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Crítica | Barbie em O Natal Perfeito

Um natal todo rosa e cheio de aprendizagens sobre respeito e amor ao próximo.

por Leonardo Campos
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Ao longo de sua história na cultura ocidental, a Barbie sofreu diversas críticas por estabelecer seus formatos que desviavam comportamentos infantis e criavam dinâmicas conflituosas para as meninas que não se sentiam representadas pela boneca mais famosa do mundo. Em seu mundo todo cor de rosa, imersa no manto do consumo e da existência abastada, a Barbie promoveu uma revolução e até os dias atuais, mais de meio século depois de sua criação, ainda continua rendendo conteúdos, saindo das caixas de brinquedos das lojas e ganhando franquias cinematográficas, desenvolvimento no mundo dos games, dentre outras convergências desta figura loira, de corpo esguio e sensual, cercada de amigos “maneiros”, dentre outros privilégios que, para muita gente, são considerados o ápice da futilidade. Eu até concordo parcialmente, mas uma coisa nós precisamos combinar: O Natal Perfeito da loiraça tem sim as suas dimensões pedagógicas, bem na pegada das tantas temáticas natalinas sobre a magia deste período festivo de reencontros e aprendizagem sobre valores como amizade, respeito e companheirismo. Juntos, nós somos mais fortes: essa é a lição desta aventura cheia de neve e animação.

Lançado em 2011, o filme traz a seguinte proposta narrativa: Kelly, a Barbie, vai passar o Natal mais inesquecível de todos com as suas irmãs Skipper, Stacie e Chelsea. Logo na abertura, cada uma delas estabelece os seus planos para esta jornada. Fazem isso com os habituais números musicais que inserem videoclipes em meio aos diálogos, as apresentações da Barbie e de sua turma que adora cantarolar. Quando iniciam o voo, descobrem que uma tempestade pode colocar os seus planos iniciais em crise. Antes da chegada em Nova York, as garotas precisarão passar um tempo num hotel, por causa de uma tempestade. Irritadas, as três irmãs da Barbie ficam entediadas, pois pelo que parece, a perfeição do Natal começou a se desintegrar. Sempre altruísta e paciente, Kelly pede paciência para as irmãs e cria rotina para permitir uma passagem melhor por esta situação, mas todas estão muito reticentes: “reclamonas” e incompreensivas.

Como é uma trama natalina e todos esperam pela magia deste tipo de história, milagres começam a acontecer. Recompensas chegam, todo luxo e estilo da grande metrópole parece ser um desejo mais distante para as garotas, pois neste local discreto, mas suntuoso, elas viverão experiências inesquecíveis, típicas do lado mágico natalino. Assim, tudo aquilo esperado no grande centro urbano começa a acontecer neste lugar distante, tomado pela nevasca. Com exaltações de valores como amor, compreensão e bondade, as garotas são recepcionadas pela proprietária do local com muito cuidado, figura ficcional que permitirá a realização dos desejos como se a mesma fosse uma versão feminina do Papai Noel. Nesta jornada, lições sobre fraternidade são exaltadas, em meio aos diálogos bobos, mas talvez focado em não tornar complexa a mensagem para o público-alvo: as crianças.

Esteticamente, Barbie: O Natal Perfeito possui aquele projeto de animação meio “esquisito” na movimentação das personagens e concepção de escala e textura. Em linhas gerais, mantém o padrão dos demais exemplares que compõem esta vasta franquia de filmes animados voltados para o público infantil: fadas, princesas, sereias e garotas descoladas, como as figuras ficcionais desta produção sobre encontros e reencontros durante uma jornada de autoconhecimento e altruísmo bem em tempo para os festejos natalinos. Baseado nos personagens criados por Ruth Handler, a roteirista Elise Allen tem o seu texto dirigido por Terry Klassen e Mark Baldo, realizadores que ao longo dos desnecessários 70 minutos de narrativas, estrutura que poderia ser resolvida com metade deste tempo, expõem os espectadores diante de uma trama sobre saber pedir ajuda ao próximo, compreender determinadas questões sobre diversidade de opinião e comportamento, todos embalados pelo desenvolvimento musical de Gabriel Mann, já experiente neste segmento, agora focado em transformar o Natal numa agitada jornada de diversão, com muitos números musicais. Basicamente, uma animação divertida e direcionada. Para crianças.

Barbie em O Natal Perfeito (Barbie: A Perfect Christmas) — EUA, 2011
Direção: Terry Klassen, Mark Baldo
Roteiro: Elise Allen
Elenco: Diana Kaarina, Rachel Drance, Lauren Lavoie, Nevada Brandt, Danielle Bessler, Jennifer Waris
Duração: 74 min.

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