Número de temporadas: 02
Número de episódios: 12
Período de exibição: 05 de abril de 2021 até 17 de julho de 2022
Há continuação ou reboot?: Não.
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Em regra, nossa coluna do Plano Piloto analisa séries antigas, mas considerando que recentemente escrevi das hilárias Space Ghost de Costa a Costa e Harvey, o Advogado, me pareceu correto analisar o recente spin-off dessas animações, chamado Birdgirl. Como o próprio título indica, o seriado acompanha as aventuras de uma heroína chamada Birdgirl, que em suas horas normais do dia a dia trabalha na companhia do seu pai. Quando ele morre logo no primeiro episódio, a protagonista precisa se tornar a CEO da empresa enquanto concilia o combate ao crime.
Bem menos sério do que a premissa possa indicar, Birdgirl é uma produção extremamente bobinha e sem drama, buscando o humor do non-sense que faz parte de suas “séries-mães”. Praticamente todas as cenas e diálogos do episódio não fazem sentido lógico, empurrando os personagens para situações surrealistas e malucas. Tem cachorro falante, telepata verde e até uma privada que come pessoas (sim, isso mesmo que você leu) só neste piloto.
Alguns desses momentos são divertidinhos pela maneira inusitada, inesperada e até certo ponto irreverente que acontecem, principalmente quando envolvem as trapalhadas da protagonista, mas de maneira geral as piadas são ruins. E isso é estranho, considerando que a animação tem os mesmo criadores de Harvey, o Advogado, mas que aqui vão numa rota mais infantilizada e irritante, faltando algumas das características maduras, subversivas e satíricas que existem nas outras duas séries.
O fato de que Birdgirl, por conta de direitos autorais, não pode utilizar os personagens da Hanna-Barbera certamente tem um efeito negativo na construção do humor do piloto. A paródia é mais da metade da graça tanto em Space Ghost quanto Harvey Birdman. Além disso, diferente das séries da quais é derivada, Birdgirl se aproveita muito pouco da comédia situacional que envolve o seu ambiente de trabalho, uma vez que o talk show de Ghost e o escritório de advocacia de Birdman geram o estopim de grande parte das gargalhadas.
Talvez eu esteja comparando demais, mas Birdgirl falha em capturar a magia tresloucada das outras produções desse “universo”, tampouco consegue criar uma identidade própria. Ainda é possível notar certa criatividade no non-sense da coisa toda, mas falta algo aqui para elevar o material, pelo menos no piloto, é claro. No fim, é possível que meu certo desdém pela comédia mais bobinha que povoa a maioria das animações atuais tenha um certo efeito na minha percepção não muito agradável do primeiro episódio.
Birdgirl – 1X01: Pilot (EUA, 05 de abril de 2021)
Criação: Michael Ouweleen, Erik Richter
Direção: Richard Ferguson-Hull
Roteiro: Michael Ouweleen, Erik Richter
Elenco: Paget Brewster, Rob Delaney, Sonia Denis, Kether Donohue, John Doman, Julie Dove, Negin Farsad, Tony Hale, River L. Ramirez
Duração: 22 min.
