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Crítica | A Million Little Things – 1X01: Pilot

A história de um grupo de amigos abalada pelo autoextermínio.

por Arthur Barbosa
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 5
Número de episódios: 87
Período de exibição: 26 de setembro de 2018 até 03 de maio de 2023
Há continuação ou reboot?: Não.

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“Friendship isn’t a big thing…

It’s a million little things.”

Considerada a nova This is Us quando foi lançada em 2018 pela emissora americana ABC – pelo fato de possuir uma sensibilidade no drama e, principalmente, na emoção -, a série A Million Little Things abordou a história de um grupo de amigos de Boston, capital do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos da América (EUA). Eles foram abalados pelo autoextermínio de um dos membros – o protagonista e empresário Jonathan “Jon” Dixon (Ron Livingston) – e, com isso, Eddie Saville (David Giuntoli), Rome Howard (Romany Malco) e Gary Mendez (James Roday Rodriguez) tiveram que lidar com as consequências dessa triste ocorrência em suas vidas. A amizade do até então quarteto iniciou-se de uma forma inesperada dentro de um elevador, em que eles ficaram presos no equipamento. Dessa forma, a partir disso, os quatro puderam conversar por mais de duas horas, abordando sobre os seus cotidianos e sobre as suas famílias. Consequentemente, a amizade foi concretizada e eles puderam criar várias memórias juntos, como encontros e idas às competições de jogos de hóquei.

Ademais, a partir desse Piloto, foi perceptível que a série pretende aprofundar em assuntos delicados e sensíveis do nosso século XXI, como a depressão e o suicídio. E cada um dos membros tem os seus problemas pessoais, como o Eddie, que está há sete anos sóbrio, sem beber, após a ajuda do amigo Jon, mas, ao lado de Delilah Dixon (Stephanie Szostak), esposa do falecido, eles escondem um caso amoroso; Rome, que, apesar de aparentar ter uma vida boa, casado e com casa própria, também tentou tirar a própria vida, entretanto, graças a uma ligação de Gary, foi salvo do autoextermínio; e Gary, o qual enfrentou um câncer de mama e, por conta disso, vive com medo da possibilidade de a doença retornar em seu organismo. Apesar de cada um ter as suas particularidades, Jon era a figura central, o elo que os unia na amizade, no companheirismo e na fraternidade entre o quarteto. Agora, com o seu precoce falecimento, eles precisam recalcular a rota, ou seja, modificar o rumo da vida e tentar entender as razões pelas quais levam uma pessoa tão amada e tão querida a cometer o rompimento mais nobre que podemos ter: o dom da vida. 

Para ajudá-los nisso, temos as figuras femininas, como a Regine Howard (Christina Moses), esposa de Rome; a Katherine Saville (Grace Park), esposa de Eddie; a já citada Delilah; e, por fim, a doce Maggie Bloom (Allison Miller), atual pretendente amorosa e futura namorada de Gary. Aqui, vale um destaque para essa última personagem, a qual, embora não fizesse parte do núcleo principal antes de Jon falecer, parece ser amiga do grupo há bastante tempo, isto é, ela sempre tem algo bom para falar e, o melhor de tudo, na hora certa! Acredito que deva ser a habilidade desenvolvida como psicóloga, fazendo com que Bloom conheça a mente humana e, por isso, entende as angústias das pessoas. Na cena em que ela se reúne com as outras mulheres, por exemplo, Maggie ficou à vontade e logo se tornou íntima e amigável entre elas; com certeza, ela ajudará a todos à sua volta, incluindo Gary, é claro. Por falar nele, o personagem é outro ponto positivo deste Piloto, visto que ele mostrou ser o companheiro mais fiel do grupo, sempre carinhoso e presente para com todos ao seu redor. Tenho certeza de que, ao lado de Maggie, eles vão formar um casal bastante adorado e amado pelos fãs de A Million Little Things.

