Home TVEpisódio Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 3X08: Território Ruim

Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 3X08: Território Ruim

A esquecida psicologia dos Clones.

por Davi Lima
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Território

  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Num ritmo bom de episódios lançados semana a semana entre algo mais denso e algo mais episódico, Território Ruim tem uma narrativa aventuresca que aponta para o mais denso. A densidade a que me refiro é sobre tratamento de temas. Numa história de escala menor de Wrecker e Hunter trabalharem para a caçadora de recompensas Fennec, em busca de saber mais sobre os midichlorians, há a escala maior dos planos do Império com esse tema. Só que dessa vez, o direcionamento de algo mais profundo –  tratado com leveza nesse episódio – é sobre como funciona a mente dos clones.

Enquanto Wrecker e Hunter fazem um acordo com Fennec para mais informações sobre o que trabalham em Tantiss, Omega tenta ajudar Crosshair a tratar sua mão com tique nervoso. Hunter indica isso para ela, e já temos um traço clone de companheirismo, ao ponto disso superar possíveis insensibilidades ou incompreensões de mundo dos clones. Eles sempre buscam se ajudar. Mas isso não é novidade, e sim Crosshair entender que seu problema com a mão não é técnico ou físico, mas mental.

O fato dela levá-lo para a meditação não faz parte da mentalidade clone, de alguém que segue ordens ou é do costume da guerra. Num imaginário extremo americano, o contrário da guerra é o hippie, que não participam de guerra de maneira alguma. Mas o Wookies (raça do Chewbacca), seres de um planeta florestal como Kashyyyk, sabem guerrear e meditar. Eles que ensinam Omega a meditar, segundo ela. Ainda assim, o episódio desenha ela com roupas hippie. De qualquer forma, temos aqui uma novidade para o mundo clônico, incluindo Omega que também faz parte dele.

E apesar da aventura com Fennec em Território Ruim pareça só mais um tempo de aventura perdido – em vista que eles não conseguem a informação que queriam – há também um traço fundamental em como o Esquadrão 99 tem sobrevivido pós guerra. Desde a primeira temporada, por os clones serem hábeis em matar, caçar, rastrear  e demolir, sempre buscavam dinheiro como caçadores de recompensas. Cid os colocou em dívida, prendendo-os a pagar com serviços. Agora Fennec faz o mesmo com Wrecker e Hunter.

Essa semelhança se vale pela mesma limitação de Crosshair entender que problemas psicológicos existem em afetar também o físico. Hunter e Wrecker são usados fisicamente por Fennec por não serem bons argumentadores e maliciosos como caçadores de recompensas. Elaboram um trato, mas não observam as entrelinhas. Isso não é conveniência de roteiro e sim parte dos Clones. Eis a saudade de Tech ou Echo para esses momentos.

Assim, numa trama divertida de Wrecker e Hunter, paralelo a uma trama sensível de Omega e Crosshair, temos em Território Ruim evidências canônicas dos traços mentais dos clones. E claro, mais um mistério envolvendo Fennec nas séries de Star Wars, e como seu cliente vai influenciar nos próximos episódios.

Star Wars: The Bad Batch – 3X08: Território Ruim (Star Wars: The Bad Batch – 3X08: Bad Territory – EUA, 13 de março de 2024)
Criação: Dave Filoni
Direção: Nathaniel Villanueva
Roteiro: Matt Michnovetz
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Ben Diskin, Jonathan Lipow, Wanda Sykes, Ming-Na Wen
Duração: 28 min.

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