Vocês que assistiram ao vídeo que eu gravei com minha amiga Cida Azevedo, Leio e Recomendo: Histórias em Quadrinhos, perceberam o quanto falei em altíssima conta dessa maravilha cruel e real chamada Desconstruindo Una. A obra é uma preciosidade tanto na arte, que é plural e dialoga com diversas mídias visuais e tem uma diagramação inteligente e interativa; quanto no texto, que é duro, cru e entrelaça biografia, jornalismo, diário, quadrinhos de cotidiano e História. A sinopse oficial da obra é a seguinte.
West Yorkshire, 1977. Um assassino em série está aterrorizando o condado inglês, e a polícia encontra dificuldade em resolver o caso – mesmo tendo interrogado o assassino (sem o saber) nada menos que nove vezes.
Enquanto a história se desenvolve ao seu redor, Una, então com 12 anos, vivencia uma série de atos violentos, pelos quais se culpa.
Por meio de um entrelace de imagem e texto, Desconstruindo Una examina o significado de se crescer em meio a uma cultura na qual a violência masculina não é punida ou questionada. Com uma retrospectiva de sua vida, Una explora sua experiência e se pergunta se algo realmente mudou, desafiando a cultura que exige que as vítimas de violência paguem por ela.
Aproveitando o mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher (dia 8) a Cida fará no seu canal Compartilivros uma série de postagens sobre autoras e obras que destacam questões femininas e ela começou essa jornada por Desconstruindo Una. Segue abaixo a crítica da obra e o convite para discutir e repensar uma série de pautas que esse quadrinho nos propõe.
Desconstruindo Una (Becoming Unbecoming) — Reino Unido, 2015
Roteiro: Una
Arte: Una
No Brasil: Editora Nemo, 2016
Tradução: Carol Christo
206 páginas