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Crítica | Beetlejuice (1989) – 1X01: Critter Sitters

Besouro Suco versão kids.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 04
Número de episódios: 94
Período de exibição: 09 de setembro de 1989 até 06 de dezembro de 1991
Há continuação ou reboot?: Não.

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Depois do grande sucesso de Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice), o cineasta Tim Burton decidiu levar seu pequeno universo de horror cômico para a televisão, dessa vez com uma animação. Considerando que o próprio filme tem características cartunescas, a transição para uma série animada é praticamente natural. Nesta versão, porém, Burton reformula a premissa do roteiro original, transformando o fantasma Beetlejuice (Stephen Ouimette) no melhor amigo de Lydia (Alyson Court), com ambos tendo aventuras no mundo dos mortos. Penso que é uma mudança que faz sentido pensando no tamanho de uma série, já que manter o personagem titular como antagonista dificultaria o desenvolvimento dos episódios, além de que colocar uma criança com um amigo maluquinho parece uma premissa mais próxima do público-alvo infantil.

Dessa maneira, a animação logo de cara tem um estilo menos sombrio e satírico, buscando algo mais simples, positivo e, digamos, apropriado para crianças. No entanto, Burton não deixa de lado a riqueza visual e a estética do filme, inclusive se aproveitando da falta de amarras de animações para mergulhar ainda mais no lúdico, no absurdo e no caricato do pós-vida burocrático e gótico que criou anteriormente. Obviamente que a animação tem mais cores vivas e um tom sobrenatural menos macabro, mas as esquisitices, a linha fina entre realismo e surrealismo, e a criatividade dos fantasmas/criaturas são mantidas e, claro, exageradas. Também é importante pontuar o retorno de Danny Elfman como compositor, trazendo seu ótimo trabalho musical que caminha entre o fúnebre e o recreativo do horror cômico de Burton.

Em termos narrativos, o piloto é básico e despretensioso, apresentando uma situação em que Beetlejuice decide ser babá de algumas crianças do pós-vida, que aqui é rebatizado para Neitherworld, depois de ver Lydia sendo babá de um vizinho. As crianças desse mundo sobrenatural estão longe de serem fáceis de cuidar, colocando Beetlejuice em uma enrascada que acaba arrastando Lydia. A dinâmica de humor entre os personagens é bastante clara, com o fantasma assumindo um papel de travesso e brincalhão, enquanto Lydia, se ainda estranha, assume uma posição mais comum, se divertindo com os problemas caóticos gerados pelo personagem. Tudo me lembrou uma versão mais leve do moderno Rick and Morty.

Grande parte da aventura se passa dentro do Neitherworld, que é basicamente uma versão tresloucada do nosso mundo, fazendo com que o humor adquira uma característica de “paródia social” – não chega a ser exatamente uma sátira, pelo menos no piloto, por não existir um teor crítico. É tudo meio bobo, muito exagerado e caricato, mas também divertidinho e visualmente criativo, assim como o filme. Talvez com o passar dos episódios, a série fique até melhor, no que é uma ideia realmente bacana de Burton à época, por mais que a produção tenha sido basicamente esquecida.

Beetlejuice – 1X01: Critter Sitters – EUA, 09 de setembro de 1989
Criação:
Tim Burton
Direção: Robin Budd
Roteiro: Patsy Cameron, Tedd Anasti
Elenco: Stephen Ouimette, Alyson Court, Elizabeth Hanna, Roger Dunn, Harvey Atkin, Tara Strong, Len Carlson, Paulina Gillis
Duração: 20 min.

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