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Crítica | Grimm – 3ª Temporada

por Filipe Monteiro
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É no mínimo ultrajante negar a evolução de Grimm desde sua primeira temporada até agora. Se em 2011 a série estava ainda em sua fase embrionária, buscando um lugar seguro para fincar sua história, hoje, ao fim da sua terceira temporada, Grimm surpreende com um roteiro concreto e uma linha narrativa muito melhor planejada.

A terceira temporada consegue atender a todas as demandas do público alvo. Aqueles que gostam de novidades, encontram novos personagens e novos núcleos. Aos que gostam de romance, Monroe e Rosalee são um prato cheio e estão mais unidos que nunca. Para atender às mentes curiosas, a terceira temporada é a que mais se aprofunda na história da mitologia Wesen.

O amadurecimento da série é perceptível em uma gama de aspectos. Talvez eu esteja apenas de bom humor e tenha decidido relevar alguns pequenos detalhes, mas foi impressão só minha ou até mesmo os efeitos visuais nesta temporada estão melhores?

Outro progresso está na boa sincronia entre roteiro, direção e edição. David Giuntoli, que sempre se mostrou apenas satisfatório na pele de Nick, nunca esteve tão bem, como agora. O mesmo destaque deve ser dado a Claire Coffee que, com absoluta certeza, foi uma das responsáveis por salvar Adalind do marasmo que estava rondando a personagem.

Alguns arcos ganham relevância à mesma medida em que outros perdem consistência. A relação entre Monroe e Rosalee vai se estreitando e o nicho desempenhado pelos dois na trama acaba por ficar restrito às dinâmicas de um casal pré-casamento. Isso é um tanto decepcionante, visto que a parceria de Monroe e Nick relacionada à teia narrativa Grimm – Wesen é muito mal aproveitada.

A arco da Família Real vai perdendo destaque gradativamente ao longo da temporada para dar lugar a um dos núcleos mais relevantes: a história de Adalind e os percalços que envolveram o nascimento de Diana, sua filha. É interessante acompanhar o desenvolvimento da personagem que foi ganhando espaço aos pouquinhos desde a primeira temporada.

A relação entre Kelly, a mãe de Nick, e outros personagens também é abordada em alguns episódios e, como sempre, surpreende. O maior ganho que Grimm teve nesta temporada está, porém, na inclusão de Trubel ao elenco. A relação que a personagem compartilha com Nick remete à curta, mas significativa, participação de Tia Marie na história. O protagonista prova que  soube se virar bem e aprender um bocado sobre sua origem ao servir de mentor a uma nova Grimm.

A temporada seria muito bem sucedida, se não fosse por um pequeno, mas rentável, incômodo. Quando a série começa a apontar novas guinadas e o seu conteúdo passa a ser suscetível a novas respostas, os episódios são tomados por uma onda que parece nunca ter fim de casos da semana. Devo reconhecer a importância de episódios como esses para agregar informação à enciclopédia Wesen, mas também não se pode negar que o papel disso tudo na enrolação de desenvolvimento. A sensação que temos ao fim de cada temporada de Grimm é que todo aquele enredo, desgastado no decorrer de 22 episódios, poderia ser contado tranquilamente em 10.

Todos os ganchos da terceira temporadas são muito bem aproveitados até o momento de sua conclusão. E se engana quem pensava que o episódio de casamento de Monroe e Rosalee seria calmo. É com adrenalina de sobra que este terceiro ano de Grimm chega ao fim. Não nego que estou da torcida para que os casos da semana sejam deixados um pouco de lado na próxima temporada. Assim, a história tem mais espaço para se aproximar do fim sem sofrer desgastes e prolongamentos.

Grimm (EUA, 2013 – 2014)
Showrunners: Stephen Carpenter, David Greenwalt e Jim Kouf
Direção: Norberto Barba, Karen Gaviola, John Behring, Aaron Lipstadt, Tawnia McKiernan, Terence O’Hara, David Solomon, Allan Kroeker, Steven DePaul, Darnell Martin, Eric Laneuville, Peter Werner, Rashaad Ernesto Green, Clark Mathis, Rob Bailey, Paul A. Kaufman
Roteiro: Stephen Carpenter, David Greenwalt e Jim Kouf
Elenco: David Giuntoli, Russel Hornsby, Silas Weir Mitchell, Bitsie Tulloch, Regie Lee, Sasha Roiz, Bree Turner, Claire Coffee
Duração: 924 min.

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