No clima dos textos de Leonardo Campos sobre a história do videoclipe e lançamento de seu livro, Madonna Múltipla, nossa equipe teve a ideia de listar videoclipes. Mas que temática escolheríamos? Bem, resolvemos falar dos videoclipes mais pessoais para cada um de nós, os que mais amamos. O resultado foi uma lista que contém tanto os mais clássicos videoclipes, quanto alguns novos e outros nem tão conhecidos, mas que merecem uma conferida. Confira a lista a seguir feita por Luiz Santiago, Ritter Fan, Gabriela Miranda, Filipe Monteiro, Handerson Ornelas e Melissa Andrade. E se faltou aquele seu clipe preferido, comente nos comentários! Aproveite essa viagem pelo audiovisual!
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Luiz Santiago
Alex Gaudino Feat. Christal Waters – Destination Calabria
Esse clipe é simplesmente incrível. É um dos mais sexys que eu já vi e isso bastaria para que ele aparecesse na minha lista. Mas existe também um fator afetivo. O single foi lançado em 2006, quando eu tinha 19 anos, e me acompanhou por uma porrada de baladas. Ah, velhos tempos…
Bob Sinclar – World, Hold On
World, Hold On é uma graça! Além da música ser ótima, a história contada é interessante e, mais uma vez, tem a ver com um fator bastante pessoal. Quando eu era criança eu queria ser astronauta. Aliás, tenho até hoje protótipos de foguetes que eu construí e tal. Meus projetos de ciências na escola ou tinham alguma coisa a ver com dinossauros ou com foguetes, viagens espaciais, alienígenas, e por aí vai. Quando esse clipe foi lançado, em 2006, eu vi e fiquei em choque. Era como ver a mim mesmo, quando criança, brincando de conquistar o universo. Definitivamente um dos meus favoritos.
Queen – I’m Going Slightly Mad
Queen é a minha banda favorita e o grupo responsável pelas minhas músicas favoritas de todos os tempos que são Bohemian Rhapsody e Somebody To Love. Fica claro, com isso, que eu precisei me controlar bastante para não fazer 5 indicados só do Queen. Vontade não me faltou, mas acho que isso pode ir para uma outra lista… O motivo de eu ter escolhido I’m Going Slightly Mad é porque eu o acho genial em termos de absurdo e concepção visual. O clipe é engraçado, a música é engraçada (de certa forma)… enfim, acho que depois do meu Hors Concours, esse é mesmo o meu clipe favorito da banda (e confesso que isso espantou até a mim. Não tinha parado pra pensar nisso antes de fazer essa lista).
Eminem Feat. Dido – Stan
Stan é uma das músicas mais geniais do Eminem. Uma letra pungente e uma parceria sensacional que ele fez com a Dido, gerando uma das histórias mais cruéis e, infelizmente, verdadeiras. Existem duas versões desse clipe e eu gosto das duas, mas, por questões… digamos… cinematográficas, prefiro a versão longa, com todas as cenas que trazem o teor do curta-metragem mesmo. Ah, claro, nem preciso dizer que existe um fator pessoal. Este música povoou os meus dispositivos de música por muito tempo e está até hoje em minha playlist do carro chamada “Músicas para quando pegar a Rodovia”.
Adele – Rolling In The Deep
Música-chiclete + clipe puro “cool-art”. Como resistir? Quando o disco “21”, da Adele, foi lançado, no final de 2010, era quase impossível não ouvir a música ou ver o clipe em tudo quanto era lugar. Muita gente “pegou nojo” da canção por conta da repetição e muita gente adorou pra sempre. Como eu. E eu acho a concepção do clipe interessantíssima, mesmo que não seja algo que, de fato, conte a história. É um misto de surrealismo com dadaísmo que me agrada bastante. Sem dúvidas, um dos meus favoritos.
Menção Honrosa: Amy Winehouse – Back To Black
Junto com In My Bed, Back To Black é uma das canções que eu mais gosto da Amy Winehouse e esse clipe tem simplesmente tudo a ver com a artista, além de ter ótima fotografia.
Menção Honrosa: Emeli Sandé – Clown
Parte do meu álbum favorito de 2013, Clown é uma canção emotiva, tocante, sentimental. Ela é o tipo de música que toca cada ouvinte de uma maneira especial. E o clipe, dialogando com o cinema mudo e filmes como O Martírio de Joana D’Arc (do Dreyer) e O Conformista (Bertolucci), tem, para mim, um valor artístico grande, portanto, não poderia deixar de citar aqui.
Hors Concours: Queen – I Want To Break Free
Já falei que o Queen é a minha banda favorita, certo? Pois bem, agora tem esse clipe, que é, definitivamente, um dos mais engraçados e criativo — especialmente se você considerar a época em que foi feito — do século passado. Simplesmente incrível!
