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Crítica | A Roda do Tempo – 2X04: Filha da Noite

Uma nova Amaldiçoada entra em cena.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leia, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

As sessões de terapia continuam em Filha da Noite, mais um episódio da segunda temporada que foca em trabalhar um lado introspectivo e cadenciado das emoções dos personagens principais, lidando com as consequências de algumas ações e eventos, bem como revelações do passado e para o futuro. Continuo achando o ritmo da história ruim, mas confesso que o espaçamento de uma semana ajuda a aliviar a lentidão narrativa, diferente da pancada cansativa que foi assistir as três horas lançadas na sexta-feira passada. Não tem jeito, poucas séries servem para maratona.

Mesmo com a leve melhora, o episódio carrega alguns dos mesmos problemas. Chegamos na metade da temporada com quase nenhuma progressão e o palco da história continua excessivamente focado nos personagens se lamentando de algumas escolhas. Chega a ser uma abordagem estranha considerando que o primeiro ano da série, mesmo com seus diversos defeitos, tinha um encaminhamento para o épico, algo que é quase inexistente nessa primeira metade do segundo ano. Não falo aqui só de ações e lutas, mas de senso de exploração, aventura, mitologia e construção de mundo que foram praticamente descartados.

Novamente, esse certo amadurecimento dramático funciona em algumas cenas. A sequência de Lan conversando sobre Moiraine com outro guardião é quase poética em sua introspecção e metáforas sobre o elo, de longe o melhor personagem da série, e tenho gostado do arco traumático de Nynaeve na Torre Branca, mas não é suficiente para segurar a atenção. A estrutura narrativa continua pincelando entre um e outro núcleo sem efetivamente mover nenhum deles, com uma montagem que parece caminhar em círculos e a aquela sensação geral mesmo de tédio e repetição.

O que ajuda um pouco o episódio são suas diversas revelações. Conhecemos um pouco do passado da complicada Moiraine, o que ajuda a estabelecer seu arco até aqui em volta de egoísmo para um bem maior, e também aprendemos sobre a misteriosa Lanfear (Natasha O’Keeffe), uma mulher misteriosa que vinha seduzindo Rand. Não são revelações de grande impacto para o episódio em si, mas preparam a história para episódios que, esperançosamente, possam se aprofundar na mitologia deste universo, trazer mais conflitos entre os personagens e não só internamente, e, claro, criar um necessário senso de perigo e personalidade para os vilões que vêm faltando na produção. Até agora não estou vendido no Ishamael.

Aliás, a conta-gotas, os protagonistas parecem entender melhor suas naturezas e objetivos, com Perrin se identificando com os lobos, Nynaeve e Egwene se encontrando numa situação perigosa com Liandrin Guirale e Mat envolvido com a traição de Min Farshaw. Finalmente algumas peças parecem se mover, culminando na junção de Moiraine e Rand ao final do episódio que, felizmente, diminui um bloco para a ginástica da montagem. De forma geral, Filha da Noite não traz nada de diferente do que vimos nos três primeiros episódios em termos de abordagem narrativa e de direção da série, mas pelo menos apresenta alguns elementos que podem insinuar algum tipo de desenvolvimento e novos perigos para a segunda metade da temporada, além da interessante adição da antagonista Lanfear.

A Roda do Tempo (The Wheel of Time) – 2X04: Filha da Noite (EUA, 08 de setembro de 2023)
Showrunner: Rafe Judkins
Direção: Sanaa Hamri
Roteiro: Dave Hill (baseado na obra homônima de Robert Jordan)
Elenco: Rosamund Pike, Josha Stradowski, Marcus Rutherford, Zoë Robins, Dónal Finn, Madeleine Madden, Daniel Henney, Fares Fares, Kate Fleetwood, Johann Myers, Hammed Animashaun, Álvaro Morte, Natasha O’Keeffe
Duração: 60 min.

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