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Crítica | Aventuras do 8º Doutor: Phobos e No More Lies

Novas encrencas para o Doutor e Lucie Miller.

por Luiz Santiago
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Lançados em 2007, os dois episódios criticados neste pequeno compilado fazem parte da 1ª Temporada da série The Eighth Doctor Adventures (mais precisamente, os episódios 5 e 6). O primeiro, intitulado Phobos, tem roteiro escrito por Eddie Robson. O segundo, intitulado No More Lies, tem roteiro escrito por Paul Sutton. Ambos os episódios são dirigidos por Barnaby Edwards, e trazem o 8º Doutor ao lado de Lucie Miller. Vamos aos comentários para essas duas aventuras!

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Phobos

Pouca gente sabe, mas o planeta Marte tem uma Lua. Na verdade, tem duas Luas, uma chamada Phobos e outra chamada Deimos. Na mitologia grega, Phobos era filho de Ares e Afrodite, e ocupava a posição de “deus do medo”. Seu irmão, Deimos, era o “deus do terror”. No Universo de Doctor Who, no ano 2589, a Lua Phobos irá abrigar o Martian Lunar Park, inicialmente planejado para ser um hotel e um jardim botânico. É nesse espaço que a presente aventura acontece, com o 8º Doutor e Lucie Miller chegando e se deparando com um cenário inesperado. A descrição que o roteirista Eddie Robson nos dá aqui é de um ambiente com várias obras por terminar, e que pela geografia muito acidentada e por um evento muito particular ocorrendo na Lua, tornou-se palco de prática de esportes radicais. Jovens e adultos viajam até Phobos para se aventurarem em coisas como “embarque em gravidade” ou até mesmo “salto em buraco de minhoca“, esta, a atividade que começará a dar muitos problemas para os esportistas. E é aí que a atuação do Doutor e Lucie vem a calhar.

Essa é uma daquelas histórias da série onde o conceito chama muito a nossa atenção, o caminho que nos leva ao principal problema, idem, mas o restante parece passar batido. Eu gostei da brincadeira no buraco de minhoca e do aproveitamento que a Entidade do Medo acabou tendo das pessoas, nesse lugar. O processo de encontro e luta do Doutor contra a Entidade, porém, não foi algo que me prendeu a atenção. Existe camada dramática paralela, como a de Farl, um githiano, que acaba sendo melhor aproveitada pelo espectador. No bloco desse personagem, por exemplo, há uma boa discussão sobre xenofobia e discriminação. As pessoas ficam cochichando e zombando dele porque ele é um githiano (humanoides enormes, musculosos e peludos), o que faz com que ele seja arredio e tenha alguns atos de violência, querendo afastar as pessoas dele e de sua esposa, uma humana. As consequências do medo causado nos praticantes dos esportes radicais também é interessante. E para dizer que a participação do Doutor não traz nada de legal, o fato de ele usar os seus medos do passado e do futuro para vencer a Entidade gerou cenas bastante tensas, fazendo com que Lucy fique na dúvida, se ela deveria temer o monstro ou do Doutor. Isso porque ela está viajando com o 8º, hein! Imaginem!

Phobos (Reino Unido, 28 de janeiro de 2007)
Direção: Barnaby Edwards
Roteiro: Eddie Robson
Elenco: Paul McGann, Sheridan Smith, Katarina Olsson, Timothy West, Nerys Hughes, Ben Silverstone, John Schwab, Tim Sutton
Duração: 53 min.

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No More Lies

A proposta dos produtores dessa série era fazer com que os episódios da 1ª Temporada tivessem tons bem diferentes uns dos outros, somados a alguns elementos de continuidade para fazer uma ligação orgânica no final. No More Lies é o “capítulo romântico” dessa lista, uma história que eu mesmo não esperava que fosse aparecer nesse ano do show, considerando a linha de aventuras que vínhamos tendo até então. A única coisa que me incomoda aqui (e infelizmente não é algo pequeno não) é a completa falta de detalhes sobre Nick Zimmerman, no começo da história. Ele está sendo perseguido por Lucie e pelo Doutor, numa longa linha de eventos que dá vitórias parciais para o time da TARDIS e para Nick, embora ele termine vencendo o embate e fugindo. A grande questão é: quem é este homem? De onde ele vem? Para onde ele vai? Nenhuma resposta nos é dada, nem como introdução, nem como retomada da narrativa, já em ponto avançando do enredo, o que me deixou bem decepcionado com o texto de Paul Sutton.

Normalmente, quando temos esse tipo de história cheia de mistérios sobre uma situação ou personagem, as revelações necessárias aparecem quando a trama é resolvida. Aqui, porém, nada disso aparece. E esta é a única coisa que falta aqui. Porque quando pegamos para analisar a parte já estabelecida do personagem (que o Doutor e Lucie encontra na Terra, no ano de 2006), a coisa é fantástica. E é aqui que entra a parte romântica. Depreendemos, pelo pouco de informação que nos é fornecida, que Nick era um ladrão de naves e que vendia tecnologia alienígena para compradores criminosos no mercado paralelo, o que acabava, na ponta da corda, tornando a vida de muitas civilizações um inferno (já que os criminosos usariam essa tecnologia para invadir planetas e ameaçar colônias). Esta é a conclusão a que chegamos, pois nada disso é solidamente dito na história. Mas Nick se redimiu. Conheceu uma mulher, se casou, e viveu feliz com ela. Até que ela adoeceu mortalmente. E ele, por amor, se colocou em um loop temporal, vivendo um único dia feliz ao lado dela. A única forma de impedir que ela morresse. Não bastasse a trama muito bem escrita e muito emocionante, a mulher é interpretada pela maravilhosa Julia McKenzie, tornando tudo ainda melhor. E o final ainda nos apresenta uma instigante situação de ameaça para Lucie, abordada por alguém que a persegue há algum tempo. O cerco está se fechando em torno dela, e o 8º Doutor já pode pedir música no Fantástico de tanto completar a lista de companheiras com jornadas bem complexas.

No More Lies (4 de fevereiro de 2007)
Direção: Barnaby Edwards
Roteiro: Paul Sutton
Elenco: Paul McGann, Sheridan Smith, Katarina Olsson, Nigel Havers, Julia McKenzie, Tom Chadbon, Tim Hudson
Duração: 55 min.

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