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Crítica | Avengers Origins: Ant-Man & The Wasp

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

Confesso que quando iniciei minha leitura de Avengers Origins: Ant-Man & The Wasp não acreditava que a origem de ambos os super-heróis poderia ser contada, de maneira funcional, em apenas trinta e três páginas – esperava algo extremamente acelerado e sem a menor construção de personagem. Felizmente eu estava errado. Não que, de fato, não exista um ritmo notadamente mais veloz na obra, mas o roteiro de Roberto Aguirre-Sacasa consegue utilizar esse fator magistralmente, abordando não só as capacidades de ambos os heróis, como suas motivações por trás da investida nessa nova vida.

antmanwasp2pcSem grandes delongas, o texto se inicia com o primeiro ponto de ruptura na vida de Henry Pym, a morte de sua esposa, Maria, em Budapeste. Assolado por pesadelos que constantemente lembram de sua perda, o cientista agora busca financiamento para sua grande pesquisa: o desenvolvimento de partículas subatômicas que possibilitam a redução em tamanho de objetos inanimados e até mesmo tecido vivo. Não obtendo êxito, porém, ele decide continuar seus experimentos em casa e, após ser bem sucedido em reduzir seu próprio tamanho acaba se deparando com uma epifania ao entrar em contato com uma formiga que acaba o ajudando. Henry agora investiria na comunicação com esses insetos, levando-o a se tornar o Homem-Formiga.

A obra, porém, não se resume a apenas o surgimento do herói, isso é feito até a metade das poucas páginas, a partir daí já vemos algumas de suas ações, até se tornar uma figura conhecida em Nova York. Utilizando poucos quadros e ações resumidas o roteiro consegue ser facilmente transcrito para a imagem, a aceleração se torna algo fluido, orgânico que consegue nos fazer entender o personagem sem perdermos nossa imersão. Temos, também, é claro, a origem da Vespa, algo que também funciona sem maiores problemas, minha única ressalva é em relação à rápida aceitação de Janet para ter seu corpo alterado – algo, felizmente, minimizado pela ênfase dado à personagem ao longo do quadrinho.

antmanwasp3pcNão seria justo, porém, dar todo o mérito do funcionamento de Avengers Origins apenas para Roberto Aguirre-Sacasa, já que a arte de Stephanie Hans é não menos que essencial para a obra. Utilizando um traçado que mimetiza pinturas a óleo, cada quadro passa a funcionar por si só, com ações bem resumidas e fechadas em si próprias. Com isso, as constantes elipses são disfarçadas, possibilitando o não estranhamento por parte do leitor. Além disso, o traço empregado nos passa uma sensação de flashback, como se olhássemos velhas recordações a fim de (re)descobrirmos o passado desses dois heróis.

Dito isso, não há como não sermos cativados por Ant-Man & The Wasp, uma bela maneira de conhecermos um pouco mais desses dois personagens da Marvel, especialmente para quem nada leu de qualquer um deles, funcionando como uma ótima introdução para o novo filme. Acima disso, porém, trata-se de uma leitura que não pode ser deixada de lado, contando com uma arte nada menos que imersiva, que nos faz observar cada quadro atentamente, mais uma vez retomando o caráter de pintura a óleo da qual ela se assemelha. Mais uma vez, felizmente eu estava errado em minhas dúvidas iniciais.

Avengers Origins: Ant-Man & The Wasp (EUA, 2011)
Roteiro: 
Roberto Aguirre-Sacasa
Arte: 
Stephanie Hans
Cores: 
Stephanie Hans
Editora (nos EUA):
Marvel Comics
Editora (no Brasil):
Não publicado
Páginas:
33

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