Número de temporadas: 31 (até a publicação desta crítica, em março de 2023)
Número de episódios: 1076 (contagem japonesa, até a publicação desta crítica, em março de 2023)
Período de exibição: A partir de 8 de janeiro de 1996
Há continuação ou reboot?: Sim. Existem OVAs, filmes, especiais de TV e um spin-off dessa série.
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Criado por Gosho Aoyama, o mangá Case Closed (também conhecido pelo nome de Detective Conan) começou a ser publicado no Japão em 19 de janeiro de 1994, acompanhando os casos do detetive Shinichi Kudo, um estudante do Ensino Médio que, já no primeiro volume da saga (e aqui também, neste episódio de estreia do anime, que estreou em janeiro de 1996) tem o seu corpo transformado no de uma criança. Ele está investigando uma misteriosa organização, representada, nesse primeiro encontro, por dois homens vestidos de preto, e acaba sendo atacado e forçado a tomar um “veneno” que faz o seu corpo regredir a um menininho do Ensino Fundamental, entre 6 e 7 anos.
Essa estreia da 1ª Temporada segue bem de perto dos passos do mangá, fazendo com que Shinichi Kudo, filho de um escritor de mistério e histórias de detetive, resolva um caso de assassinato em uma mansão. O roteiro de Hiroshi Kashiwabara nos faz entender a relação entre Kudo e a polícia japonesa, sem adicionar nenhuma fala contextual, ou algo parecido. O espectador se diverte com a presença desse detetive amador, e a maneira completamente informal, um pouco atrapalhada e cínica (bem condizente com as ações de um jovem de 16 para 17 anos) com que ele faz o seu trabalho. Nesse caso de abertura, que serve para introduzir Juzo Megure, o Inspetor do Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio, e seu “ajudante genial”, um crime é cometido na casa de alguém muito rico, que recebia como convidado o presidente Yamazaki, do Yatsubishi Bank, encontrado morto, com uma bala no coração, em um quarto fechado.
Eu não acho que a resolução do primeiro crime seja particularmente genial, nem nada, mas ela serve bem àquilo que se propõe. Na segunda parte, o público já sabe com quem está lidando. Já entendemos um pouco os métodos de Kudo, e vamos descobrindo outras coisas sobre ele, como o seu amor por livros e sua admiração fanática por Sherlock Holmes. Neste bloco, a atmosfera shōnen, da qual o anime deriva, se faz sentir muito fortemente. Os contatos de Shinichi, sua “perfeição” em praticamente tudo (luta, futebol, dedução, linguagem corporal, etc.) e tudo aquilo que esperamos de animes ambientados em colégios não demoram em aparecer. A direção de Kenji Kodama usa bem os frames estáticos e faz uma boa integração deles com os blocos animados. Alguns espectadores podem achar tudo “parado demais”, mas este não é o meu caso.
É nesta segunda parte do episódio que se encontra a verdadeira intenção dramática de tudo. O assassinato, aqui, ocorre num parque de diversões chamado Tropical Land, e o crime é um verdadeiro absurdo. A decapitação de Kishida é um negócio horrendo (mas não deixa de ser interessante, nesse contexto investigativo), e esse é o crime que acaba colocando Kudo em contato com os Homens de Preto (Men in Black), culminando com sua dominação e “envenenamento etário”.
A maneira como os dois casos são organizados, ao longo do capítulo, serve mais para destacar o protagonista e menos para contar uma grande história ou até mesmo construir um Universo. É com os misteriosos Homens de Pretos que sentimos o roteiro acenar para elementos canônicos futuros, indicando que o encontro noturno com o empresário traficante de armas é apenas a ponta do iceberg. E que a transformação de Shinichi Kudo em criança não será o fim das investigações. A série, desse momento em diante, claramente ganhará uma nova face. Um fator fofura que normalmente não associamos a cenários de suspense, mistérios e investigações detetivescas e policiais.
Case Closed/Detective Conan – 1X01: Roller Coaster Murder Case (ジェットコースター殺人事件 / Jetto Kōsutā Satsujin Jiken) — Japão, 8 de janeiro de 1996
Direção: Kenji Kodama
Roteiro: Hiroshi Kashiwabara (baseado na obra de Gosho Aoyama)
Elenco: Minami Takayama, Kappei Yamaguchi, Wakana Yamazaki, Akira Kamiya, Ken’ichi Ogata, Chafûrin, Wataru Takagi, Ikue Ôtani, Yukiko Iwai, Yukitoshi Hori, Fumihiko Tachiki, Isshin Chiba, Yumi Hikita, Mari Maruta, Shinpachi Tsuji, Takeshi Watabe
28 minutos