Há tempos os fãs anseiam por uma série que substitua a saudosa Firefly que foi promovida ao status de cult com apenas 1ª temporada. Ainda que Dark Matter seja uma comparação bem abaixo, consegue entreter e ser fiel ao que se propõe.
Navegando no espaço está a nave Raza com seis tripulantes que acordam sem saber como foram parar ali ou mesmo quem são. Sem memória alguma, contando apenas com o instinto, eles se nomeiam através da ordem na qual foram despertando, logo, conheça a tripulação de Um a Seis. Dois é a líder da equipe. É ela a responsável por manter a ordem e também é a que mais possui conhecimentos do funcionamento da Raza. Um e Três vivem as turras, já que Três faz o típico cauboi do espaço e acha que qualquer problema dá para resolver no braço. Quatro é intropesctivo e prefere passar seu tempo treinando com a espada. Cinco é apenas uma adolescente que entende bastante de eletrônica, circuitos e computadores. E por último, Seis, o mais tranquilo de todos e que sempre aparece como voz da razão. Aos poucos, terão que lidar com a desconfiança que existe entre eles, principalmente quando a Androide descobrir que são bandidos procurados pela Autoridade Galáctica. Dessa forma só os resta vagar pelo espaço, aceitando propostas de trabalho duvidosas, enquanto remontam as peças de suas memórias que parecem estar dentro da cabeça de Cinco.
Ainda que esteja longe de ser um arrombo no gênero de ficção científica como Star Trek e similares, a construção simplista dos personagens e o mistério envolto em suas identidades acabam por prender o espectador ao seriado que conta também com o fato positivo de possuir apenas 13 episódios.
A cada semana aprendemos um pouco mais sobre o passado deles e como muitas vezes é difícil abandonar a própria natureza. Pois, ao terem suas memórias apagadas foi quase como se ganhassem uma segunda chance para fazer tudo de novo, mas, de um jeito ou de outro, sempre voltam aos velhos hábitos. Além do mais, a primeira impressão nem sempre é a que fica, pois descobrimos que não são tão maus assim e que na verdade, podem ter sido vítimas de um plano bem maior do que pensavam. Afinal, Quatro que pensava ter matado o Imperador de uma dinastia japonesa é na verdade o herdeiro ao trono e não foi o responsável pela morte do pai. Apesar de sua pose de durão, Três é bem sentimental e larga a vida de mercenário por causa de um amor. Seis procura vingança contra aquele que matou centenas de pessoas e desvirtuou sua causa. O Um é provavelmente o mais certinho de todos e está se passando por outra pessoa para vingar a morte de alguém da qual ele nem se lembra mais. E a Cinco, garota que vivia nas ruas, passa a ver nesse grupo de estranhos um lugar para chamar de seu.
O que mais peca em Dark Matter são os cenários. De algum modo esse futuro intergalático parece mal elaborado algumas vezes, em especial quando eles saem da nave para atracar em outro planeta. O interior da Raza é interessante e lembra a Nostromo depois que o Alien resolve dar o ar da graça. Até mesmo o design externo da nave é similar àquela criada por Ridley Scott. Sem deixar de mencionar o fato da Cinco se arrastar pelos dutos de ventilação. Somando esses pontos, fica bem claro a homenagem que pode ter sido intencional ou não.
O futuro da série ainda é incerto, mas o último episódio deixou um gancho considerável para a segunda temporada. Se Dark Matter irá se sustentar por muito tempo? É difícil prever. Mas, vale como entretenimento.
Dark Matter – 1ª Temporada (Canadá – 2015)
Showrunner: Joseph Mallozi, Paul Mullie
Roteiro: Trevor Finn, Robert C. Cooper, Martin Gero, Joseph Mallozi, Paul Mullie
Direção: Vários
Elenco: Marc Bendavid, Melissa O’Neil, Anthony Lemke, Alex Mallari Jr., Jodelle Ferland, Roger R. Cross, Zoie Palmer
Duração: 42 min por episódio