Hors Concours: Village People – YMCA
Por que eu coloquei esse clipe como Hors Concours? Hahaha. Se você esteve no planeta Terra nos últimos 15 ou 20 anos, você vai saber. Sem mais.
Ritter Fan
Faith No More – Epic
Esse foi meu primeiro contato com o Faith No More. Eu e meus amigos mais próximos. Ficamos completamente viciados com aquele cantor de voz meio esganiçada, uma letra louca (para a época) e um ritmo que alternava incrivelmente. Decoramos cada estrofe, cada movimento de Michael Patton e saímos à caça do álbum, The Real Thing, somente para repetirmos o processo outras várias vezes, até explodirmos em gritos em uníssono no Rock in Rio no dia 20 de janeiro de 1991.
Warrant – Cherry Pie
Eu sei, eu sei, mas essa lista é pessoal. Não adianta reclamar da minha escolha! Além do mais, a lista não é de músicas favoritas e sim CLIPES favoritos! Mais calmos? Pois bem: Cherry Pie, do Warrant, clipe de 1990, com a Bobbie Brown provocante ao limite da sanidade, é de fazer marmanjo babar. E eu babei. Babei, babei, babei. E pronto!
Dire Straits – Money For Nothing
Um hino da MTV. Uma grande música. Um maravilhoso clipe. Computação gráfica de TK85, mas performance explosiva. Mark Knopfler no auge de sua forma e o Dire Straits estourando nas paradas!
Madonna – Papa Don’t Preach
É difícil dizer porque escolhi exatamente esse clipe de Madonna, mas acho que é porque ele marca o que considero seu crescimento como rainha pop. Uma letra madura escrita por Brian Elliot (e dela), um clipe sério, uma transformação corporal na cantora e, claro, o excelente Danny Aiello.
George Michael – Father Figure
Uma mulher fatal, um motorista de táxi com barba meticulosamente mal feita, cigarro na mão, brinco de cruz. Voz sussurrada. Estética noir, pero non troppo. Tudo para dar errado. Mas George Michael pós-Wham! mostra a qualidade de suas letras com um clipe hipnotizante que marcou época.
Menção Honrosa: Run DMC e Aerosmith – Walk This Way
Combinação improvável, mas incrivelmente frutífera em um clipe que faz Steven Tyler cantar hip-hop e o RUN-D.M.C. rock. Um clipe para não deixar ninguém ficar sentado.
Menção Honrosa: Duran Duran – Hungry Like the Wolf
Um clipe cinematográfico, um grupo que fez história, um diretor para lá de cult – Russel Mulcahy – que dirigira Razorback e Highlander. Um resultado inebriante filmado em Sri Lanka! Clipes assim não se fazem mais…
Handerson Ornelas
Paralamas do Sucesso – Ela Disse Adeus
Percebi que estava faltando algo nacional nessa lista. Então escolhi o clipe que talvez seja um dos mais pessoais para mim. Vindo da primeira banda que me fez olhar o mundo da música de um jeito diferente. Eu tinha esse clipe em um MP4 e achava o máximo, em uma época que não imaginava um dia ver smartphones com tantas funções audiovisuais. Além de ser uma das melhores canções do Paralamas, o clipe possui Fernanda Torres e todos os integrantes da banda brigando pelo seu amor em um clássico estilo filme preto e branco. A cereja do bolo é sua vingança contra cada um.
Red Fang – Wires
O Red Fang incorporou todo o estilo rock’n roll, definitivamente. O grupo exala autenticidade e loucura, seguindo a tradição de bandas de Southern Rock e Stoner a banda faz questão de mostrar o amor pela bebida e pela adrenalina em seus clipes. O clipe de Wires é uma das coisas mais loucas e divertidas que você vai ter oportunidade de assistir. Depois de receber um cheque de 5000 dólares pela gravadora para os custos com o videoclipe, eles resolvem gastar esse dinheiro da forma mais bizarra possível. Se prepare para pirar a partir dos 3:50…
Arctic Monkeys – Do I Wanna Know?
Antes dos Macacos Árticos virarem modinha, lembro de quando saiu esse clipe, divulgando o aguardado AM. Viciei na canção e no clipe e aquilo foi motivo pra levar minhas expectativas do álbum ao topo. A batida contagiante e os riffs geniais fazem de Do I Wanna Know? uma das melhores canções do grupo, mas, sobretudo, o videoclipe da faixa é um destaque a parte. Chamar de psicodélico é pouco. Pegar toda a aura rock’n roll setentista, colocar no clipe com as animações mais loucas possíveis e ainda continuar soando indie rock pode ser chamado de um trabalho incrível.
