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Lista | As Melhores Adaptações de HQs para o Cinema

por Luiz Santiago
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E depois de um longo hiato de publicações das nossas listas, voltamos agora com força total, trazendo para vocês as Melhores Adaptações de Quadrinhos já realizadas para o cinema, segundo a votação de nossa equipe. Participaram dessa escolha Dr. Ritter Manhattan, Luiz Ozymandias, Rafael Justiça Encapuzada, Sidnei Coruja e Guilherme Rorschach. Como conselheiros à distância tivemos Guilherme Comediante e Lucas Moloch.

Não esqueça de comentar também qual é a sua opinião sobre os melhores, o que achou da nossa lista, o que deveria estar, o que não deveria estar, e toda essa briga de bastidores sempre que há uma lista de melhores ou piores de alguma coisa. Boa diversão!

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Oldboy

Origem: Coréia do Sul, 2003
Direção: Chan-wook Park
Moloch comenta a obra: Baita filme! É até difícil saber por onde começar a falar sobre ele. Mas acho que começarei pelo fator surpresa. Bem, eu não tinha lido o mangá antes de ver o filme e creio que muitos espectadores também não tinham lido. Em cada bloco do filme eu me sentia surpreendido, uma coisa nova aparecia na tela, um novo elemento de violência, um detalhe importante da história que era plantado no roteiro, pistas que se juntariam e fariam do final um dos mais instigantes finais que eu já vi no cinema.

Tempos depois do filme fui atrás do mangá e posso dizer que a adaptação é digna de todos os elogios, primeiro porque pega a essência do original e transforma em algo quase divino e depois porque o filme é bem realizado em tudo, direção, arte, música e… que atores, que atores! Nem preciso dizer que este é um dos meus 10 filmes favoritos de todos os tempos e que tenho orgulho em saber que ele está nessa lista de melhores adaptações de HQs para o cinema.

X-Men 2

Origem: Canadá, Estados Unidos, 2003
Direção: Bryan Singer
Dr. Manhattan comenta a obra: O primeiro X-Men, de 2000, foi o filme que, pegando carona no sucesso de Blade – O Caçador de Vampiros dois anos antes, literalmente escancarou as portas para a era das adaptações de quadrinhos que vivemos hoje em dia (para o mal ou para o bem). Com decisões estilísticas polêmicas (para os fãs) como a alteração dos uniformes coloridos por roupas de couro preto, Bryan Singer mostrou que, por mais espalhafatosos que sejam os poderes dos heróis, um enfoque sério era possível.

Mas aí veio X-Men 2, três anos depois, e mudou tudo novamente, com uma história mais ambiciosa, efeitos melhores e um Wolverine incontrolável, além de uma mais do que sensacional abertura com Noturno na Casa Branca. Seguindo fortemente a linha narrativa clássica das HQs que se debruçava sobre William Stryker e sua sana anti-mutantes, Singer, Zack Penn e David Hayter criaram o “filme padrão de super-heróis” para os anos 2000 e também começaram a onda de “filmes sombrios” do gênero, definitivamente pavimentando o caminho para outras maravilhosas adaptações que se seguiram.

Marcas da Violência

Origem: Estados Unidos, Alemanha, 2005
Direção: David Cronenberg
Dr. Manhattan comenta a obra: Antes de ver esse filmaço de David Cronenberg, não tinha a mais remota ideia que era uma adaptação de quadrinhos. Nada de heróis (muito menos “super”), nada de ação ininterrupta, nada que desse pista que o que via diante de meus olhos era uma graphic novel. Mas o filme, contando a história da vida pacata de um homem que é mudada por um ato de violência que é obrigado a cometer, é poderoso, imprevisível e tecnicamente muito bem realizado, com atuações inesquecíveis de Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris e, claro, William Hurt. O filme adapta fielmente a primeira parte da graphic novel, mas muda radicalmente dali em diante ainda que mantendo o espírito do que seu autor, John Wagner, queria passar.

Batman – O Cavaleiro das Trevas

Origem: Estados Unidos, Reino Unido, 2008
Direção: Christopher Nolan
Comediante comenta a obra: O Cavaleiro das Trevas é um daqueles filmes que ficam melhores a cada vez que o vemos. Eu gosto muito da Trilogia do Nolan, e já tinha adorado o primeiro filme, mas eis que veio essa maravilha! Tudo funciona bem nesse filme. A história tem um ar mais maduro e com maior sentido (devido ao bom trabalho de introdução no filme anterior), os personagens chamam atenção desde o momento em que aparecem na tela, há tensão, explosão, cenas excelentes de luta, trilha sonora marcante e uma fotografia sombria que dá um toque todo especial à história. Um dos poucos momentos em que vemos o universo do Morcegão tratado com seriedade e verossimilhança (falo da concepção geral do Batman) no cinema.

