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Crítica | Pinguim – 1X05: Boas-vindas

Fundo do poço.

por Kevin Rick
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos outros episódios da série.

Boas-vindas é uma entrada bastante divertida na minissérie do Pinguim, com momentos de crueldade, violência, traições, pessoas pegando fogo e covis secretos. Se aproveitando do desfecho impactante de Cent’anni, em que Sofia matou toda a sua família, com exceção de Gia e Johnny Viti, o quinto episódio da produção nos apresenta uma história sobre mudanças de poder, com a própria Sofia e, claro, Oz, dando seguimento às suas tramoias e esquemas para tomarem o submundo de Gotham. De um lado, o personagem titular decide atacar a família Maroni para ter posse da droga Bliss, enquanto a Hangman utiliza Viti para reunir outros criminosos e dar início a uma nova família da máfia, denominada Gigante, em homenagem a sua mãe.

A narrativa aqui não para, deixando de lado a abordagem de backstories dos últimos episódios – apesar de acenar para um possível flashback da família Cobblepot – com um roteiro frenético em sequências de eventos cheios de reviravoltas que são uma mistura de boas convenções de obras de máfia e puro suco dos exageros dos quadrinhos, com o seriado abraçando ainda mais seu lado quadrinesco, cômico e excêntrico, seja na interpretação de alguns personagens, em especial o Pinguim e a Sofia (que realmente virou uma caricatura muito divertida), seja no desenrolar de algumas situações. Nesse sentido, amo muita coisa que acontece em Boas-vindas, passando pela canalhice e perversidade dos personagens, com destaque para algumas cenas, como Oz olhando com êxtase para Nadia e seu filho pegando fogo ou então Sofia fazendo um discurso hiperbólico sobre tomar Gotham com sua nova família enquanto assassina Viti.

Também aprecio como a narrativa não abre um caminho fácil para Oz, que efetivamente dá um passo pra frente e dois pra trás, matando parte da família Maroni, mas perdendo grande porção das drogas nesse meio tempo, além de precisar fugir e se esconder em Crown Point logo após ter uma discussão com Eve. Levar o protagonista ao fundo do poço é uma escolha inteligente e instigante por parte dos roteiristas, com a cena absolutamente brutal de sua mãe rejeitando-o sendo a cereja do bolo desse bloco dramático desesperador, no que é possivelmente a melhor homenagem à Família Soprano por parte da produção – nunca imaginei que teríamos alguém a altura de Nancy Marchand como Livia Soprano, mas Deirdre O’Connell é completamente visceral. O ato final com Oz mostrando seu covil para Victor, ao mesmo passo que temos uma aliança sendo forjada entre Sofia e Salvatore, conclui com excelência o episódio, basicamente abrindo alas para uma nova era de Gotham onde duas partes vão lutar nos três próximos episódios.

A única razão para não dar uma nota maior para Boas-vindas é o fato de ser um episódio meio atrapalhado. A entrada do filho de Nadia e de Salvatore é meio ridícula e vem um pouco do nada, quase como uma desculpa narrativa, algo que acontece também de maneira súbita na tentativa de assassinato de Salvatore, que logo depois escapou, bem como na forma rápida que Sofia ascende ao poder. Imagino que, por se tratar de uma minissérie, os roteiristas priorizaram deixar a história estabelecida o mais rápido possível para o embate final entre Oz e Sofia, mas a custo de um certo atropelo narrativo. Ainda assim, penso que a recompensa é maior do que o lado negativo, nos entregando em Boas-vindas um episódio que não apenas é intenso e divertido, como também deixa sua audiência extremamente animada para o que vem a seguir.

Pinguim – 1X05: Boas-vindas (The Penguin – 1X05: Homecoming) | EUA, 20 de outubro de 2024
Criação:
Lauren LeFranc
Direção: Helen Shaver
Roteiro: Breannah Gibson, Shaye Ogbonna
Elenco: Colin Farrell, Cristin Milioti, Rhenzy Feliz, Deirdre O’Connell, Clancy Brown, Carmen Ejogo, Michael Zegen, Berto Colón, James Madio, Joshua Bitton, David H. Holmes, Daniel J. Watts, Ben Cook, Jayme Lawson, Michael Kelly, Theo Rossi, Shohreh Aghdashloo
Duração: 59 min.

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