Número de temporadas: 05
Número de episódios: 102
Período de exibição: 18 de janeiro de 1974 até 06 de março de 1978
Há continuação ou reboot?: Sim, a série ganhou um derivado chamado A Mulher Biônica, bem como três filmes para a televisão entre 1987 e 1994.
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Baseado no livro Cyborg, de Martin Caidin, O Homem de Seis Milhões de Dólares é uma das mais famosas séries dos anos 70, encontrando sucesso global, incluindo um carinho muito grande no Brasil. A produção tem uma premissa simples, mas criativa, acompanhando as aventuras de Steve Austin (Lee Majors), um ex-astronauta que, após um acidente em um teste da NASA, foi submetido a procedimentos cirúrgicos com implantes biônicos que o tornaram um ciborgue. Depois disso, Austin é designado para uma agência secreta, trabalhando em casos muitas das vezes estranhos. Originalmente, a produção teve três filmes lançados para a televisão em 1973, antes de efetivamente ter sua primeira temporada em 1974.
Por conta dos “filmes-pilotos”, o primeiro episódio da série, Population: Zero, não perde tempo com introduções. Somos rapidamente jogados dentro da trama da missão de Austin, em que o protagonista investiga os eventos bizarros em uma pequena cidade onde todos os moradores morreram, sem nenhuma causa aparente. Mesmo não tendo visto os filmes que precederam o episódio, a falta de uma introdução não me soou ruim, até porque a icônica abertura da série faz um maravilhoso resumo da história de origem do personagem, com direito a um excelente tema musical e grandes frases de efeito.
O que me chama a atenção na primeira parte do episódio são as esquisitices da ficção científica. Temos uma sequência de Austin caminhando em uma cidadezinha deserta com um traje de astronauta, um vilão que usa ondas ultrassônicas para matar pessoas e menções a agências militares secretas com diversos projetos bizarros. Mesmo que simples, tudo tem um quê de ficção especulativa e de paranoia no estilo “Área 51”, o que normalmente é divertido – eu particularmente gosto muito desses conceitos do gênero. Também acho a direção de Jeannot Szwarc eficiente na primeira metade do episódio, com um tom de mistério e de suspense com o desconhecido, ainda que falte um senso de urgência maior.
Após algumas revelações, a segunda metade do episódio é mais focada na ação. Não gostei tanto da abordagem narrativa nessa reta final, com herói vs vilões em lutinhas genéricas, diálogos ruins e momentos manjados, mas penso que faz parte do estilo da série. É interessante, porém, como a produção sabe contornar suas limitações, com recursos de slow-motion, muitos efeitos sonoros, cortes de cena rápidos e efeitos práticos competentes que criam uma plausibilidade visual para os atos de Steve Austin. Talvez com uma cabeça menos acostumada com produções contemporâneas, poderia apreciar a ação com mais entusiasmo. Aposto, porém, que à época deve ter sido extraordinário.
Dramaticamente falando, não há muito o que pontuar no episódio. O roteiro trata mais da missão em si, apesar de algumas sugestões do incômodo de Austin com seu corpo menos humano e mais máquina. Não sei se isso é aprofundado no decorrer da série, mas é um conceito interessante para o arco do personagem. De maneira geral, é uma grande introdução – ou reintrodução, considerando os filmes prévios – para um personagem criativo, bem interpretado na mescla de carisma e masculinidade de Majors, e com aventuras que podem se aproveitar de alguns dos melhores conceitos da ficção científica.
O Homem de Seis Milhões de Dólares (The Six Million Dollar Man) – 1X01: Population: Zero (EUA, 18 de janeiro de 1974)
Direção: Jeannot Szwarc
Roteiro: Elroy Schwartz (baseado no livro Cyborg, de Martin Caidin)
Elenco: Lee Majors, Richard Anderson, Don Porter, Penny Fuller
Duração: 48 min.