Pink Floyd – Another Brick In The Wall
Antes de conhecer a fundo o Pink Floyd essa era única canção que eu havia conhecimento. Me lembro de assistir ao clipe na MTV, fato que me fascinou e assustou ao mesmo tempo. A crítica direta que a banda faz ao processo de alienação e ao sistema educacional é bastante forte. O processo fabril de criação humana, passando pelas cenas da marcha de crianças desabando em uma máquina que produz carne soa forte demais, principalmente unida à canção. E pra terminar, o coral de crianças cantando refrão e se revoltando contra o sistema. Um dos clipes mais famosos e aclamados da história do rock.
Cyndi Lauper – Girls Just Want To Have Fun
Cyndi Lauper e um dos clipes mais divertidos que existe na face da Terra. Esbanjando anos 80 ao máximo, com direito até a aqueles efeitos visuais bizarros, Cyndi mostrou autenticidade em um clipe que serve como definição de música pop. Irreverente, serviu de molde pra muitas cantoras atuais. Esse não poderia faltar aqui!
The Muppets – Bohemian Rhapsody
Já ia colocar a fantástica canção do Queen quando me lembrei dessa versão. Uma bela e divertida homenagem feita pelos fantoches mais queridos do mundo do cinema.
Menção Honrosa: A-ha – Take On Me
Eu não me perdoaria se deixasse esse de fora. As interações entre desenhos, rabiscos e pessoas marcam a clássica canção que botou o A-ha na história dos anos 80.
Menção Honrosa: Michael Jackson – Ghosts
O artista que mais marcou a história dos videoclipes, isso você pode ter certeza. Falar do tema é sinônimo de falar de Michael Jackson. Aqui nessa lista já entraram Thriller e Smooth Criminal, mas a maior das produções de videoclipe do cantor, infelizmente, não é tão conhecida assim. Ghosts é uma super produção que virou um curta metragem e um videoclipe sensacional que poderia até ser chamado de Thriller 2.
Hors Concours: Michael Jackson – Thriller
Clássico eterno. É óbvio que entraria aqui não é?
Gabriela Miranda
Badly Drawn Boy – Silent sigh
Sempre que ouço essa música me lembro do filme para qual ela foi feita. About a Boy é um filme que marcou e continua sendo um favorito, sempre revisitado. E eu adoro o fato de que esse clipe dialoga com a fita ao compor a narrativa visual a partir da morte do tal pato que o Marcus mata com o pão feito pela mãe dele. A memória do pato entrega cenas do filme e cenas do próprio Badly Drawn Boy. É uma ótima sacada de storytelling.
Passion Pit – The Reeling
Efeitos de papel (recortado, amassado e picotado), atmosfera deslocada (que combina com a letra) e uma noitada cheia de cores desbotadas, o que não gostar? Este deve ser um dos clipes mais inspiradores para mim, sempre que quero arranjar fôlego procuro ele. A batida, o som eletrônico que parece que vai dar um ritmo descoordenado, as colagens combinadas com uma narrativa despojada é bem 2009, ano do lançamento do single.
Emilie Simon – Franky’s Princess
O álbum Franky Knight é um tributo ao noivo de Emilie Simon, François Chevallier, que morreu por gripe aviária. Não é a primeira vez que Simon faz referencia a si mesma nos moldes de boneca, mas desta vez ela vira uma massinha em stop motion. Músicas deste álbum foram usadas como trilha para o filme A Delicadeza do Amor, onde as letras de Simon, carregadas de saudade e dor, parecem encorpar o processo de perda presente na fita a partir do ritmo, que começa desacelerado e depois acelera para voltar a algum equilíbrio.
Marika Hackman – Bath Is Black
Sobre impureza. Uma música com pegada mais pop vindo de Marika e com um clipe forte como este merece entrar na minha lista. Aqui a imagem da banheira turva é um representação dos arrependimentos, da ilusão de que você consegue se desvencilhar ou purificar com água fria e sabão velho. A história é bem densa e leva a criar diversas interpretações, é disso que gosto mais.
Sia – Chandelier
Nem tem o que dizer. Essa menina dança muito no clipe. A coreografia exala narrativa. A música é impactante e a letra devastadora. É uma explosão.
Jeff Buckley – Grace
Filmado em sépia, este clipe do Jeff Buckley não tem nada demais além do fato de ser um registro de uma das músicas que marcaram a história. O álbum Grace é o único completo gravado em estúdio pelo músico e recebeu grande notoriedade no meio musical nos anos 90. A morte prematura de Buckey levou consigo a expectativa que exista em torno da carreira promissora. Simplesmente sensacional.
Menção Honrosa: Maroon 5 – Sugar
Porque penetras de casamento nunca foram tão bem-vindos. Uma ação midiática de sucesso.
