Equipe: 6º Doutor, Evelyn
Espaço: Baquerizo Moreno, Ilhas Galápagos
Tempo: 19 de setembro de 1835
Uma aventura relativamente histórica do 6º Doutor e Evelyn (essa dupla é maravilhosa!), que chegam às Ilhas Galápagos no momento em que um jovem chamado Charles Darwin está fazendo suas pesquisas no local. Inicialmente bem recebidos, eles vão conhecendo a rica fauna de uma das ilhas do arquipélago e em pouco tempo entram em contato com a notícia de desaparecimento e prisões arbitrárias de diversas pessoas. Então o Doutor reencontra os Silurians, que nesta específica parte o mundo não tem noção de que outras câmaras e locais de estabelecimento de sua antiga sociedade ainda dormem, esperando o momento certo para acordar.
Só o fato de ter Darwin em cena discutindo elementos de sua teoria, considerando o impasse de suas propostas, pesquisas e descobertas com a visão religiosa imperante e, principalmente, estabelecendo critérios rígidos para classificação e avanço de sua ciência já valeria a história. Aliado a esse problema, temos a civilização dos Silurians novamente mostrada em seu viés de conflito entre os que não apoiam o extermínio da humanidade (na verdade não é no plural, trata-se de apenas um Silurian), as comparações que podemos fazer disso e o comportamento dos humanos contra qualquer coisa que considere estranha e da qual tenha medo. Há muita coisa em jogo nas entrelinhas dessa aventura.
Para uma historiadora, até que Evelyn se comportou muito bem. Ela não sugeriu nada a Darwin e nem atropelou momentos da História que ainda estava para acontecer, apenas fez perguntas, deixou o naturalista falando a respeito do seu trabalho enquanto genuinamente aprendia coisas novas sobre o processo de descobertas dele. Quando os Silurinas cruzam com esse bloco da trama, novas formas de olhar a evolução – e principalmente, a do homem – aparecem. Este é um dos arcos que certamente irá ofender (ou não? Penso que os mais centrados, não) os ouvintes criacionistas. A história é boa, sugere algumas respostas para eventos relacionados a Darwin e tem uma ótima produção técnica. A colocação de uma nativa gritando por qualquer coisa talvez seja a parte mais chatinha da história, mas isso é facilmente superado diante de todo o resto.
Bloodtide (Reino Unido, julho de 2001)
Direção: Gary Russell
Roteiro: Jonathan Morris
Elenco: Colin Baker, Maggie Stables, Daniel Hogarth, Helen Goldwyn, Julian Harries, Jez Fielder, Jane Goddard, Miles Richardson, George Telfer, Jez Fielder