Número de Temporadas: 05
Número de episódios: 124
Período de exibição: 28 de setembro de 2012 até 12 de novembro de 2017
Há reboot?: A franquia tem outras três séries animadas, assim como diversos telefilmes animados, cinco longas-metragens cinematográficos em live-action e um longa-metragem animado cinematográfico.
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É curioso como a franquia das Tartarugas Ninja vive de ciclos. A série de 87 começa extremamente infantil, gradualmente se tornando mais sombria nas temporadas finais; o péssimo live-action de 97 tem uma abordagem mais boboca; já a animação dos anos 2000 é bem fiel ao material de origem com camadas maduras na narrativa; e agora na versão de 2012 temos o retorno do caráter mais infantil da primeira adaptação. Mesmo nos filmes, a franquia fica sempre intercalando entre algo um pouco sério e algo bem inocente. Claro que continua sendo tudo voltado para crianças, mas diria que a diferença seria na linha de ter algumas obras com público-alvo entre 5-9 anos e outras direcionadas para crianças entre 10-14 anos, entendem?
Como adulto, é normalmente melhor ver algo mais maduro, mas o episódio duplo Rise of the Turtles me agradou bastante. Mesmo que a nota seja a mesma que dei a Turtle Tracks, tenho a sensação de que essa versão de 2012 tem mais qualidade e substância a oferecer com o progresso narrativo. Em termos de apresentação dos quelônios e mitologia, o piloto é seguro, nos dando a mesma história de origem mutante para as tartarugas, mas trazendo de volta o conceito de que Splinter era um antigo guerreiro e não apenas um rato mutante. Temos uma rápida exposição e um flashback para situar a história antes dos répteis ninjas subirem à superfície pela primeira vez.
Diferente dos outros pilotos que analisei, Rise of the Turtles é o que mais tem características de coming-of-age, uma abordagem que se encaixa com a premissa das tartarugas. O senso de maravilha que os personagens têm ao sair dos esgotos pela primeira vez é divertido e dá o tom de exploração e descobrimento dos episódios, com eles comendo pizza pela primeira vez, Donatello encontrando sua primeira crush, Leonardo aprendendo a ser um líder e todo o grupo descobrindo como lutar coletivamente. Chega a ser um episódio fofo e divertidamente ingênuo na maneira que retrata os protagonistas descobrindo diversas coisas, inclusive com mensagens bonitas para os pequeninos.
Até April aqui é uma criança, para deixar as aventuras uniformes em torno de pré-adolescentes desbravando o mundo. Inclusive, o design dos personagens é outro adendo à linguagem da animação, que traz tartarugas franzinas e pequenas se comparadas com os brutamontes de Things Change. A computação gráfica não me convence durante as lutas e alguns backgrounds, mas confesso que o visual é pueril na medida correta e nos insere bem na abordagem narrativa mais inocente. Se tenho uma reclamação com o lado infantilizado de tudo é o exagero das personalidades dos personagens, principalmente Michelangelo que se torna uma caricatura sem graça com muito humor forçado.
A “missão” de Rise of the Turtles também não é lá tão divertida em seus exageros com “cérebros” alienígenas em corpos robóticos e um homem-planta, mas é inegável que os roteiristas não estão com medo de abusar do absurdo pelo que vemos aqui, o que pode render melhores recompensas de aventura em outros episódios após a apresentação sinistra de Shredder no final do segundo capítulo do piloto. De forma geral, As Tartarugas Ninja de 2012 não parecem tão interessantes quanto o grupo mais maduro da animação de sucesso dos anos 2000, mas ao retornar para uma abordagem infantil, existe qualidade e simpatia no início de uma jornada de autodescoberta e exploração dos quelônios que saem dos esgotos pela primeira vez.
As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles) – 1X01 e 02: Rise of the Turtles – EUA, 28 de setembro de 2012
Direção: Michael Chang, Ciro Nieli
Roteiro: Ciro Nieli, Joshua Sternin, Jennifer Ventimilia (baseado nos quadrinhos de Kevin Eastman e Peter Laird)
Elenco: Jason Biggs, Rob Paulsen, Sean Astin, Greg Cipes, Hoon Lee, Mae Whitman, Kevin Michael Richardson, Nolan North
Duração: 48 min.