V de Vingança

Origem: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, 2005
Direção: James McTeigue
Comediante comenta a obra: Quando meu professor de História pediu para que a turma visse esse filme, eu já sabia que era adaptação de uma história de quadrinhos, mas nunca tinha lido. Eu ainda estava na ápoca de fascínio pelo primeiro herói favorito (no meu caso, o Homem-Aranha) e não lia muita coisa além das HQs dele. Então fui ver o filme meio a contragosto, esperando ser mais uma daquelas obras comunas que os professores pedem para a gente criticar. Só que 15 minutos depois de começado o filme eu agradeci em pensamento ao meu professor. Eu estava diante de algo simplesmente apaixonante.

A história me cativou à primeira vista. Gostei do como de apresentação do conflito, o herói, e conforme o negócio foi andando eu ficava mais impressionado com as ideias e criação desse mundo de tendência fascista que vemos no filme. Nem preciso dizer que fui correndo atrás dos quadrinhos, e mesmo com alguns poréns, continuei admirando muito o filme. Talvez pela excelente impressão inicial que ele me deixou, mas independente disso, eu acho essa adaptação maravilhosa e digna de estar numa lista de melhores adaptações de HQs para o cinema.  

Watchmen

Origem: Estados Unidos, 2009
Direção: Zack Snyder
Dr. Manhattan comenta a obra: Falem o que quiser, mas Zack Snyder conseguiu filmar o infilmável. Watchmen é uma das mais importantes obras de super-heróis em quadrinhos e o roteiro de David Hayter e Alex Tse extraiu a essência da obra, que foi brilhantemente colocada nas telas pela visão de Snyder. Sim, muita coisa foi mudada, especialmente o famoso final da graphic novel, mas imaginem vocês aquele final no cinema: seria motivo de piada e escárnio. Ao fazer seu próprio final – que não trai o original, isso deve ficar bem claro – a equipe de Snyder conseguiu criar algo que funciona bem na tela grande. Afinal de contas, adaptação boa é assim: as ideias são usadas, mas o resultado não é uma conversão quadro-a-quadro do material fonte. Ozymandias aprovaria, tenho certeza!

Ozymandias comenta a fala de Dr. Manhattan: Você manja dos paranauês mesmo, hein, Jon! Com certeza aprovo essa adaptação!

Estrada Para Perdição

Origem: Estados Unidos, 2002
Direção: Sam Mendes
Dr. Manhattan comenta a obra: Baseado em graphic novel escrita por Richard Piers Rayner que ganhou um continuação chamada Return to Perdition, Estrada para Perdição é um excelente filme de gângster que conta a história de Mike Sullivan, um assassino da máfia em plena Grande Depressão nos EUA que se mete em uma enrascada com uma gangue rival e, ainda por cima, tem seu filho como testemunha. Contando com Tom Hanks no papel principal e um ainda razoavelmente desconhecido Daniel Craig como o desequilibrado filho de um mafioso vivido pelo fantástico Paul Newman, Estrada para Perdição, dirigido pelo excelente Sam Mendes, é imperdível.

Homem de Ferro

Origem: Estados Unidos, 2008
Direção: Jon Favreau
Dr. Manhattan comenta a obra: As peças do roteiro se encaixam muito bem, com uma levando à outra naturalmente e de maneira muito crível. E eu acho que é aí que sentimos a presença do trabalho de Jon Favreau na direção (ele faz também o papel de Happy Hogan, o motorista de Tony). Egresso de filmes infantis de pouco destaque como Um Duende em Nova Iorque e Zathura – Uma Aventura Espacial, Favreau dá um toque todo especial ao filme, mostrando-se um excelente diretor de atores, ainda que não tente alçar grandes vôos em termos da direção com um todo.

Homem de Ferro, para esse crítico aqui, continua sendo o melhor de todos os filmes produzidos pela Marvel Studios (sim, melhor ainda que Os Vingadores) e, também, um dos melhores filmes de super-herói já feitos.  Leia a crítica completa.

