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Crítica | Brad Barron – Vol. 2: Fuga de Manhattan

por Luiz Santiago
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Como ficou claro ao final de Não Humanos, primeiro volume dessa série, o espaço de ação para Brad Barron iria se ampliar, ganhar novas camadas. E foi justamente isso que vimos aqui em Fuga de Manhattan, trama muitíssimo precisa em relação ao seu título-objetivo, de modo que o leitor não espera outra coisa além da fuga anunciada, o tempo inteiro temendo o que irá aparecer para impedir o protagonista.

Assim como fizera antes, Tito Faraci foca na grande força do personagem central, mas não facilita as coisas para ele e não permite que o seu entorno seja um lugar por muito tempo convidativo. O tom de suspense que notamos no início do volume, quando o solícito e simpático Ronald leva Barron para os subterrâneos da cidade, imaginamos que uma armadilha está à espreita. Depois dirigimos esse pensamento para Kirkard, este, porém, permanece como uma persona non grata e tenho a impressão de que deve voltar a aparecer na série, com seu poder melhor estabelecido.

De certa forma, essa edição reforça a construção da personalidade de Barron e fala um pouco mais sobre a ocupação dos morbs, ainda segurando o suspense quando se trada do Único, uma espécie de líder-divindade que a casta científica e a casta militar obedecem. A exploração que Barron e o pessoal de patrulha local fazem nas redondezas do subterrâneos, encontrando aqueles humanos-criaturas, me lembrou um pouco a dinâmica de ação em Dampyr, seja no tipo de inimigo encontrado, seja na caraterística do espaço em que essa luta acontece. Uma luta que nos fazer entender mais uma das coisas que esses alienígenas são capazes de fazer e uma parte da história que traz o lado de professor e biólogo de Barron à tona, quando fala do ecossistema trazido pelos invasores e a possibilidade desse ecossistema de fora dominar o da terra.

Tive uma certa estranheza em relação ao desenho de expressões faciais feitos pela artista Anna Lazzarini, mas fora isso, o trabalho da artista é interessante, conseguindo explorar bem a ideia de continuidade com a estrutura um tanto peculiar de Faraci narrar os acontecimentos, especialmente na sequência final.

Aqui, em Fuga de Manhattan, descobrimos algo muito importante para o andamento da série (fugir do domínio geográfico dos morbs); encontramos um núcleo humano com uma dinâmica de líder que nos preocupa desde já, e encerramos o volume com uma nota triste, fraterna e solene. Mais um lamento e uma perda para a longa lista de Brad Barron.

Brad Barron – Vol. 2: Fuga de Manhattan (Fuga da Manhattan) — Itália, junho de 2005
Roteiro: Tito Faraci
Arte: Anna Lazzarini
Capa: Fabio Celoni
Editora original: Sergio Bonelli Editore
No Brasil: Graphite Editora, 2019
96 páginas

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