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Crítica | Anjos da Lei – 1X01 e 02: Jump Street Chapel

Caçando delinquentes juvenis.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 05
Número de episódios: 103
Período de exibição: 12 de abril de 1987 até 27 de abril de 1991
Há continuação ou reboot?: A série ganhou um derivado chamado Booker em 1989, além de duas continuações/reimaginações da franquia adaptadas para o cinema.

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Confesso que só soube da existência da série Anjos da Lei depois que vi o cameo de Johnny Depp na adaptação cômica protagonizada por Jonah Hill e Channing Tatum, pesquisando na internet logo depois para entender a razão da participação do ator. Sou fã de carteirinha das versões cinematográficas da franquia, mas fui ver o piloto da série original dos anos 80 totalmente ciente que a produção com Depp tem outro tom. Criado por Patrick Hasburgh e Stephen J. Cannell, o seriado acompanha uma unidade investigativa composta por jovens policiais que se infiltram em escolas como estudantes para descobrir crimes cometidos por alunos.

Diferentes dos longas, a abordagem não é cômica, com uma série policial dramática direcionada para um audiência mais jovem. É notável que o aspecto teen está inserido em diversos aspectos da produção, desde algumas conveniências narrativas bobinhas, até a leveza que perpassa os eventos policiais, mas é sem dúvida alguma um material mais maduro do que os filmes, que pegam o conceito relativamente sem noção (ainda que verossímil) e fazem uma reimaginação satírica.

O que vemos no piloto da série é algo até razoavelmente denso, lidando com a difícil transição policial de Tom Hanson (Depp) da academia para as ruas. Algumas cenas envolvendo o amadorismo do protagonista são inadvertidamente engraçadas, mas ajudam a introduzir um arco dramático bem delineado: um personagem tentando buscar validação na profissão de seu falecido pai.

Depp vende muito bem tanto o lado teen, com toques de inconsequência, coragem e carisma, bem como esse lado dramático de um personagem inseguro buscando algum tipo de conexão, ainda que o texto, pelos menos no piloto, não ajude tanto o ator em termos de diálogos. É notável, porém, o tato de Depp se comparado com o restante do elenco, sejam seus colegas de trabalho ou os bandidinhos da escola, que acabam sendo mais caricatos do que o protagonista.

O processo investigativo do episódio não tem grandes destaques, até porque tudo se resolve muito rapidamente dentro da proposta procedural do seriado, mas a narrativa consegue manter a atenção, principalmente por conta das boas interações entre o grupo da unidade Anjos da Lei. Inclusive, a direção também é esforçada nas cenas de ação, com boas sequências de perseguição.

A falta de urgência, porém, acaba limitando o potencial dos dois episódios de abertura. Justamente por ser uma obra teen, os acontecimentos são leves, sem peso, o que acaba não combinando quando a série tenta ser um pouco mais sisuda ou quando tenta ter um tom de lição moral. Nos momentos que a narrativa abraça algo mais bem humorado, o conceito parece se suavizar melhor, o que é perceptível nos filmes, já que a premissa aqui funciona melhor como comédia do que drama. Ainda assim, é possível entender como a série se tornou um pequeno sucesso na época, abrindo portas para a grande carreira de Depp.

Anjos da Lei (21 Jump Street) – 1X01 e 02: Jump Street Chapel – EUA, 12 de abril de 1987
Criação:
Patrick Hasburgh, Stephen J. Cannell
Direção: Kim Manners
Roteiro: Patrick Hasburgh
Elenco: Johnny Depp, Holly Robinson, Peter DeLuise, Dustin Nguyen, Frederic Forrest, Barney Martin, Francis X. McCarthy, Reginald T. Dorsey, Brandon Douglas
Duração: 90 min.

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