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Crítica | Big Finish Mensal #55: The Twilight Kingdom

A tenebrosa criatura da caverna.

por Luiz Santiago
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Acompanhado de Charley e C’rizz (este último tendo chegado à TARDIS em The Creed of the Kromon), o Doutor caminha por uma selva. O trio não tem um destino específico, apenas está tentando encontrar a nave que o Senhor do Tempo afirma “sentir que está próxima“. Eles estão no planeta Setarus, no Universo Divergente, onde o Doutor e Charlie adentraram em exílio de quarentena, nos momentos finais de Zagreus. A característica dessa estadia de fuga é retomada no texto de Will Shindler em certo ponto da narrativa; e o final, citando Rassilon, deixa claro que muitas feridas abertas anteriormente farão parte da jornada do 8º Doutor nessa realidade, no decorrer das próximas aventuras.

A história tem um aspecto de ficção científica clássica, militarista e exploratória (do tipo “aventura na selva” mesmo), combinação que captura o espectador desde os primeiros minutos. Tal é a força da trama, que no ato final, quando as explicações chegam, temos a mais ingrata sensação de anticlímax. Isso ocorre porque a intensidade do que foi entregue antes era de um nível que exigia respostas, justificativas e destinos menos melodramáticos ou com clichês alinhados a coisas mais interessantes (sim, eu sou do time que acha que clichês podem ser bons recursos narrativos, desde que bem utilizados e acompanhados de uma trama bacana, com sentido geral bem azeitado e marcante coesão narrativa).

O autor não explora muito o personagem de C’rizz nessa aventura. Sua participação ativa tem uma cara bem protocolar, mais como se estivesse cumprindo uma cota de presença no episódio. Se o Doutor e Charley não tivessem uma abordagem tão boa e tão sólida (como deveriam!), essa linha relacionada a C’rizz não se tornaria tão evidente, mas é um fato que o roteiro dá mais atenção à dupla principal e deixa o novo companion como um acessório, o que irrita um pouco, mas, para ser sincero, não é algo que chega a derrubar a qualidade do episódio. O que de fato faz com que a gente tenha uma visão menos positiva diante do todo é o encaminhamento do escritor para a revelação da criatura na caverna, com suas mega habilidades psíquicas e dominação dos corpos das pessoas… e como ela é vencida pelo Time Lord.

Prévia desenhada por Martin Geraghty na DWM #341.

Quando chegamos ao ato final, as inimizades entre alguns militares (especialmente o infame Major Koth), a inexplicável e suspeita guerra em andamento, as mortes misteriosas e as mudanças radicais da natureza ao redor (como a transformação da água do rio em ácido) são pisoteadas por uma visão extremamente emotiva no encerramento dos arcos individuais e da explanação sobre o vilão, fazendo a saga descer alguns degraus de qualidade justamente no momento clímax. Nos minutos finais, porém, o tom de seriedade volta e o Doutor e seus companheiros recebem um convite que não podem recusar, passando de um território a outro, aguardando o que está por vir. Uma coisa é certa: o Senhor do Tempo não está contente com as chantagens e as problemáticas desse Universo. Ele está reagindo cada vez mais sem paciência. Até o final dessa estadia, a personalidade do 8º Doutor pode sofrer consideráveis mudanças, mesmo que temporárias.

Big Finish Mensal #55: The Twilight Kingdom (Reino Unido, 11 de março de 2004)
Direção: Gary Russell
Roteiro: Will Shindler
Elenco: Paul McGann, India Fisher, Conrad Westmaas, Michael Keating, Alan Rothwell, Ann Carus-Wilson, Dale Ibbetson, Jeremy James, Vivien Parry, Alison Sterling, Nicholas Briggs, Stephen Fewell, Gary Russell, Stephen Perring
Duração: 120 min.

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