Carlos Santana, um dos maiores nomes da música mexicana e da música latina. Um dos maiores guitarristas que já existiu, merece esse título por conseguir ser mais melódico que a maioria, ouso dizer que poucos conseguem ser tão bons nesse lado. Santana consegue fazer uma música que mescla rock, blues e, sobretudo, a música latina. Seus primeiros discos são sensacionais, sabem variar muito bem entre esses estilos. No entanto, com o passar dos anos, o artista preferiu enveredar quase que somente pela música latina e lançou uma de suas maiores obras, Sobrenatural, disco que possui clássicos como Smooth. Agora, em 2014, Santana resolve fazer uma obra parecida, mas muito falha. Esse é Corazón, seu mais novo álbum.
Se você é fã somente do Santana da década de 70, quando ele fazia álbuns quase que somente instrumentais, vai odiar o disco mais do que ele merece ser odiado. Possui participações especiais em praticamente todas as faixas, muitas delas de artistas latinos.
A primeira faixa pega os ouvintes de surpresa. A participação? Samuel Rosa, do Skank. A faixa é a clássica Saideira, eternizada pelo grupo brasileiro, agora em versão em espanhol. Sem dúvidas a melhor do disco, consegue pegar o melhor da música latina, dando brechas excelentes para os solos do guitarrista.
O guitarrista é responsável por salvar o disco, suas melodias ao fundo e seus solos são os destaques, não há falhas nesse quesito. No entanto, esse era o mínimo que se esperava de Santana, o resto que se vê são melodias extremamente falhas, repetitivas, péssimos refrões e composições pouco inspiradas. Mal Bicho, La Flaca e Oye (com participação do popular rapper Pitbull) exemplificam isso.
Una Noche en Nápoles parece música de novela mexicana da pior qualidade, nem os solos de tango do artista são suficientes para salvá-la. Entretanto, faixas como Besos e Lejos e Indie fazem os momentos altos do disco, sabem mostrar o melhor lado da música latina e toda a técnica do guitarrista, que possui destaque especial nelas.
Ainda que o disco tenha inúmeras faixas ruins, há algumas obras-primas como I See Your Face, que fecha o disco. Uma canção tão simples e tão profunda. Santana mostra a característica que permitiu sua grande popularidade: saber ser melódico. A faixa tem clima quase natalino.
Corazón tenta se aproxima de Sobrenatural, mas, infelizmente, falha nesse processo, soando mais comercial do que devia. Não leve a mal, não é um álbum ruim, se divide em faixas boas e medianas, mas está longe da verdadeira qualidade do guitarrista mexicano que revolucionou a música latina.
Corazón
Artista: Santana
País: gravado nos EUA
Gravadora: RCA, Sony
Lancamento: 6 de maio de 2014
Estilo: Música Latina, rock