo queremos ver a primeira vez que ele testou a droga e convenceu seu pai, com isso, a deixá-lo mais solto?

Tudo o que vemos, em Pecado Original, são preenchimentos de lacunas que, se realmente formos sinceros, concordaremos que jamais consideramos como lacunas. Na verdade, nunca sequer enxergarmos que “faltava” algo, até porque não faltava. A série original, com seus flashbacks para Harry ensinando o ainda mais jovem Dexter a controlar e direcionar seus impulsos homicidas, já havia trazido tudo o que era necessário para compreendermos tudo. Até bem mais do que o necessário, sendo sincero. O que vemos, agora, nada mais é do que criações artificiais de lacunas para a série se justifique. E sim, gostei muito que Dexter usou o opioide em Harry tanto para impedi-lo de fazer outro e muito maior fuck up, como para mostrar, de uma vez por todas, que ele está pronto para o que der e vier, ainda que eu não sei se aprecio o que ficou mais do que nas entrelinhas aqui, ou seja, que Harry usará Dexter como seu instrumento de “justiça”.

Pelo menos o roteiro tentou algo novo, mesmo que tímido e pelo menos Deb vem ganhando mais atenção e contexto, criando toda uma história paralela de “filha rejeitada” que se envolve em um relacionamento que, apesar de ainda não haver pistas diretas, provavelmente a levará a ter problemas. E sim, tenho certeza de que os cinco próximos episódios continuarão a trazer perguntas que nunca ninguém perguntou para, então, graciosamente, oferecer respostas, mas a única que eu estou realmente interessado em saber é como exatamente o caso do menino sequestrado – e agora assassinado – vai convergir com Harry, Dexter e os demais personagens.

Dexter: Pecado Original – 1X05: F de Fodeu (Dexter: Original Sin – 1X05: F Is for Fuck Up – EUA, 03 de janeiro de 2025)
Data de exibição no Brasil:
10 de janeiro de 2025
Desenvolvimento: Clyde Phillips (baseado na série desenvolvida por James Manos Jr. e na obra de Jeff Lindsay)
Direção: Michael Lehmann
Roteiro: Alexandra Franklin, Marc Muszynski
Elenco: Patrick Gibson, Christian Slater, Molly Brown, Christina Milian, James Martinez, Alex Shimizu, Reno Wilson, Patrick Dempsey, Michael C. Hall, Sarah Michelle Gellar, Brittany Allen, Isaac Gonzalez Rossi, Jeff Daniel Phillips, Jasper Lewis
Duração: 52 min.

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