Home TVEpisódio Crítica | Continuum – 1X01: A Stitch in Time

Crítica | Continuum – 1X01: A Stitch in Time

por Luiz Santiago
129 views

Uma série que faz o espectador ultrapassar a linha do “eu amo os mocinhos” já é digna de ser vista. Continuum (2012), a nova série do canal canadense ShowCase, é um bom exemplo de como desvirtuar a opinião do espectador no que diz respeito a heróis e vilões, juntando viagem no tempo e maquinações de alto nível em um mundo ultra tecnologizado. Com uma estreia que bateu recorde de audiência no Canadá, Continuum surge com um Piloto muitíssimo bem realizado, e salvo um ou outro temor sobre futuros argumentos da série, promete uma ótima temporada.

O plot inicial lembra bastante o de Time Trax (1993 – 1994), mas traz coisas muito empolgantes para eletrizar a narrativa. No ano de 2076, tudo é diferente. O Estado não existe mais e o mundo é governado por um “congresso de corporações”. Nessa sociedade visivelmente fascista e muitíssimo desenvolvida, temos a apresentação de um grupo de “terroristas” que, contra o modelo empregado pelas corporações, lutam violentamente para minar o controle dos cidadãos e acabar com a falta de liberdade através da Revolução.

Já nos primeiros minutos do episódio vemos a explosão de uma importante sede do governo e acompanhamos a prisão do grupo, até o dia que seria a sua execução. Mas algo acontece. Os “terroristas” conseguem abrir uma espécie de portal no tempo, e por engano, também trazem a policial Kiera Cameron de 2077 (entre o prólogo e esse acontecimento já são mais de seis meses decorridos) para 2012, quando toda uma história de guerra contra o futuro distópico começa a acontecer.

Tanto o roteiro do criador e novato Simon Barry quanto o diretor do episódio, Jon Cassar, conseguem fazer uma passagem admirável de 2077 para 2012. Não há propriamente dito muita sutileza, mas o roteiro não é carregado de espantos e emoções pouco críveis, nem a produção do episódio peca em efeitos especiais, fotografia, arte e figurinos. Ao contrário, há uma excelente caracterização dos dois mundos, e eu apenas lamento se a série não voltar para 2077, porque me pareceu um mundo muitíssimo interessante, seja por sua tecnologia e forma de governo, seja pela oposição dramática incrível com 2012, algo que pode tornar o show impecável.

Ao trabalhar com viagem no tempo, Continuum pula os obstáculos do clichê que envolve parte da trama e consegue se mostrar segura, relevante e promissora, ao mesmo nesse episódio piloto. O cliffhanger deixa o episódio com a sensação de “quero mais”. Ao percebermos que o futuro Alec é um legítimo canalha (ou não?), e passamos a questionar o quanto o esposo de Kiera estava envolvido com os dois lados da moeda, mais interessante se torna a história. Pedimos aos deuses do tempo que os outros nove episódios se mantenham nesse mesmo nível.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais