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Lista | Melhores Leituras em 2023: Quadrinhos – Ritter Fan

Os mistérios da América.

por Ritter Fan
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Esta lista NÃO é apenas de leituras de obras lançadas em 2023, seja no Brasil, seja no exterior. Claro que podem aparecer algumas lançadas neste ano, mas a proposta é apenas ranquear as melhores leituras ou releituras de janeiro a dezembro, independente de quando o volume em questão chegou ao mercado. Clique nos links dos títulos para ler as críticas! Já deixo também o convite para vocês compartilharem nos comentários as suas listinhas de 10 melhores leituras de QUADRINHOS em 2023! E caso queiram ver as nossas outras listas sobre o tema, clique aqui!

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Meu 2023 em quadrinhos conseguiu ser ainda mais pífio que meu 2022. Não tive exatamente vontade de ler nada nessa seara para além do 11º volume de Saga (obviamente), do primeiro volume da obra de Zerocalcare que FINALMENTE foi lançado no Brasil (foi uma surpresa enorme passar por ela em uma livraria) e a releitura de O Chinês Americano para antes da infelizmente já cancelada A Jornada de Jin Wang que adaptou a graphic novel para o audiovisual. O restante, mesmo obras de Alan Moore, eu li resmungando e já pensando que eu teria que fazer um Top 10 no final do ano e que eu não queria ficar de fora dele. 

Mas, se tudo der certo, o ano de 2024 será diferente. Não voltarei a ler HQs de super-heróis (Marvel e DC) muito provavelmente, pelo menos não com a constância de priscas eras, mas minha intenção é mergulhar nas vergonhosamente VÁRIAS estantes de quadrinhos não lidos que tenho aqui em casa. Se eu conseguirei, são outros quinhentos, mas esse novo ano, para mim, já começou bem diferente em tudo do que os diversos anos anteriores. Quem sabe eu não consigo?

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10º – Os Mistérios

Estados Unidos | Bill Watterson | John Kascht | 2023

Os Mistérios, portanto, é uma obra completamente inesperada vindo da mente de Bill Watterson, mas uma que não preenche nem de longe o vácuo criativo de 28 anos que ele deixou desde que parou de escrever Calvin e Haroldo. Por outro lado, trata-se de uma obra genuína, ou seja, uma obra que realmente parece vir do âmago de seus autores e que não existe apenas para “vender” ou justamente para preencher o tal vácuo criativo que mencionei.

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9º – Scott Pilgrim Contra o Mundo – Volume 1

Canadá | Bryan Lee O’Malley | 2004

O começo da enlouquecida aventura de Scott Pilgrim contra os ex-namorados de Ramona Flowers pelo direto de namorá-la é uma refrescante narrativa no estilo japonês que bebe sem limites da cultura pop em geral e nos apresenta a deliciosamente espertos personagens que, mesmo em um universo fortemente fictício, refletem com bastante acurácia a vida cotidiana de muita gente.

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8º – Asterix – O Lírio Branco

França | Fabcaro | Didier Conrad | 2023

O Lírio Branco é outro acerto da fase pós-criadores originais de Asterix e Obelix e um começo sólido de Fabcaro no projeto. Tomara que, com o tempo, ele alcance e ultrapasse o nível de seu antecessor, solidificando-se de vez como a nova voz dos hilários e irredutíveis gauleses.

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7º – O Assassino

França | Alexis Nolent (Matz) | Luc Jacamon | 1998 – 2014 

A leitura de O Assassino pode não ser sempre prazerosa em razão do texto muitas vezes atravancado de Matz, mesmo que a história e o desenvolvimento do protagonista ao longo dos 13 álbuns seja inegavelmente muito interessante, mas essa impressão é mitigada pela arte de Jacamon que, essa sim, é sempre digna de uma detalhada exploração visual por parte dos leitores.

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6º – Albion

Reino Unido | Alan Moore | Leah Moore | John Repion |  2005 – 2006

Albion, porém, não é uma HQ inesquecível como diversas outras que levam a “marca” de Alan Moore. Sabendo do hermetismo e, portanto, pouco apelo dos personagens base, a narrativa é repleta de artifícios para atualizar o leitor sobre os respectivos passados, o que acaba fazendo com que a trama se arraste um pouco, especialmente se o leitor que porventura não conhecer as citações e referências não parar para respirar e escavar um pouco para conhecer de maneira independente esse passado das publicações britânicas.

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5º – Saga – Volume Onze

Estados Unidos | Brian K. Vaughan | Fiona Staples |  2023

Saga, por melhor que seja – e o trabalho de Vaughan e Staples continua do mais alto nível –  precisa levar seus personagens a uma convergência efetiva mais uma vez, pois o tratamento deles em bolhas quase que completamente independentes cria a sensação de claudicância, de falta de desenvolvimento e de uma tentativa de esticar a história para além do que ela deveria ir.

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4º – Os Olhos do Gato

França | Alejandro Jodorowsky | Moebius |  1978

Primeira colaboração entre Alejandro Jodorowski e Jean Giraud, mais conhecido como Moebius, Os Olhos do Gato é quase uma obra experimental de quadrinhos semi-mudos, com uma discreta narração e pontos-de-vista antitéticos que o leitor testemunha simultaneamente. Trata-se de uma daquelas obras que podem ser lidas em questão de minutos, mas cuja arte e cujo significado permanecerá na mente do leitor por muito tempo depois, especialmente se a leitura se der da forma como originalmente publicada, em papel de um amarelo doentio e decadente, republicada recentemente com o subtítulo Edição Amarela.

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3º – Cinema Purgatório por Alan Moore

Reino Unido | Alan Moore | Kevin O’Neill |  2021

Alan Moore e Kevin O’Neill conseguiram novamente e Cinema Purgatório é um verdadeiro deleite de narrativa sequencial que, bem no estilo da dupla, oferece uma torrente constante e interminável de informações, críticas, comentários e puro entretenimento adulto nada descartável que enriqueceria a coleção de qualquer um.

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2º – A Profecia do Tatu

Itália | Zerocalcare | 2011

A primeira graphic novel de Zerocalcare (nom de plume de Michele Rech) é uma brilhante mistura de autobiografia depreciativa com críticas históricas, políticas e sociais que causa até dor de cabeça para o leitor que quiser realmente mergulhar em tudo o que o autor consegue inserir em um espaço relativamente pequeno. Mas essa é a marca de suas criações que já ganharam adaptações audiovisuais tanto live-action quanto em animação e que merecem mesmo serem apreciadas muito afora.

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1º – O Chinês Americano

EUA | Gene Luen Yang |  2006

O Chinês Americano é, no final das contas, um mais do que eficiente manual sobre o choque de culturas e como lidar com ele sem, de um lado, perder seu legado e, de outro, sem isolar-se em meio a tantos iguais entre si. Trata-se de uma obra essencial que navega exemplar e respeitosamente entre culturas denunciando comportamentos, mas, ao mesmo tempo, indicando caminhos que podem e deveriam ser tomados por todos os envolvidos em um processo que deveria levar ao respeito mútuo e à aceitação de tudo e de todos, mesmo que saibamos que ainda estamos longe de chegar a esse ponto.

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