Sin City

Origem: Estados Unidos, 2005
Direção: Frank Miller, Robert Rodriguez, Quentin Tarantino
Moloch comenta a obra: Só pelo visual e pela direção esse filme mereceria constar nessa lista. A concepção fotográfica funciona maravilhosamente bem em tela grande, e consegue fazer os espectador sentir, principalmente porque a cor sempre está aliada a um apelo emocional. Com certeza é uma das adaptações mais estilosas de toda a lista e certamente está dentre as mais violentas. Uma grande história que foi muito bem contada.

Hellboy

Origem: Estados Unidos, 2004
Direção: Guillermo del Toro
Dr. Manhattan comenta a obra: O diabo vermelho de chifres serrados e mascador de charuto mais adorável do mundo dos quadrinhos ganhou uma excelente adaptação pelas mãos detalhistas de Guillhermo del Toro, que também escreveu o filme junto com Peter Briggs. O que vemos na tela é uma das melhores histórias de origem de “heróis”, juntamente com uma linda aventura cheia de monstros originais, designs fantásticos de produção e uma sensacional atuação de Ron Perlman. O filme também ganhou uma continuação que, ainda que eficiente, não chega aos pés do original.

Superman – The Movie

Origem: Reino Unido, 1978
Direção: Richard Donner
Dr. Manhattan comenta a obra: Você vai acreditar que o homem pode voar.” Esse era o slogan do filme e ele é 100% verdadeiro. Superman de Richard Donner foi o filme que, mesmo na época dos efeitos especiais analógicos, fez o mundo todo acreditar que não só o homem pode voar, como pode segurar helicópteros com uma mão só, voar a velocidades supersônicas, usar visão de calor e, claro, dar um jeitinho de reverter a rotação da Terra.

Superman também foi o filme que, mesmo sendo um caso razoavelmente isolado nas décadas de 70 e 80, provou que filmes baseados em quadrinhos funcionam. Ainda que, pelos olhos cínicos de hoje em dia, Superman: O Filme possa parecer datado, ele, na verdade, é uma perfeita adaptação do herói à épca, ou seja, mais inocente, colorido, simplista e patriota. Mas qual é o problema nisso, não é mesmo? Afinal de contas, não é necessário tirar a cueca do herói, escurecer sua roupa, encher o filme de efeitos especiais e de pancadaria, além de transformá-lo em um assassino para que o personagem seja “atualizado”. Richard Donner pegou o material base, transformou o fantástico Christopher Reeve em uma encarnação do herói, inseriu uma das melhores trilhas sonoras já compostas por John Williams e dotou a fita de todas as qualidade de um grande e inesquecível exemplar da Sétima Arte.

Akira

Origem: Japão, 1988
Direção: Katuhiro Ohtomo
Comediante comenta a obra: Eu vi Akira pela primeira vez quando era bem criança, e lembro que fiquei morrendo de medo das bizarrices do filme. Meu irmão também contribuiu para isso, me ameaçando toda vez que eu fazia algo errado: “vou te dar um doce que vai fazer você inchar até explodir!“, dizia ele. Até hoje dá uma certa angústia em lembrar disso. Akira é definitivamente um filme marcante. Eu nunca li os mangás, mas já ouvi dizer que a adaptação é realmente muito boa, e isso é inegável, basta assistir ao filme. Gangues, carros e motos, violência, surrealismo, críticas sociais, guerra nuclear. É impossível não pensar no tipo de sociedade que é a Neo-Tokyo do filme e, levando em conta um visão mais fatalista, o quanto dessa sociedade temos (ou caminhamos para ter) nos dias de hoje. Quem ainda não viu Akira está perdendo muita coisa…

X-Men: Primeira Classe

Origem: Estados Unidos, 2011
Direção: Matthew Vaughn
Ozymandias comenta a obra: X-Men: Primeira Classe é um evento. Um evento comercial, vindo de uma franquia que explora o início daquilo que já conhecemos, mas o faz da melhor maneira possível. Divertimento, emocionante, provocante, o filme tem de tudo um pouco, e cada espectador terá a sua visão da obra, embora todas elas sejam pontuadas por uma conclusão unânime: enfim, um bom filme sobre os X-Men. Ou pelo menos um companheiro para o solitário (até agora) X-Men 2Leia a crítica completa.

