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Crítica | Glee – 5X12: 100

por Rafael W. Oliveira
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Se lá no início ninguém imaginava o sucesso que Glee faria em meio ao público jovem/adolescente (e até mesmo entre alguns adultos), era mais difícil ainda acreditar que a série chegaria, um dia, ao seu centésimo episódio. Foram cinco temporadas que nos proporcionaram risos, lágrimas, gritos, decepções, e muita, muita música pelos corredores do colégio McKinley High. Sabendo da importância que a série possui na vida de muita gente (eu, particularmente, tenho uma relação intensamente pessoal com Glee), nosso querido Ryan Murphy transformou este episódio 100 numa espécie de tributo da série para a própria série, com o antigo e o novo New Directions relembrando as melhores performances já feitas pelo grupo, enquanto que todos começam a se preparar para dar o adeus definitivo ao clube após sua derrota nas Nacionais.

Talvez pela abordagem mais superficial que a série vem adotando desde sua 4° temporada (e que está ainda mais evidente nesta), o episódio possa soar um tanto apressado e desleixado em sua narrativa. Compreende-se que 43 minutos são pouco para apresentar, desenvolver e fechar os plots de maneira satisfatória, algo que se torna ainda mais difícil com uma gama de personagens tão grande. Não à toa, este foi anunciado apenas como a primeira parte do centésimo episódio, o que nos dá esperanças de que a segunda parte feche alguns arcos de maneira mais coerente.

De qualquer forma, o ponto-chave do episódio está na nostalgia despertada ao longo de suas performances que relembram algumas das canções mais marcantes das primeiras temporadas, com o objetivo de trazê-las com novos arranjos, mas sem perder o espírito de animação. A primeira da lista é Raise Your Glass, cantada pelos Warbles (ou melhor, por Blaine e seus seguidores) lá na segunda temporada. Embora esteja bem longe de estar entre as minhas 100 favoritas, por exemplo, gostei da mistura entre as vozes de Matthew Morrison e Kristin Chenoweth, que trouxeram uma nova roupagem mais agradável para a música. Aliás, muito bom reviver novamente os momentos em que April enchia Will de esperanças para, em seguida, decepcioná-lo novamente. E sempre com um garrafa de bebida na mão.

O tão comentado retorno de Quinn, desaparecida desde sei-lá-qual-episódio da quarta temporada, fez jus a todas as expectativas e nos agraciou com o brilho e a graça desta que sempre foi uma das personagens mais adoráveis da série. Ver novos flertes seus com Puck não apenas nos faz lembrar do envolvimento entre os dois na primeira temporada, como também nos faz perceber que, no fundo, aqueles dois personagens nasceram para ficar juntos. Quando Puck diz que acredita que Quinn é sua alma gêmea, concordamos, pois é justamente nesta afirmação que acreditamos. E como foi difícil não chorar na performance de Keep Holding On! Apesar de Puck não ter uma das melhores vozes, Mark Sailling soube se adequar ao novo arranjo da canção, além do New Directions reprisando a coreografia da performance original, o que foi capaz de nos deixar tão chorosos quanto Quinn naquele momento.

E com Quinn de volta, obviamente que Ryan Murphy não perderia a oportunidade de reunir a Trindade Profana novamente, e embora tenha faltado um pouco mais de interação entre o trio fora da parte musical, foi difícil segurar o coração com a reprise de Toxic, com uma coreografia ainda mais ousada e sexy, como deveria ser. O novo arranjo com um estilo tango ficou nada menos que excelente.

E aproveitando a deixa, também não há como não comentar sobre Brittana, e mais ainda, sobre o retorno de Brittany, que desde sua saída, tem feito falta com seus diálogos fora de hora e tresloucados, mas sempre divertidos e absurdamente geniais. Mas sendo o cara esperto que é, e sabendo o que o público realmente que ver, Brittany ressurge com toda a pompa, arrasando nos passos de dança (não segurei os gritos em Valerie), proferindo novas tiradas genialmente nonsenses, levando Rachel e Mercedes para o melhor talk show do qual se tem notícia, o Fondue For Two, e reacendendo sua química com Santana. Não seria exagero afirmar que foi o retorno mais completo e satisfatório do episódio.

Ressuscitar a antiga rivalidade estelar entre Rachel e Mercedes também foi digno de nota, impossível não se divertir com os falsos elogios e os risinhos de simpatia forçados entre as duas. Mas realmente estranhei Defying Gravity, e não digo isso apenas pela presença um tanto descabida e desnecessária de Kurt no meio da performance: a música parecia exatamente igual, apenas com a voz de Mercedes em um ou outro trecho da música. Mas pelo menos foi algo melhor do que ouvir Chris Colfer tentando rasgar quase todas as notas nos trechos que cantava.

Gwyneth Paltrow dá o ar da graça nos minutos finais do episódio, trazendo novamente toda aquela sua energia contagiante com a performance da música Happy, do Pharrel Williams. Mas o melhor sobre sua aparição está mesmo é no cliffhanger que encerra o episódio e que, pelo que parece, nos trará Holly e April tentando encontrar maneiras de salvar o New Directions.

Mesmo com seus poréns, 100 se mostra um episódio satisfatório, divertido, coerente e deliciosamente nostálgico. A segunda parte do episódio promete completar ainda mais todos estes sentimentos, enquanto que nós, fãs, começamos a preparar nosso próprio adeus definitivo para o clube do coral.

Glee – 5X12: 100
Showrunner
: Ryan Murphy
Roteiro: Ryan Murphy, Ian Brennan e Brad Falchuk
Direção: Paris Barclay
Elenco: Lea Michele, Darren Criss, Naya Rivera, Chris Colfer, Amber Riley, Mark Sailling, Heather Morris, Harry Shum Jr., Jenna Ushkowitz, Kevin McHale, Matthew Morrisson, Dianna Agron, Jane Lynch, Chord Overstreet, Alex Newell, Melissa Benoist, Jacob Artist, Blake Jenner, Becca Tobin, Lauren Potter, Gwyneth Paltrow, Kristin Chewoneth, Chace Crawford
Duração: 43 min.

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