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Crítica | Brinquedo Assassino 3

por Filipe Monteiro
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A porteira já havia sido aberta em Brinquedo Assassino 2. Agora o boneco pode morrer à vontade que sempre encontrarão uma maneira de trazê-lo de volta à vida. No segundo filme, Chucky havia sido destruído por Andy e Kyle na fábrica de brinquedos após ter sido fundido em plástico líquido. Oito anos depois, a fábrica novamente em crise, encontra a maneira mais improvável de todas para tentar contorná-la: reproduzir uma nova linha de bonecos Good Guys igual à original. Como fazer isso? Recicla-se todos os antigos bonecos, inclusive o dito cujo fundido em plástico e, a partir daí cria-se outros. Neste novo processo, Chucky volta novamente à vida e segue em sua busca para incorporar um corpo humano.

Assim tem início Brinquedo Assassino 3. Arrisco dizer que este talvez seja o filme com mais furos de roteiro já visto em toda a franquia. A pressa em lançar uma continuação com um intervalo de apenas nove meses entre o segundo longa da série, desagradou aos fãs e agradou muito menos ao roteirista e idealizador Don Mancini. Segundo ele, a pressão dos estúdios era grande e ele acabou escrevendo um filme do qual não se orgulha. Não demoraria para que a Universal Pictures se desse conta de que a corrida pelo lucro não compensou em nada. O saldo de Brinquedo Assassino 3 não chegou nem perto do patamar alcançado pelos seus antecessores, já que o filme investiu 13 milhões e teve um retorno aproximado de 20.

No terceiro longa da série, observamos o que aconteceu com Andy ao longo de oito anos. O garoto, traumatizado com seu passado, levou até ali uma vida instável e desequilibrada, indo de um lar adotivo a outro. Por isso, Andy é enviado à uma academia militar, onde decorre a maior parte a trama. Após matar o dono da fábrica de brinquedos, Chucky consegue rastrear o paradeiro de Andy e encontra um jeito de chegar na academia militar. Lá, o boneco faz sua típica chacina, mas percebe que transferir sua alma para o corpo de Andy não será tão fácil como imaginara. O rapaz já tem alguma experiência em livrar-se de Chucky e não é mais  o garoto inocente visto em Brinquedo Assassino. Chucky encontra, assim, um alvo ainda mais fácil e vulnerável: Tyler, um jovem garoto, ingênuo, carente e impopular. Aí a perseguição começa.

Brinquedo Assassino 3 não consegue interessar e é aí que mora o problema, ao meu ver. A franquia inteira se construiu baseando-se neste princípio, o de despertar o interesse, seja ele pela apreciação, seja diante de uma curiosa bizarrice, ou até mesmo para dar muitas gargalhadas. O terceiro longa não é consistente, por apresentar um roteiro extremamente frágil e atuações bem fracas. Quem, sem dúvida, salva o filme é o boneco Chucky, que mesmo diante de uma maré nada favorável consegue se impor e segurar o espectador até o final. De resto, é tudo a mesma coisa, mas pior. Chucky renasce, mata, vai atrás de Andy, mata pessoas no caminho, encontra Andy, mata mais pessoas, mata um pouco mais, mata, mata, mata, Andy tenta se defender de Chucky, clímax, Andy está quase perdendo até que dá um jeito de destruir o boneco, Chucky morre, mas é só neste filme, pois certamente irá retornar num futuro próximo. Fim.

Brinquedo Assassino 3 (Child’s Play 3 – EUA, 1991)
Direção: 
Jack Bender.
Roteiro: Don Mancini.
Elenco: Justin Whalin, Perrey Reeves, Jeremy Sylvers, Travis Fine, Dean Jacobson e  a voz de Brad Dourif.
Duração: 90 min.

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