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Crítica | Frango Robô – 1X01: Junk in the Trunk

Chocando em stop-motion.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 11
Número de episódios: 220 + 11 especiais
Período de exibição: 20 de fevereiro de 2005 até os dias atuais
Há continuação ou reboot?: Não.

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Provavelmente a animação que melhor engloba as características irreverentes e paródicas do conteúdo da Adult Swim, a série Frango Robô apresenta um conceito absurdo deliciosamente divertido: uma animação em stop-motion de esquetes surreais que acompanham diversos brinquedos e action figures em situações paródicas. Criada por Seth Green e Matthew Senreich, a produção é um misto de Family Guy e Saturday Night Live com um estilo visual experimental, tocando principalmente em piadas que referenciam a cultura pop e nerd com uma veia mais transgressiva e perversa.

Já vi alguns episódios para além do piloto, então tenho comigo que a série é mais uma gozação e ridicularização dos produtos que referenciam do que necessariamente algo crítico, como normalmente vemos em séries de animação adultas. No primeiro episódio, o tom paródico é demonstrado logo na abertura que acena para Frankenstein e para Laranja Mecânica, em que vemos um cientista maluco transformando um frango em robô, para logo depois forçar sua criação a assistir uma grade de monitores de televisão mostrando conteúdos diferentes.

É uma abertura apropriada para o formato do programa, já que as esquetes têm transições que emulam o ato de navegar infinitamente pelos canais da televisão (algo cada vez mais raro hoje no mundo dos streamings). O estilo “narrativo” soa aleatório, mas a forma como a produção faz as transições é bem pensada, esperta e sempre com ótimo timing humorístico, principalmente na forma como passa mais rápido por alguns canais, com piadas relâmpagos que são maravilhosas e inesperadas, como um Teletubbie fumando um baseado passeando por dois segundos em tela.

Inclusive, um estilo de humor recorrente no episódio é essa ideia de personagens ficcionais sendo colocados em um mundo ou uma situação realista. Só no piloto, vemos Optimus Prime passando por um exame de próstata; uma versão da série Oz, da HBO, com os personagens de fantasia da Terra de Oz encarcerados; e um programa de erros de gravações que aborda Star Trek, Arquivo X, Pokémon, entre outros, sempre no limiar entre non-sense e realismo. Também é interessante como o episódio incorpora piadas envolvendo comerciais, como uma esquete antidrogas que fica mais e mais insana à medida que Rachael Leigh Cook (em uma versão ficcionalizada de si mesma) explica os efeitos corporais da heroína ou quando o Optimus Prime faz uma propaganda de conscientização sobre câncer de próstata.

O estilo do stop-motion adiciona tanto um toque surreal quanto um aspecto charmoso e único para a produção, que apesar de reciclar o humor de outras sitcoms animadas adultas mais famosas, o faz com uma criatividade ímpar e uma abordagem muito particular, até por priorizar uma comédia menos crítica e que alfineta pouco para ser absurdamente paródica e genuinamente engraçada. Confesso que não consigo enxergar uma pessoa que conhece pouco da cultura pop gostando desse material, mas tá tudo bem, Frango Robô é uma obra de nerds feita para nerds.

Frango Robô (Robot Chicken) – 1X01: Junk in the Trunk – EUA, 20 de fevereiro de 2005
Criação:
Seth Green, Matthew Senreich
Direção: Matthew Senreich
Roteiro: Seth Green, Pat McCallum, Matthew Senreich
Elenco: Seth Green, Macaulay Culkin, Dan Milano, Dax Shepard, Abraham Benrubi, Chad Morgan, Jamie Kaler, Terrance Christopher Jones, Seth MacFarlane, Rachael Leigh Cook, Donald Faison
Duração: 12 min.

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