Menção Honrosa: Mark Ronson – Uptown Funk ft. Bruno Mars
Essa música é muuuuito boa e não dá para ficar parado com ela tocando. Bruno Mars é uma mistura de diversos astros dos anos 80 e ainda assim consegue ser mainstream.
Filipe Monteiro
The Killers – Mr. Brightside e Miss Atomic Bomb
Em 2004, a banda americana de rock alternativo The Killers surpreendeu a todos com o videoclipe de Mr. Brightside, um dos grandes sucessos de seu álbum de estreia The Fuss. O estrondoso sucesso do videoclipe deve-se à coerente poética circense e vitoriana que ambienta uma história de amor, obsessão e paranoia das mais clássicas. Mr. Brightside já era por si só uma obra completa, até que oito anos depois, no fim de 2012, a banda nos presenteia com Miss Atomic Bomb. A canção resgata a mesma situação apresentada em Mr. Brightside sob uma perspectiva mais nostálgica e ainda mais conceitual. Pode-se dizer que os dois clipes juntos constroem uma história que atravessa tempos e, ainda assim, mantém-se atemporal. Vale lembrar que o elenco principal dos dois clipes é o mesmo: o vocalista Brandon Flowers, a belíssima atriz polonesa Izabella Miko e o ator Eric Roberts, antagonista da trama.
Aerosmith – Crazy
Antes de ficar famosa com o sucesso As Patricinhas de Beverly Hills, Alicia Silverstone ficou conhecida, no início dos anos 90 como a Aerosmith Chick. A atriz protagonizou três videoclipes da banda: Cryin’, Crazy e Amazing. Dentre os três, elegi Crazy por uma razão muito nobre: Liv Tyler. Junto de Silverstone, a filha do vocalista Steven Tyler encanta a todos em um dos clipes precursores do sexy sem ser vulgar.
Michael Jackson – Smooth Criminal
Michael Jackson não pode, nem deve, ficar de fora em nenhuma lista de clipes que se preze. O cantor é conhecido por ter sido uma das personalidades mais vanguardistas em seus clipes, que sempre eram super produções. Quando assistimos aos clipes de Michael Jackson, a dificuldade maior é sempre selecionar o melhor. Aqui não foi diferente. Optei por confiar que meus colegas não deixariam de creditar produções mais conhecidas do cantor e resolvi destacar uma não tão famosa quanto Thriller e Bad, mas igualmente genial. O videoclipe ambienta com suspense, mistério e impecáveis coreografias, uma das minhas canções favoritas do cantor.
Men At Work – Down Under
Se, por um lado, super produções como as de Michael Jackson marcam gerações, produzir um clipe memorável capaz de tornar-se a cara de uma nação é ainda mais difícil. No início dos anos 80, Men At Work lançava Down Under, hino nada oficial da Austrália, cujo clipe mostrou ao mundo inteiro, com bastante sarcasmo, humor e nada de cangurus ou coalas, as coisas simples que podem definir o que é ser australiano. A produção de baixíssimo orçamento já atravessa mais de três décadas e é evidência da genial sátira que a Men At Work fazia consigo mesma.
Coldplay – The Scientist
Por que alterar a ordem das coisas pode fazer toda a diferença!
Menção Honrosa: Psy – Gagnam Style
O que poderia ser melhor do que um clipe mega engraçado, com dancinhas contagiantes e que, como nunca antes, apresentou o K-Pop ao mundo? Tudo isso somado a mais de 2 bilhões de visualizações e 8 milhões de likes no You Tube.
Menção Honrosa: The Beatles – Something
Linda McCartney, Pattie Boyd, Maureen Cox e dá até pra simpatizar com a Yoko Ono num clipe tão legal.
Melissa Andrade
P!nk – Try
Além de ser minha cantora/artista favorita, essa música e clipe são opostos que se atraem, forte e sensível conseguindo transmitir a fundo uma mensagem belíssima de resiliência e perseverança.
Britney Spears – Baby One More Time
Ok, antes que atirem pedras me deixe explicar. Nem o clipe e nem a música são obras de arte, mas Miss Spears foi a responsável por abrir as portas do mundo pop para mim e por isso tenho um grande carinho pelo clipe e pela música.
Clean Bandit – Rather Be
Foi uma das primeiras vezes que depois de anos sintonizei na MTV e estava passando esse clipe. Primeiro achei que fosse comercial, mas logo vi que não e me apaixonei pela música, pelo clipe e pela banda.
Nico & Vinz – Am I Wrong
A letra é muito boa, o cenário é lindo e acaba passando uma mensagem interessante se prestar bem atenção.
Ed Sheeran – Sing
Sheeran tem uma voz belíssima e o clipe é bem legal com o divertido fantoche.