Conan, o Bárbaro

Origem: Estados Unidos, 1982
Direção: John Milius
Dr. Manhattan comenta a obra: Físico inacreditável, atuação nula, muito sangue, mordidas em abutres, flechas feitas de cobra, Darth Vader se transformando em cobra, cabeças cortadas, sopas de membros humanos, citação a Nietzsche, a espada mais linda do cinema e uma trilha de Basil Poledouris que é uma das melhores da Sétima Arte. Conan, o Bárbaro é um filme único feito em uma época única, para um público que cresceu recitando o que é a melhor coisa na vida: “matar seus inimigos, esmagar seus crânios e ouvir suas viúvas chorarem”. Por Crom, que filme! Que adaptação!

Persepolis

Origem: França, Estados Unidos, 2007
Direção: Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Ozymandias comenta a obra: A história de Persépolis deveria ser utilizada por todos os professores como material adicional no trabalho das questões do Oriente Médio. O foco da obra é a Revolução Iraniana e tanto o filme quanto a graphic novel são excelentes, trabalhando História e vida pessoal juntas, num contexto que gera alta carga emotiva e não são raros os leitores ou espectadores que se emocionam ao conhecê-la. O filme nos traz à discussão uma série de coisas, a começar pela derrubada do Xá e da colocação de algo bem pior em seu lugar: um Aiatolá.

Por profissão e mesmo posição moral, minha postura sempre é a de respeitar toda e qualquer cultura, a despeito das cosias que acho estranhas nelas. Quando se trata de culturas e problemas Orientais, a apalavra de ordem é “não ocidentalizar”. Mas tem algo que eu não suporto, seja no Oriente, seja no Ocidente: quando a RELIGIÃO assume um papel de alteração histórica, social e cultural, oprimindo um povo e fazendo dele refém de uma palavra de ordem “divina”, assim como fora com a Igreja Católica em certos momentos da História e diversas outras religiões ao redor do muno. Persépolis tem uma história fantástica e deveria ser melhor conhecida, aliás, conhecimento é algo que paira na nossa mente quando terminamos o filme, porque se ele existisse para certos povos/pessoas/lugares, alguns crimes seculares poderiam ser evitados ou exterminados. Mas isso é um sintoma das civilizações como um todo, não? A ignorância sempre gera terríveis e fanáticas consequências.

Os Vingadores

Origem: Estados Unidos, 2012
Direção: Joss Whedon
Ozymandias comenta a obra: Os Vingadores é uma surpresa em tudo. Primeiro, porque derruba desconfianças, depois, porque lança centelhas do que a Marvel pode nos oferecer daqui para frente. O filme é um verdadeiro evento. Desde Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II eu não via uma ovação tão grande da plateia no meio das cenas. O afiado elenco agradou a maioria dos espectadores, e o destaque vai para aquele que era a grande dúvida no papel, Mark Ruffalo como Hulk. Whedon logrou captar de cada um dos heróis uma marca forte e original, muito bem executada pelos atores: a calma colérica de Hulk, a determinação do Capitão América, a ironia do Homem de Ferro, o rancor do Gavião Arqueiro, o orgulho de Thor e a esperteza da Viúva Negra. Da mesma forma, Tom Hiddleston encarna um Loki com muito mais qualidade do que fizera no filme original.

Poucos críticos e cinéfilos não desconfiaram das altíssimas cotações do filme no exterior, antes do lançamento. Vacinados por outros péssimos exemplos, correram para os cinemas buscando pelo menos um pouco de “tudo aquilo” que haviam lido e ouvido falar sobre o filme, e voltaram com “tudo aquilo e mais um pouco” para casa. Não é difícil concluir que Os Vingadores é clímax dos prelúdios cinematográficos da Marvel; uma deliciosa e explosiva cereja do bolo. Leia a crítica completa.

Homem-Aranha 2

Origem: Estados Unidos, 2004
Direção: Sam Raimi
Dr. Manhattan comenta a obra: De toda forma, os defeitos da fita são apenas detalhes menores pois Raimi, livre das amarras determinadas pela obrigação de contar uma estória de origem, leva os espectadores direto para a ação, sem perder tempo algum. Além disso, o visual  do Doutor Octopus é uma grande evolução em relação ao fraco design da armadura do Duende Verde no filme original, trazendo mais credibilidade e imersão na obra.

Apesar de Homem-Aranha 2 não ser um filme melhor que o primeiro como muitos defendem por aí, ele consegue o mérito de ser tão bom quanto, algo raro em termos de continuação e só por isso Raimi já merece aplausos. Leia a crítica completa.

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