Número de temporadas: 01
Número de episódios: 65
Período de exibição: 10 de setembro a 07 de dezembro de 1990
Há continuação ou reboot?: Sim. A série é continuação de He-Man e os Defensores do Universo, que foi ao ar entre 05 de setembro de 1983 a 21 de novembro de 1985, com duas temporadas e 130 episódios e foi sucedida por um reboot, com o mesmo título original, que foi ao ar entre 16 de agosto de 2002 e 10 de janeiro de 2004, com duas temporadas e 39 episódios. Em 2021, haverá uma nova série, Mestres do Universo: Salvando Etérnia, que continua a série original, com outra série, ainda sem título, também planejada para o mesmo ano, só que voltada ao público mais infantil.
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O que fazer para piorar uma animação que já não era lá essas coisas (larguem o saudosismo de lado e enxerguem a realidade!) e que ganhou uma versão live-action pior ainda? Simples, muito simples. Tirar a tanga de He-Man e substituir por uma calça legging azul e, claro, alterar seu corte de cabelo com franjinha no melhor estilo Príncipe Valente para um rabo de cavalo. Ah, também vale arrancar o personagem de seu próprio planeta, enviá-lo sozinho para o aleatório planeta Primus, alterar o tom de fantasia para sci-fi e fazê-lo lutar contra mutantes aliados ao seu velho inimigo Esqueleto, que também aparece por lá, não tenham dúvida. E isso tudo dentro da continuidade na animação anterior, só para tornar a coisa ainda mais confusa e sem sentido.
Porque As Novas Aventuras de He-Man é isso: uma animação confusa e sem sentido e isso só para usar eufemismos, logicamente. E olha que eu sou partidário da tese que todas as continuações e reboots são desnecessários, mas que, quando eles são inevitáveis, o que hoje em dia é basicamente regra, então que se crie coisas realmente novas que fiquem em pé por si mesmas. Mas não dá. Engolir esse “novo He-Man” é doloroso demais e não por qualquer saudosismo da série de 1983 a 1985 da a essa altura já finada Filmation, pois nunca verdadeiramente gostei dela, mas sim porque o que já era ruim conseguiu ficar infinitamente pior, assustador mesmo.
Afinal, mesmo considerando as mudanças radicais capitaneadas por Jack Olesker e Jean Chalopin, o resultado é absolutamente detestável, uma verdadeira maçaroca disforme de personagens sem graça e uma linha narrativa pior ainda, provavelmente resultado de toró de palpite em um maternal. Peguem o Esqueleto, por exemplo e notem sua repaginada para essa segunda série da franquia e me digam se eu não estou certo. O que raios é aquilo? Sim, ele tem pequenos crânios espalhados pelo uniforme, mas seu rosto parece massa de modelar depois de ter todas as suas cores misturadas e de ser massacrada por uma criança de dois anos, resultando em um negócio disforme, como se o artista responsável por essa abominação tivesse feito o desenho para trollar a produção, sendo surpreendido por elogios efusivos e tapinhas na costa pela obra de arte…
Não sei se consigo fazer uma sinopse decente dessa porcaria, mas aí vai: Primus, planeta cercado por um escudo de força, está sendo atacado por mutantes malvados que acharam finalmente um ponto fraco, fazendo com que o cientista local mande dois sujeitos genéricos para Etérnia por meio do uso de uma máquina que ele inventou para pedir ajuda de He-Man, que já aparece de rabo de cavalo. A Feiticeira diz que ele precisa ir embora, por ser seu destino e tal e voilà, tchau para Etérnia e olá para Primus, com um acidente também levando Esqueleto para lá que, claro, logo faz uma aliança com os mutantes. Em outras palavras, mudaram, mudaram e mudaram para, no final das contas, não mudarem nada. A não ser para pior, BEM pior. Só para vocês terem uma ideia, o negócio é tão ruim, mas tão ruim, que eu fisicamente não aguentei ver os quatro episódios seguintes desse lixo que forma a pentalogia inicial. Não deu. Eu realmente desisti e tudo que consegui, com esforço, foi esse episódio 1X01 que serve para introduzir todo esse novo cenário para contar a mesma história, só que com uma arte que só é digna ou de filme de terror trash ou comédia pastelão.
E o pior de tudo é que, mesmo com essa desgraça toda, eu ainda consegui ver um aspecto positivo na série. A técnica de animação é bem superior à da série da Filmation, com movimentos mais fluidos e menos repetições de sequências padrão, o que, em circunstâncias menos abissais, poderia resultar em algo passável. O problema é que esse aspecto positivo solitário não é nem de longe suficiente para tornar os 21 minutos do episódio piloto algo mais agradável do que arrancar um molar com alicate e sem anestesia.
As Novas Aventuras de He-Man – 1X01: Um Novo Começo (The New Adventures of He-Man – 1X01: A New Beginning – EUA, 10 de setembro de 1990)
Desenvolvimento: Jack Olesker, Jean Chalopin (baseado em criação de Lou Scheimer)
Direção: Jack Olesker
Roteiro: Jack Olesker
Elenco: Doug Parker, Garry Chalk, Campbell Lane, Scott McNeil, Don Brown, Alvin Sanders, Anthony Holland
Duração: 21 min.