Somado a isso, embora ele tenha decidido em tirar a própria vida, Jon não deixou a família, tampouco os amigos desamparados, pelo menos no aspecto material. Regina, por exemplo, ganhou um restaurante, ao passo que Delilah e os filhos – Sophie Dixon (Lizzy Greene) e Danny Dixon (Chance Hurstfield) – também estão com uma estabilidade financeira. Contudo, continuamos com a dúvida cruel sobre os motivos ou o grande motivo de ele ter feito isso: será que ele tinha depressão? Será que o nosso protagonista descobriu a traição da esposa, afinal de contas, antes de cometer o ato, ele ligou para o Eddie? Será que ele estava envolvido com algum crime ou com alguma dívida? O que será que tinha dentro daquele envelope azul que a secretária dele, Ashley Morales (Christina Ochoa), fez questão de esconder de tudo e de todos, assim como o fato de ela ter apagado arquivos do computador do escritório? Não resta a menor dúvida de que a querida sabe de algo, porém tenta excessivamente esconder a informação. Será que ela tinha um romance às escondidas com Jon? Ufa… O Piloto só jogou as dúvidas no ar, bastando-nos acompanhar os próximos episódios para que, assim, possamos elucidar todos os questionamentos, os quais, inclusive, não são poucos.

A Million Little Things toca na essência da vida humana e nos problemas que podem acontecer na vida de qualquer pessoa, como a depressão, o suicídio, o alcoolismo, a doença, a crise no casamento… Em momento algum ela tenta ser perfeita ou extraordinária, e sim simples e cativante na mensagem que a série tenta passar para nós, telespectadores. Inclui-se nessas características personagens carismáticos e ótimos atores e o resultado não poderia ser outro: uma ótima história que toca na sensibilidade das relações interpessoais. E o mais divertido ao assistir a uma série é reconhecer os atores de outras produções, como o David Giuntoli, que estrelou o seriado Grimm; a Grace Park, protagonista de Hawaii Five-0; e o James Roday Rodriguez, de Psych. Esses exemplos nos mostram  como é gratificante e recompensador reconhecer atores e atrizes advindos de outros seriados, pois conhecemos o trabalho, a atuação e a dedicação dos artistas. Logo, o sucesso é garantido, já que a série teve ao todo 5 temporadas, tendo sido um sucesso lá, nos Estados Unidos da América (EUA), e também aqui, no Brasil, por meio do Globoplay, a plataforma de streaming da Rede Globo.

Portanto, o seriado A Million Little Things é uma ótima indicação para quem gosta de acompanhar dramas sensíveis, já que a amizade é a família que a gente pode escolher, ou seja, ela é para o resto das nossas vidas. E nada melhor do que termos uma série para ser a nossa “amiga” e, assim, acompanhá-la nos desdobramentos dos personagens, não é mesmo?! Ah, e um aviso: diferentemente de 13 Reasons Why, série que teve uma imensa irresponsabilidade ao tratar de forma equivocada a questão do autoextermínio, em “Um Milhão de Pequenas Coisas” isso não ocorre, isto é, não há uma romantização ou um incentivo à prática irreparável citada. E caso você, leitor(a), resolva dar uma chance à série, tenha a certeza que a sua pessoa terá “um milhão de pequenas coisas” especiais para acompanhar Jon e os amigos, afinal essa frase que dá nome ao seriado resulta de fato o que é a verdadeira amizade.

A Million Little Things 1X01: Pilot (EUA, 25 de julho de 2017)
Criação: DJ Nash
Direção: James Griffiths
Roteiro: DJ Nash, Dante Russo, Ashley Sims
Elenco: David Giuntoli, Romany Malco, Allison Miller, Christina Moses, Christina Ocho, Grace Park, James Roday Rodriguez, Stephanie Szostak, Tristan Byon, Lizzy Greene, Ron Livingston, Chance Hurstfield, Chris Humphreys, Constance Zimmer, John Innes, Bonnie Hay, Leeah Wong, Jamall Johnson
Duração: 42 minutos

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