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Crítica | Better Call Saul: Los Pollos Hermanos Employee Training

Em prol de um ambiente seguro, produtivo e feliz...

por Ritter Fan
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As webséries derivadas de Better Call Saul tiveram relativamente pouca divulgação pela AMC, apesar de duas delas – esta que é objeto da presente crítica e Ethics Training with Kim Wexler – terem levado o Emmy de série em formato curto de comédia ou drama, com a terceira só não tendo concorrido por tecnicalidades. E é uma pena, pois a estratégia adotada pela produtora a partir da terceira temporada da série é simples, mas inteligente, gerando material extra que funciona como rápido entretenimento televisivo de qualidade, ainda que, também espertamente, não sejam essenciais para  a série principal em si.

A primeira das até agora três webséries foi Los Pollos Hermanos Employee Training que, em 10 curtos episódios de algo como um minuto e 45 segundos cada, coloca o ameaçadoramente simpático Gustavo “Gus” Fring, de Giancarlo Esposito, apresentando vídeos que formam o programa de treinamento dos funcionários de sua cadeia de lojas de fast-food Los Pollos Hermanos, mera fachada, claro, para seu lucrativo negócio verdadeiro. A estrutura é simples e objetiva e segue mesmo o estilo de vídeos de treinamento dessa natureza, só que bem mais curtos, claro, e cheio de referências jocosas, ainda que uma ou duas nem tanto, à Better Call Saul e, naturalmente, Breaking Bad. Há o uso de Gus em primeiro plano normalmente introduzindo o assunto que é, então, seguido por animações que ilustram o que ele continua narrando em off, com um acabamento geral mais para o rudimentar ou, talvez melhor afirmando, “caseiro” ou pelo menos feito com orçamento apertado como seria mesmo na realidade.

Esposito parece se divertir demais explicando a seus funcionários em treinamento coisas que ele preza muito como “comunicação”, “limpeza”, “serviço ao cliente”, “código de conduta”, “sustentabilidade”, “resolução de conflitos” e “situações de emergência”, esta última incluindo uma breve sequência de animação que dá vergonha de rir, mas que é inevitável em assim fazer: Jane, acompanhada de Jesse, começa a sufocar-se com um pedaço de frango e Gus vem ao seu resgate fazer a manobra de Heimlich. Educativo, realista, hilário e… perverso, lógico, como não poderia ser diferente considerando o apresentador/narrador. A imersão em todo o conceito de um curso de treinamento de funcionários é perfeito, vale frisar, com pistas visuais e verbais “quebrando” os momentos com ameaças veladas – e não tão veladas assim – vindo de Gus e detalhes importantes para a mitologia das séries com vislumbres do laboratório de metanfetamina, dos toneis de produtos químicos e outras pistas para o fã caçar.

O mais interessante de Los Pollos Hermanos Employee Training é como cada segmento de poucos segundo consegue capturar tão bem a essência do que Better Call Saul é como um todo, de quem Gus Fring é e como ele conduz seus negócios, sejam os de fachada, sejam os escusos. Como material extra da série, a equipe de produção conseguiu criar algo diferente do meramente óbvio, que não é essencial para a série-mãe em si e que sedimenta um dos mais memoráveis personagens de uma franquia repleta de personagens memoráveis. Um feito e tanto que não dura mais do que 25 minutos no total, mas que deixa o espectador com aquela distinta vontade de que se durasse duas horas e 25 minutos, mesmo assim seria pouco.

Better Call Saul: Los Pollos Hermanos Employee Training (Idem – EUA, 04 de abril a 19 de junho de 2017)
Direção: não informado
Roteiro: não informado
Elenco: Giancarlo Esposito
Duração: 25 min. aprox. (10 episódios no total)

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