Após um pequeno hiato de três semanas (enquanto que este que vos escreve entrou numa pausa com o dobro do tempo), Glee retorna após o polêmico episódio dedicado ao finado Cory Monteith, e indo direto ao ponto, retorna decepcionando. O que não foi surpresa, obviamente, já que um episódio voltado apenas para músicas de Katy Perry e Lady Gaga (nada contra as duas) já despertava sérias desconfianças. Dois episódios tributos dentro de um? Não, não chega a ser isso, tudo não passa apenas de uma nece$$sidade de atingir o público alvo da série.
Mas venhamos e convenhamos, há outras maneiras de se conseguir chamar a atenção do público de Glee, maneiras essas que não envolvem somente performances de músicas de artistas pops e tramas claramente influenciadas por Malhação. Ryan Murphy deveria olhar novamente lá para o início e redescobrir a verdadeira fórmula que fez de Glee uma das mais agradáveis surpresas na história dos seriados.
Mas antes de nos apressarmos, preciso deixar claro que tais reclamações deste chato de galocha que vos escreve se restringe somente ao núcleo de Ohio, já que o elenco de NY mais uma vez rouba a cena (orando desde já para que os boatos de que a 6° temporada irá se passar apenas neste cenário sejam verdadeiros). Confesso que nem conhecia o rosto de Adam Lambert antes do anúncio de sua entrada na série, que dirá seu nome e sua voz. E todos sabem que em se tratando de Lady Gaga, gosto apenas de seus trabalhos iniciais como Paparazzi, Bad Romance e Telephone. Mas o cantor sambou e divou com sua performance de Marry The Night, injetando energia na música e arrancando expressões de recalque de Kurt, que veio com a ideia (sabe-se lá de onde) de montar uma banda, onde Santana e Dani, também conhecida como “Sorriso Colgate”, já fazem parte. Lamento apenas por Rachel não ter tido tanto espaço no episódio, sendo resumida apenas a alguns lamentos pela morte de Finn.
Voltando a Ohio (se dependesse de mim, não voltaríamos para lá nunca mais), e relembrando dos plots que tivemos, me dou conta do quanto os roteiristas estavam preguiçosos (assim como o Mr. Schue, parece que eles criam suas ideias minutos antes das filmagens), o que não é de hoje. A desculpa para a semana de disputas entre Gagas (vulgo Little Monsters) e Perrys não poderia ter sido mais forçada do que foi. Marley, Jake e Bree (ainda me assusto com a bizarrice desse nome) elevam o nível de irritação a níveis estratosféricos com o velho clichê da garota virginal que se recusa a perder a virgindade e acaba sendo traída pelo namorado com a líder de torcida bitch (Rachel, Finn e Santana, lembram?). Sam se confirma como o personagem sem graça que é com esse seu envolvimento sem pé nem cabeça com Penny (nem química os atores tem), e Sue mais uma vez retorna a redundância com seus pitis tão fora de hora contra o Glee Club.
Sem nenhuma performance coerente e que não seja, no mínino, vergonhosa (com exceção de Marry The Night, claro), Glee retorna com um daqueles episódios que não acrescenta quase nada, pouco diverte e apenas nos deixa ainda mais céticos sobre o retorno da série a qualidade que possuía antigamente.
PS1: a cota de destaque para Ryder já terminou, Sr. Murphy?
PS2: falando em cotas, Rachel representa a cota de héteros do núcleo de NY, correto?
PS3: o que é Adam Lambert sem toda aquela maquiagem pesada e o figurino extravagante? Um verdadeiro colírio para os olhos.
Glee – 5X04: A Katy or a Gaga
Direção: Ian Brenna
Roteiro: Brad Falchuk
Elenco: Lea Michele, Darren Criss, Naya Rivera, Chris Colfer, Jenna Ushkowitz, Kevin McHale, Matthew Morrison, Jane Lynch, Chord Overstreet, Alex Newell, Melissa Benoist, Jacob Artist, Blake Jenner, Becca Tobin, Lauren Potter, Demi Lovato, Adam Lambert, Erinn Westbrook, Phoebe Strole
Duração: 43 min.