Equipe: 5º Doutor, 6º Doutor, 7º Doutor
Espaço-tempo: Capitólio de Gallifrey (os três Doutores) / Submarino alemão U-20, Oceano Atlântico, 7 de maio de 1915, (segmento do 5º Doutor) / Planeta não nomeado, 3562 (segmento do 7º Doutor).
A série mensal de Doctor Who na Big Finish é conhecida como Doctor Who Main Range ou Doctor Who Monthly Releases ou Big Finish Mensal ou ainda, Doctor Who Mensal: Big Finish e traz, como o próprio nome diz, audiodramas mensais e inéditos com algum Doutor e algum companion. Não há nenhuma critério — fora a agenda dos atores — que defina qual Doutor deverá aparecer na aventura seguinte.
Dessas publicações mensais excluem-se qualquer aventura não protagonizada por um Doutor (ou seja, todos os spin-offs de DW na Big Finish) e as séries temáticas ou destinadas a um Doutor específico, como The Lost Stories, The Companion Chronicles, The New Eighth Doctor Adventures ou The Fourth Doctor Adventures. Também não incluímos na série mensal as publicações Especiais como The Light at the End ou Destiny of the Doctors, por exemplo. Ou ainda, as aventuras gravadas para acompanharem a Doctor Who Magazine. Cada uma dessas séries possuem classificação específica.
A Doctor Who Mensal começou a ser publicada em julho de 1999, e não tinha a nomenclatura de mensal à época. Sua edição #01, The Sirens of Time, um episódio protagonizados pelos Doutores 5, 6 e 7, foi um sucesso tremendo (não pela qualidade, porque a massa whovian não gosta muito do episódio, mas pela promessa que fazia surgir no horizonte), o que impulsionou a Big Finish a tornar Doctor Who o foco principal de suas produções em áudio (embora não seja o único, é o mais vendido e o que mais possui spin-offs, séries temáticas e lançamentos especiais na produtora).
Aqui começa toda a longa jornada da Big Finish em sua série principal de DW e devo dizer que este primeiro passo é ambicioso demais para o momento de estruturação que a produtora vivia. Com roteiro de Nicholas Briggs, a trama nos apresenta uma série de eventos organizados de maneira confusa, com personagens (como a cigana ou bruxa do início) que, de repente, somem de cena e sequer são explicados depois ou durante a história. Junte-se a isso o fato de a história ser dividida em alguns segmentos, do Capitólio de Gallifrey a um submarino alemão em plena I Guerra Mundial, uma TARDIS que tranca o 5º Doutor para fora e o separa de Turlough e Tegan, e, para mostrar que a trama também tem algo bom, a participação quase divina de Colin Baker na história, sensacional da primeira à última sílaba que pronuncia.
A ameaça aqui é direta a Gallifrey, e coloca em cena um inimigo difícil de ser percebido ou preso no início. Há todo um jogo de “captura” dos Doutores e algumas revelações que são interessantes a partir do terceiro capítulo. A fábrica do espaço-tempo ameaçada e três Doutores diferentes com problemas em três distintas linhas temporais são os pontos críticos da história, que distende um pouco a tensão quando os Time Lords se encontram e unem forças para enfrentar o inimigo. Também há momentos engraçados e de piadas internas com encarnações que sempre são interessantes em Doctor Who.
Com citações a aventuras passadas e diante de uma ameaça temporal de peso, The Sirens of Time é um bom começo para uma série, mas não é nem de perto aquilo que as produções da Big Finish ou suas melhores histórias iriam se tornar. Funciona como abertura e diverte o espectador, mas está longe de ser uma grande história.
The Sirens of Time (Reino Unido, julho, 1999)
Direção: Nicholas Briggs
Roteiro: Nicholas Briggs
Elenco: Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy, Andrew Fettes, Anthony Keetch, Michael Wade, Sarah Mowat, Maggie Stables, Colin McIntyre, John Wadmore, Mark Gatiss, Nicholas Briggs, Nicholas Pegg
Duração: 4 episódios de 30 min.