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Crítica | Comando das Criaturas – 1X05: A Panela de Ferro

Investigando a Sra. MacPherson.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Espero que a renovação de Comando das Criaturas para uma segunda temporada não signifique que o ano inaugural ficará sem resolução para sua trama central cujo caldo cada vez engrossa mais. Nada contra que haja continuidade entre as temporadas – faz todo sentido que haja -, mas é importante que James Gunn tenha em mente que ele precisa encerrar arcos para começar outros. E enquanto Caçando Esquilos finalmente mostrou o potencial da série em combinar ação no presente com o emprego de flashbacks, A Panela de Ferro dá um passo atrás, especialmente no segundo aspecto, com uma historieta do passado de Eric Frankenstein logo depois de ele ser queimado vivo pela Noiva que me pareceu completamente fora do tom. Por outro lado, no quesito pura pancadaria com extrema violência, o episódio funciona bem, com direito até mesmo à paralelização dos momentos frenéticos de ação, algo que, quando bem feito, sempre traz bons resultados.

A linha narrativa central é, pela primeira vez na série, bem claramente dividida em duas, com a Noiva liderando o Doutor Phosphorus, Doninha e a ainda completamente inútil Nina em uma segunda missão ao Pokolistão, desta vez para assassinar a princesa que eles inicialmente salvaram graças à visão apocalíptica de Circe transmitida para Amanda Waller e com Rick Flag e Eric Frankenstein em uma missão não sancionada por sua poderosa chefona de investigação da Professora Aisla MacPherson que emprestou credibilidade às referidas visões. Com isso, o roteiro de Gunn tem tempo para estabelecer uma relação beligerante entre o Monstro de Frankenstein e Flag cuja dinâmica continua a explorar a obsessão do primeiro com a Noiva em tese criada para ele, com os flashbacks em que o vemos sendo tratado por uma cigana idosa cega sendo utilizados para emprestar-lhe uma camada de humanidade.

Rick e Eric estabelecem boa comicidade doentia bem no tom que Gunn está acostumado a escrever, mas os retornos ao passado do monstro não só oferecem pouco recheio como tem seu final telegrafado demais pelo texto, como se Gunn estivesse fazendo esforço triplicado para mostrar para todo mundo o quanto ele é “radical”, “sombrio” e “pesado” quando quer ser. Matar a senhorinha cega como para não “deixá-la sozinha” é um daqueles exemplos clássicos de violência gratuita que nada, absolutamente nada agrega à narrativa, pois Eric não precisava disso para que acreditássemos em sua monstruosidade considerando tudo o que já havia ficado bem estabelecido sobre ele. Parece um daqueles momentos meticulosamente criados para serem pseudo-transgressores, feitos para chocar somente aqueles que estiverem assistido o episódio mexendo no celular, claro, mas que não consegue nem chegar próximo do que acha que é.

Por outro lado, a investigação que revela que MacPherson fora assassinada e substituída por Cara de Barro é interessante por oferecer mais uma peça em um quebra-cabeças que, para minha surpresa, ganha mais um grau de complexidade e a luta que resulta daí, com ecos de Bane quebrando as costas do Batman, funciona muito bem ao usar os poderes do vilão de maneira inteligente, algo que fica ainda melhor quando essa sequência de ação passa a ser intercalada com a ainda melhor pancadaria no Pokolistão entre a Noiva e Doutor Phosphorus de um lado e os coitados dos soldados da princesa de outro, com Doninha e Nina esquecidos em algum canto. Trata-se de um bom uso de montagem entrecortada que enriquece os dois lados das brigas, ainda que, no agregado, pelo menos no lado do Pokolistão, pareça mais uma maneira encontrada para não dar andamento à história principal, criando aquela enrolação – boa, sem dúvida -, de forma a permitir que a série chegue ao tamanho originalmente pretendido (sete episódios só para fazer meu TOC chiar, claro…).

A Panela de Ferro, portanto, mesmo agregando pouco, o faz de maneira competente e serve como uma espécie de porta de entrada para os dois episódios finais que, espero, foquem na resolução do arco e não em mais flashbacks, ainda que eu desconfie fortemente que pelo menos Nina ganhará o dela para que ela, então, seja utilizada como instrumento importante para a vitória de nossos… hummm… heróis. Mas, a essa altura do campeonato, reclamar disso é como dar murro em ponta de faca…

Comando das Criaturas – 1X05: A Panela de Ferro (Creature Commandos – 1X05: The Iron Pot – EUA, 26 de dezembro de 2024)
Desenvolvimento: James Gunn
Direção: Matt Peters
Roteiro: James Gunn
Elenco (vozes originais): Frank Grillo, Indira Varma, Sean Gunn, Alan Tudyk, Zoë Chao, David Harbour, Maria Bakalova, Julian Kostov, Stephanie Beatriz
Duração: 22 min.

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