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Crítica | Batman e Houdini: A Oficina do Diabo

por Erik Blaz
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Os habitantes de Gotham há muito já se esqueceram do medo sombrio que os assolou naquele inverno… Jamais sabendo a verdade por trás dos desaparecimentos da Oficina do Diabo.

Harry Houdini

Neste sombrio conto de Batman, escrito por Howard Chaykin (que também escreveu outro elseworld do morcegão, intitulado Batman: Pulp Fiction) e John Francis Moore, nos leva a uma Gotham nos meados do século XX e com certa semelhança a Gotham City 1889.

Mesmo não sendo uma continuação de Batman: O Mestre do Futuro, o visual do Homem Morcego é praticamente o mesmo, mas sem se amarrar às origens destas outras histórias. Chaykin e John Francis expõe ao leitor uma dupla jamais pensada, entre o maior detetive de todos e Harry Houdini, o maior escapista e ilusionista do século XX.

Em uma trama cheia de mistérios, Chaykin e Francis conseguem criar uma ótima narrativa, esta sendo feita pelo próprio ilusionista, Houdini, e colocando-o como contrapeso em relação ao outro protagonista, pois o bom humor do mágico é bem visto em todas as cenas em que ambos estão juntos. Resumidamente, o terror se espalha pela cidade de Gotham em 1907 quando várias crianças começam a ser raptadas. O suspeito parece ser um homem albino com um enorme sorriso no rosto (parece familiar, não?) chamado Jack Schadenfreude. Porém, este “Coringa” nada mais é do que um mero coadjuvante em meio ao que realmente está acontecendo.

Em seu fim, o contexto apresenta uma mudança mais macabra, apelando para o sobrenatural, que de certo modo incomoda um pouco, fora que por algumas vezes, Houdini parece até ser melhor detetive do que Wayne. Todavia, numa história de 66 páginas, ainda temos um bom equilíbrio com a arte de Mark Chiarello. Sua pintura parece encaixar harmoniosamente com todas as cenas, são belas e assustadoras quando preciso, além do uso de pessoas famosas como Tom Mix, famoso ator norte-americano, que atuava principalmente no gênero Western, aqui um amigo de Bruce Wayne. Além disso, falando nos amigos, Alfred é mostrado como um afrodescendente, uma jogada interessante retratando também antigas rixas da região sul do país com o norte.

Em suma, é um conto empolgante de bons momentos, uma história que agrada qualquer fã do Homem Morcego.

Batman e Houdini: A Oficina do Diabo
(Batman & Houdini: Devil’s Workshop, EUA, 1993 )
Roteiro: Howard Victor Chaykin e John Francis Moore
Arte: Mark Chiarello
Editora: DC Comics
Editora no Brasil: Abril Jovem
Páginas: 66

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