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Crítica | Identidade (2003)

por Sidnei Cassal
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Numa noite de muita chuva, com a estrada interrompida em 2 pontos pela inundação, um grupo de pessoas se vê obrigado a pernoitar em um motel de beira de estrada. Um deles é um policial que está escoltando seu prisioneiro. Paralelo a isso, acompanhamos na mesma noite, um psicólogo esforçado em inocentar um condenado que será executado em 24 horas, tentando alegar que sua insanidade é tão profunda que ele desconhece os crimes que  cometeu, não podendo ser responsabilizado por eles.

Então, no motel, um a um, cada hóspede involuntário começa a morrer, seguindo uma sinistra ordem decrescente pelo número do quarto que receberam. O principal suspeito passa a ser o prisioneiro, inclusive porque fugiu. Quando o enredo chega neste momento, você já deve ter pensado que viu esta história um milhão de vezes, e já sabe até como vai terminar. Mas felizmente, Identidade nos reserva algumas surpresas, e a maior delas é exatamente quando restando vivos apenas 4 dos hóspedes do motel, as 2 histórias que vamos acompanhando até agora se mesclam e se fundem numa só.

Identidade é um thriller clássico desde a apresentação da vinheta da Columbia Pictures.  Foi um dos primeiros a brincar com as vinhetas dos estúdios, incorporando-as ao clima do filme. A clássica imagem feminina empunhando uma tocha, tem ao seu fundo não nuvens brancas, angelicais, mas nuvens carregadas, cinza e púrpura, com o som de estrondosas trovoadas. Pois, afinal, chove praticamente o filme todo, e a forte chuva é o motivo básico para todos terem decidido se abrigarem no motel.

O motel em questão não é o Bates Motel, nem por sua aparência, absolutamente comum, nem pelo seu gerente, que não parece esconder nada além de uma inteligência limitada. O filme está disposto a brincar com os espectadores também, que se acham sempre espertos em adivinhar o que vem a seguir. Pois, neste filme, em particular, nada do que você possa imaginar como sequencia ou desfecho está próximo do que a proposta dele está por revelar.

Identidade é original, criativo e único. Tanto que até hoje ninguém se atreveu a copiá-lo, refilmá-lo ou imaginar uma desnecessária sequencia. Com um ótimo roteiro em mãos, o diretor James Mangold mandou bem, e executou um filme enxuto, sintético, sem enrolação, com diálogos curtos e uma edição eficaz, como a um thriller convém, mantendo uma tensão constante. Revisto agora, 10 anos depois, ele continua tão envolvente e original como me pareceu da primeira vez que o vi. Submetido, portanto, à implacável prova do tempo, o filme saiu ileso. Identidade é a demonstração que um filme pode ser feito com a intenção de apenas entreter, sem por isso menosprezar o Q.I. do espectador.

Identidade (Identity | EUA, 2003)
Direção: James Mangold
Roteiro: Michael Cooney
Elenco: John Cusack, Ray Liotta, Amanda Peet, John Hawkes, Alfred Molina, Clea DuVall, John C. McGinley, William Lee Scott, Jake Busey, Pruitt Taylor, Rebecca De Mornay
Duração: 90 minutos

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