Batman #2
Roteiro: Scott Snyder
Arte: Greg Capullo
Arte Final: Jonathan Glapion
Cotação: 4/5
Com um excelente prólogo, Scott Snyder consegue aludir ao arco desse início de reformulação e ainda criar uma forte base dramática que conquista de todo o espectador. A introdução do inimigo misterioso é feita pela primeira vez. Quem, afinal, matou aquele “João-Ninguém” da edição nº1, com tanta habilidade? O Comissário Gordon chega a aludir a uma possível ação da Corte das Corujas, baseando-se nas evidências que tem, mas recebe a negativa imediata de Batman, que afirma: “isso não passa de uma lenda.”.
Mas eis que a lendária Corte das Corujas condena Bruce Wayne à morte, e o milionário passa por maus bocados numa luta desigual com um inimigo vestido como uma coruja negra. Scott Snyder escreve sem nenhuma preocupação de resolver todos os mistérios, e isso só traz benefícios para a história, que acontece em um bom ritmo e com situações dramáticas e psicológicas muito bem trabalhadas. A aparição de Dick Grayson aqui com Asa Noturna também é interessante, uma vez que ele foi incluído na história porque seu DNA estava debaixo das unhas do morto.
Vale ressaltar que a arte de Greg Capullo e a finalização de Jonathan Glapion para toda a sequência da autópsia é admirável. Desde o plano subjetivo de dentro do morto até a incursão máxima da tecnologia, com todas as telas e alternação entre o necrotério do hospital e o da batcaverna, os artistas conseguem passar uma forte sensação de incômodo e de investigação quase cinematográficas. É realmente muito bom. Fora esse momento, destacam-se a sequência de Batman contra os bandidos de estátuas gregas (coisa da Corte das Corujas) e a luta final, quando o corujão aparece.
Assim como no término da primeira edição, temos uma excelente “deixa” e a adição de um complicador na história, sem contar o mistério que cerca essa lendária (que não é lendária) Corte das Corujas. Vale muito a pena continuar acompanhando a aventura.
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Detective Comics #2
Roteiro: Tony S. Daniel
Arte: Tony S. Daniel
Arte Final: Ryan Winn, Sandu Florea
Cotação: 5/5
Carnificina. Medo e dor. Suspense, sangue. A excelente edição nº 2 da Detective Comics apresenta o Mestre dos Bonecos, o novo vilão do Morcego que se vê imerso em um turbilhão de mistérios. É impressionante como em apenas duas edições, Tony S. Daniel conseguiu criar uma sólida história, com um ótimo fio condutor e muitos mistérios.
O arco estabelecido aqui tem todos os ingredientes essenciais de uma legítima história de terror, e eu não me espantaria se tentassem filmar isso mais pra frente. Só a ideia de ter um vilão psicopata que (re)modela o rosto das pessoas tirando a pele e costurando em outros rostos é algo simplesmente nojento e assustador. No meio dessa história toda, temos um enorme ponto de interrogação sobre o destino do Coringa, após se submeter ao procedimento do Mestre dos Bonecos; e o destino de James Gordon, já anunciado como tema da próxima edição.
A aparição do ambíguo Jeremiah Arkham soma-se aos novos personagens Hugh Marder, cuja sequência com Bruce Wayne na Torre ficou meio solta, mas nada que atrapalhe a narrativa, porque é um acontecimento da vida empresarial do bilionário e provavelmente algo que voltará em continuação na edição nº3 (assim espero); e Charlotte Rivers, a belíssima repórter namorada de Bruce Wayne. A trama de Tony Daniel é séria, retratando Gotham e seus habitantes com muito realismo, algo maravilhoso de se ver nas revistas do Batman.
O trio artístico é um evento à parte. O detalhismo dos quadros e o cuidado máximo na representação dos vilões e das outras personagens é um deleite visual. Percebemos identidades psicológicas através dos desenhos. Aliás, a representação do rosto das personagens é algo bastante valorizado, até para contrastar com o que acontece no final da revista e a falta de identidade do vilão, que se “mascara” costurando pedaços do rosto de outras pessoas em si mesmo. Definitivamente, uma história sombria e medonha, mas escrita e desenhada com muita qualidade. O Mestre dos Bonecos é o melhor arco das revistas do Batman nesse primeiro momento da reformulação.
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Batman – O Cavaleiro das Trevas #2
Roteiro: Paul Jenkins, David Finch
Arte: David Finch
Arte Final: Richard Friend
Cotação: 0,5/5
Depois de ler a soberba aventura de Tony Daniel na Detective Comics, é muita dureza esbarrar com essa maré de nonsense, confusão e chavões das quais o Batman é protagonista. Com um roteiro ruim e sem ritmo algum, a dupla Jenkins e Finch tentou consertar a palhaçada da primeira edição, mas estão a anos luz de conseguir alguma coisa boa com essa revista. A história é truncada, não convence, e para piorar, os cameos de Robin, Asa Noturna, Batgirl, Batwoman e Aves de Rapina são os piores e mais desconexos que se possa pensar.
O único avanço em relação à história da edição passada foi a explicação do por quê os vilões estão tão grandes e destemidos (literalmente falando), mas nem isso dá um tom de “ah, salvou a revista” para o leitor. Há uma melhora na representação artística, mas isso se perde completamente diante do terrível roteiro. Sinceramente? Essa é a pior revista do Batman nos Novos 52.