Home TVEpisódio Crítica | Agatha desde Sempre – 1X05: Algo Oculto e Impuro

Crítica | Agatha desde Sempre – 1X05: Algo Oculto e Impuro

Sempre termine o que você começou.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as demais críticas da minissérie e, aqui, todas as nossas críticas do Universo Cinematográfico Marvel.

É provável que muita gente conclua que Algo Oculto e Impuro, o mais curto episódio da temporada até agora, foi curto demais e eu não tenho como tirar a razão de ninguém. Foi realmente um episódio mais curto do que ele podia ser, mas, por outro lado, não o considero mais curto do que ele precisava ser. Agatha desde Sempre caminha, desde o terceiro episódio, de provação em provação, mas, a cada novo obstáculo, menos tempo é dedicado a ele, pois não é exatamente a provação que importa, mas sim a história mais ampla sendo contada, pelo que é até natural que o capítulo que faz com que Agatha e seu conciliábulo entrem em uma típica cabana erma de filme de horror dos anos 80 seja vapt vupt e, muito sinceramente, eu não vi nada realmente “faltando” nele.

Sim, tudo poderia andar mais devagar, com mais explicações, mais tempo para pensar (em que exatamente eu não sei, porém) e, principalmente, mais espaço para as atrizes brilharem. Eu entendo tudo isso, mas não reputo como problema, ainda que eu reconheça o último ponto que listei anteriormente como o único realmente válido, já que ver mais do elenco é sempre melhor, especialmente se for Kathryn Hahn personificando Debra Jo Rupp para zoar com o grupo. Seja como for, prefiro muito mais algo ligeiro e eficiente do que algo lento e cansativo, especialmente na seara de adaptações de quadrinhos, em que filmes de pelo menos duas horas mortalmente repetitivas inexplicavelmente tornaram-se comuns mesmo nos casos em que muito claramente não há material para tanto tempo assim, como foi recentemente a situação do interminável Deadpool & Wolverine. Não é comum Hollywood aceitar que menos é mais, mas as séries da Marvel em geral e as de Jac Schaeffer em particular conciliam bem tempo e história.

Dito isso, Algo Oculto e Impuro acerta novamente nos figurinos, penteados e direção de arte, com a tal cabana oitentista sendo o perfeito encapsulamento da era e invocando de Sexta-Feira 13 a Evil Dead e tudo mais entre esses clássicos de tal maneira que, em uma ou duas tomadas, toda a ambientação é perfeitamente estabelecida, criando um espaço perfeitamente reconhecível mesmo para quem nunca viu os filmes originais de cada uma das mencionadas franquias. E o mesmo pode ser dito dos eventos que seguem, com direito à tábua ouija, possessão demoníaca, fantasma e uso de poderes de luzinhas pela primeira vez na série (ou algo assim). E isso sem contar com o começo que mostra a chegada das Sete de Salem pela “porta aberta” do encantamento que trouxe Rio Vidal para o Caminho das Bruxas.

Falando sobre os acontecimentos na cabana, todos eles gravitando ao redor de Agatha, vemos o espírito de sua mãe Evanora (Kate Forbes) não só querendo vingar-se da filha como afirmando com todas as letras que ela nasceu má, como, também, o nome Nicholas Scratch, filho de Agatha nos quadrinhos com relação estreita com as Sete de Salem, sendo mencionado como “arma” contra Agatha pelo Jovem. Mas, ainda mais importante, é o embate entre Agatha e Alice, que leva a primeira a sugar os poderes da segunda, matando-a em seguida. Eu adorarei se tiver sido Agatha mesmo quem matou Alice, mesmo que sem conseguir controlar seus poderes, já que isso a reafirmaria como vilã, não anti-heroína como todos os vilões hoje em dia acabam sendo transformados. Digo isso, pois suspeito que ela estava possuída ali por alguém, talvez o próprio Scratch, possessão essa que continua fora da cabana, quando ela cochicha para o Jovem que ele é igual à mãe.

Que mãe é essa? Bem, não vou adiantar nada se for a mãe que ele tem nos quadrinhos, o que finalmente confirmaria sua identidade, pois não quero dar spoilers para quem nunca leu as HQs, mas o aparecimento daquela tiara ao final (que ecoa a faixa azul de seu figurino na cabana, vale lembrar) não deixa muitas dúvidas, assim como a manifestação de seus poderes. Mas a pergunta que tenho sobre as ações mortais de Agatha eu tenho para as do Jovem: estaria ele agindo assim por conta própria ou de alguma forma controlado ou momentaneamente perdendo as estribeiras com a menção à sua mãe? Essas são perguntas que serão respondidas em breve, não tenho dúvida, e eu espero que o próximo episódio já revele de vez seu nome e quem ele é para que o “segredinho” acabe e ainda haja tempo para a série ser sobre mais do que apenas isso.

Antes que minha crítica fique mais longa que o episódio e eu seja acusado de ser repetitivo e cansativo como eu acusei de ser o filme de super-herói deste ano que todo mundo parece amar, eu acabo por aqui reafirmando que um episódio precisa durar o tempo que o roteiro pede e, aqui, ele pedia poucos minutos. E não, não tenho problema algum também com a impressão de que a série parece um filme cortado em pedaços, pois, se pararmos para pensar, as fronteiras de linguagem entre as respectivas mídias estão cada vez menos relevantes. Agora só me resta torcer para que Agatha seja mesmo malvadona, pois ela sempre será melhor assim!

Obs: Preciosa a explicação sobre o porquê de as bruxas não gostarem mais de usar vassouras, não é mesmo?

Agatha desde Sempre – 1X05: Algo Oculto e Impuro (Agatha All Along – 1X05: Darkest Hour / Wake Thy Power – EUA, 09 de outubro de 2024)
Criação e desenvolvimento: Jac Schaeffer
Direção: Rachel Goldberg
Roteiro: Laura Monti
Elenco: Kathryn Hahn, Joe Locke, Aubrey Plaza, Sasheer Zamata, Ali Ahn, Patti LuPone, Kate Forbes, Okwui Okpokwasili
Duração: 32 min.

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