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Crítica | A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam

Uma farofa cinematográfica maravilhosa.

por Roberto Honorato
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“Não se preocupe, realeza de tanquinho sarado. As boas notícias estão por vir”

Assim que terminei de assistir A Princesa e Plebeia: Nova Aventura, continuação do clássico natalino A Princesa e a Plebeia, ficou difícil imaginar uma maneira de melhorar o que já era perfeito. O meu erro foi duvidar da habilidade de Mike Rohl em aumentar a escala das aventuras da duquesa – agora rainha – Margaret (Vanessa Hudgens), a ex-confeiteira, aparentemente, Stacy (Vanessa Hudgens) e a criminosa Fiona Pembroke (Vanessa Hudgens). Em A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam, continuamos com as mesmas interações confortavelmente hilárias entre o trio Hudgens, os maridos patetas e sem propósito, os capangas de Fiona e uma nova personagem capaz de alterar a dinâmica entre eles.

Na “trama”, Margaret está preparando a celebração do Festival Internacional de Natal (genial) em Montenaro, no qual todos se reúnem em volta de um artefato sagrado, chamado de Estrela da Paz. Mas, pasmem, assim que a relíquia chega no reino de Montenaro, ladrões invadem o palácio e roubam o valioso item natalino. Para descobrir o paradeiro dos criminosos e recuperar a estrela, Margaret e Stacy decidem pedir a ajuda de Fiona, que está na prisão por conta dos eventos do filme anterior. Ela aceita o pedido, mas exige o auxílio do charmoso, porém perigoso, Peter Maxwell (Remy Hii), tão ex-agente da Interpol quanto ex-amante de Fiona, agora comandando uma empresa de segurança.

Ele deduz que o principal suspeito seja o gênio criminoso Hunter Cunard (Will Kemp), um magnata obcecado por – pasmem, novamente – roubar itens da coleção pessoal de princesas. Logo, o plano de Peter e das sósias é responder na mesma moeda e invadir a mansão de Cunard para roubar de volta a Estrela da Paz. Se essa não é a premissa mais incrível que você já leu na vida, é porque não conhece o poder de Baby V e sua versatilidade para trocar de figurino mais vezes que o Homem-Aranha do MCU implora por fantasia para o fantasma de Tony Stark.

Por falar nela, vamos direto ao que interessa. Vanessa Hudgens continua carismática com sua interpretação das sósias, e mesmo sendo engraçado assistir a atriz se divertir com as falas ridículas de Fiona e equilibrar isso com a formalidade caricata de Margaret, a personagem Stacy é quem mais sofre com esse terceiro filme. Fiona assume o papel de protagonista do longa, e o espectador assiste seus planos frustrados para invadir a mansão do magnata com hobbies específicos, enquanto tenta evitar sua atração pelo ex. A dinâmica entre Hudgens e Remy Hii é muito boa, e ao contrário do que acontece com Stacy, Margaret e seus respectivos interesses amorosos, a relação entre Fiona e Peter carrega bem mais tensão sexual e interações melhores, mesmo sendo construídas em cima de uma narrativa de filme de assalto sem muita originalidade.

A ideia de fazer um filme de assalto é promissora, e até funciona, mas não traz qualquer novidade, deixando o enredo mais previsível do que o esperado para esse filme. O lado positivo está em focar na relação de Fiona e Peter, que realmente é divertida, com os dois flertando, enquanto fazem acrobacias ridículas e tentam emular um James Bond extravagante. Mas como mencionei, Stacy é a personagem menos aproveitada no filme, e isso é um sintoma que tem se manifestado desde o longa anterior. A jovem começou a trilogia como uma confeiteira talentosa, mas por ser sua única característica marcante, os filmes seguintes basicamente a transformaram em uma Margaret menos exagerada. Seria interessante ver a personagem sendo aproveitada de alguma maneira, e ainda assim, ela já seria ofuscada pelo festival de Fiona que é esse filme.

Ainda há pequenas participações especiais de atores e atrizes de outros clássicos natalinos da Netflix, principalmente o filme O Príncipe de Natal, criando assim um multiverso rico em diálogos bregas, atuações caricatas e decorações de natal o suficiente para encher um caminhão do Faustão. Por mais que algumas pessoas não gostem desse tipo de filme, vale lembrar que eu os avalio de acordo com a proposta deles, e não adianta exigir uma obra que reflete a condição humana em um filme natalino que está apenas interessado em divertir o espectador em mais um péssimo ano. Isso não desculpa o longa de algumas partes bem arrastadas, como a tentativa de criar um arco de redenção para Fiona que envolve sua mãe ausente, ou a falta de carisma do antagonista. Podemos perdoar tramas previsíveis, mas ela precisa ser executada com mais vontade, e por isso dei apenas 3 estrelas para esse filme, uma para cada Vanessa Hudgens, obviamente.

A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam é uma deliciosa bagunça, a melhor farofa cinematográfica que você pode imaginar. Mesmo sendo a conclusão de uma trilogia, o filme abre as portas para a possibilidade de explorar mais narrativas no futuro, talvez colocando Fiona como uma espiã internacional, ou criando uma competição de confeitaria ameaçada por um terrorista, e apenas Stacy é capaz de salvar todos com o poder da pâtisserie, talvez fazendo com que Vin Diesel convide as três personagens para uma corrida que irá fortalecer os laços desgastados entre elas e mostrar ao espectador o verdadeiro significado de… família. As possibilidades são infinitas, e ainda torço para chegar ao ponto de termos um filme onde todos sofreram uma alteração genética e se transformaram na Vanessa Hudgens. Seria o que Martin Scorsese sempre quis chamar de cinema.

A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam (The Princess Switch 3: Romancing the Star) – EUA, 2021
Direção: Mike Rohl
Roteiro: Robin Bernheim, Megan Metzger
Elenco: Vanessa Hudgens, Remy Hii, Vanessa Hudgens, Sam Palladio, Vanessa Hudgens, Nick Sagar, Amanda Donohoe, Florence Hall, Ricky Norwood, Suanne Braun, Mark Fleischmann, Will Kemp, Robin Soans, Mia Lloyd, Hazel Beattie
Duração: 106 min.

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