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Crítica | Dexter: Pecado Original – 1X03: Miami Vice

Apresentando María LaGuerta!

por Ritter Fan
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  • spoilers desse episódio e dos anteriores. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios e de todo o nosso material da franquia.
  • Por favor, evitem spoilers de episódios que ainda não foram ao ar oficialmente no Brasil pelo Paramount+. 

Depois que acabei de assistir Miami Vice, terceiro episódio de Dexter: Pecado Original, percebi que não adianta querer mais do que a série está disposta a nos oferecer. Trata-se de exatamente a mesma coisa que Dexter, só que com os eventos passados mais de uma década antes, com Dexter Morgan como estagiário de técnico forense, Debra Morgan ainda longe de ser policial e Harry Morgan vivo, com direito a olhadelas mais para o passado ainda, com os eventos que levaram Dexter e seu irmão Brian a se tornarem serial killers. Portanto, só me resta esperar que, dentro desse enquadramento pouco ambicioso e, sinceramente, repetitivo, o prelúdio comandado por Clyde Phillips entregue alguma qualidade, o que ele consegue aqui.

O grande destaque de Miami Vice é a introdução de María LaGuerta, vivida por Christina Milian que consegue encarnar a versão jovem da futura chefe de polícia sem imitar a atriz original, o que a coloca no nível de Christian Slater dentro da série, já que ele também não se pauta pelo ator que vivia o primeiro Harry Morgan. Pontos para a produção e, claro, para Milian, que vive uma detetive que galgou seu espaço verbalizando suas críticas ao departamento, que, como basicamente toda força policial do mundo, só foca em casos em que as vítimas são importantes. Imediatamente antagonizada pelo capitão Aaron Spencer, paquerada por Angel e vigiada por Harry, LaGuerta não demora a se mostrar acima de todos eles em sua diligência e conexão com a comunidade não branca desamparada pelo departamento. É, diria, uma ótima abordagem introdutória que promete funcionar como elemento de fricção interno, com Harry percebendo seu valor de um lado e Aaron sentindo-se pressionado de outro, até porque eu desconfio fortemente que o chefe é corrupto e está de alguma forma conectado ao sequestro do filho da juíza que, vale lembrar, continua como o caso de pano de fundo da temporada.

No lado de Dexter, sua vida “normal” mostra-se muito movimentada, com ele precisando recuperar os brincos de sua primeira vítima que acabaram nas orelhas de Sofia, melhor amiga de Debra que, por sua vez, tem um crush em Dexter e, para isso, precisando arrumar cocaína – ou um substituto à altura – para que sua irmã ganhe pontos perante suas colegas jogadoras de vôlei de forma a ser votada capitã do time. Ou seja, o inexperiente Dexter – no que se refere a socializações em geral ou, melhor dizendo, seu constante fingimento que é uma pessoa sociável – precisa driblar todos esses problemas cotidianos enquanto investiga, no clássico (ou futuro, dependendo do ponto de vista) estilo de Dexter, conforme o código do pai adotivo, um agiota porcaria que não hesita em matar quem não lhe paga de volta.

Enquanto o lado social de Dexter no episódio funciona muito bem, especialmente no que se refere à relação entre os irmãos (apesar de ainda não conseguir ver a Debra futura em Molly Brown, ela está aos poucos conseguindo ocupar bem seu espaço), o lado investigativo é corrido demais, conveniente demais, com direito até mesmo a um momento mestre-pupilo entre Dexter e sua chefe direta Tanya, vivida por uma Sarah Michelle Gellar que, para todos os efeitos, ainda não disse a que veio na série. Apesar de eu gostar o quanto esse Dexter novo faz uma bagunça danada para capturar e matar sua vítima, um processo que, como sabemos, ele refinará bastante, a investigação em si em que ele se aproxima do bandido e quase morre, tudo com o objetivo de conseguir uma bala do revólver dele, foi aquela “forçada” de barra que o roteiro poderia ter evitado ou encontrado uma solução mais suave.

Mas Miami Vice funciona corretamente dentro dos limites do que a série quer ser. Os flashbacks com cores irritantemente saturadas que  lidam com a investigação de Harry com a ajuda de Laura, a mãe biológica de Dexter, tornaram-se bem mais interessantes, a chegada de LaGuerta foi bem conduzida e Dexter e Debra funcionaram bem juntos durante toda a duração, mesmo que, no final das contas, a segunda vítima do amado serial killer tenha sido uma razoável decepção. Em outras palavras, parece ser mesmo Dexter, só que com elenco mais novo.

Obs: Apesar da dessincronização nas datas de transmissão dos episódios ocorridas a partir do dia 20 de dezembro em que dois episódios foram ao ar lá fora, e, aqui, apenas um, continuarei seguindo a ordem de liberação de cada capítulo conforme o Paramount+ daqui. Portanto, agradeceria imensamente se os comentários não contiverem spoilers do episódio seguinte.

Dexter: Pecado Original – 1X03: Miami Vice (Dexter: Original Sin – 1X03: Miami Vice – EUA, 20 de dezembro de 2024)
Data de exibição no Brasil:
27 de dezembro de 2024
Desenvolvimento: Clyde Phillips (baseado na série desenvolvida por James Manos Jr. e na obra de Jeff Lindsay)
Direção: Monica Raymund
Roteiro: Safura Fadavi
Elenco: Patrick Gibson, Christian Slater, Molly Brown, Christina Milian, James Martinez, Alex Shimizu, Reno Wilson, Patrick Dempsey, Michael C. Hall, Sarah Michelle Gellar, Brittany Allen, Raquel Justice
Duração: 58 min.

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