Aos incomodados parece realmente que a série deu uma melhorada do episódio piloto para cá. O que convenhamos, não era assim tão difícil.
Não passou muito tempo desde os primeiros eventos e uma das minhas reclamações iniciais fez efeito, Kara reconheceu que precisa de treino, mas não creio que Alex seja exatamente a professora ideal. Com tantos personagens interessantes nos quadrinhos, poderiam ao menos escolher alguém que fizesse mais sentido. É compreensível o fato de quererem estreitar os laços entre as irmãs, mas anular os poderes e a força de Kara ficou bem forçado, ainda que mais a frente os ensinamentos tenham dado bons resultados.
Foi interessante vê-la cometer erros e descobrir que não dá para abraçar o mundo com as pernas e, principalmente, por mais que seja uma super-heroína, confiança é algo que se constrói aos poucos e um exercício para a vida inteira. Agora, a fonte de tal ajuda foi no mínimo inusitada, já que partiu da própria Cat Grant que só quer que a heróina se dê bem para proveito próprio. A personagem da Flockhart faz as vezes de advogada do diabo e espero que tenha peso mais significante daqui para frente.
Dessa forma o episódio inteiro foi pautado em cima do título Stronger Together num claro discurso da protagonista em querer se distanciar do primo enquanto herói, mas que meio que saiu pela culatra ao esbanjar frases utilizadas pelo próprio em diferentes momentos. Os roteiristas precisam decidir se ela vai mesmo seguir outro caminho ou se vão ficar pegando essas referências do homem de aço emprestadas vez ou outra.
Com isso vemos Kara, espertamente, aliar seus amigos e acabar com os segredos de identidade. Criando assim uma união mais forte entre todos eles e a necessidade mútua de se ajudarem e, com isso ajudarem-na a ser uma heroína melhor e mais completa. Óbvio que tal tarefa não será fácil e temos o surgimento de Maxwell Lord um bilionário tecnológico e pró-causas verdes que irá bater de frente com a Cat Grant e também com a Supergirl. Podemos esperar mais dele nos próximos episódios com certeza.
Agora, vamos às questões familiares e a gêmea má.
Verdade seja dita? Essa parte ainda está pessimamente construída, tal qual as motivações da General Astra. Ok, sabemos sobre a prisão com todos os super vilões que saiu da zona fantasma e que de alguma forma Astra está tentando junta-los para lutar em prol da sua causa que seria “salvar o planeta”. Mas, o que exatamente ela quer dizer com isso ninguém sabe. Outro ponto fraco foi a luta entre as duas e os pontos de estouro quando a Supergirl é atirada no chão que não fazem o menor sentido. O concreto deveria quebrar e fazer um buraco e não estufar e crescer como uma cama. Meus conhecimentos de engenharia são, bem, basicamente nulos, mas creio que não deveria acontecer assim. Fora que foi uma luta fraca e extremamente ensaiada. Ok, elas devem ser coreografadas, mas não podem parecer assim para o público.
E que história é essa de ninguém conhecer kripitonita nesse mundo? Só o Henshaw sabe disso e ainda por cima, o que foram aqueles olhos vermelhos? Nos quadrinhos ele perdeu a família após a queda de uma espaçonave que emanou radiação matando sua esposa e amigos e ele culpou diretamente o Superman. Será que esse é o passado dele na série? Será que é por isso que ele não gosta muito da Kara e apenas finge gostar? Perguntas e mais perguntas.
No geral, mesmo com as eventuais falhas, foi um episódio mais coeso do que o piloto. É aguardar para saber quais serão os próximos passos da Supergirl.
Supergirl 1X02: Stronger Together (EUA, 2015)
Showrunner: Andrew Kreisberg, Greg Berlanti e Ali Adler
Direção: Glen Winter
Roteiro: Greg Berlanti, Ali Adler, Andrew Kreisberg
Elenco: Melissa Benoist, Mehcad Brooks, Chyler Leigh, Jeremy Jordan, David Harewood, Calista Flockhart, Peter Facinelli, Laura Benanti, Chris Vance, Rich Ceraulo, Justice Leak, Eric Steinberg, Malina Weissman, Jay Jackson, Pilar Holland
Duração: 43 min.