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Crítica | Gen V – 1X05: Welcome to the Monster Club

Tempo perdido.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios e séries do universo e, aqui, dos quadrinhos.

Sobre o abrupto final do episódio anterior, eu disse o seguinte: “eu até agora não sei se gostei muito, mas deixarei meu julgamento final sobre isso para o próximo episódio quando provavelmente teremos alguma explicação que, imagino, será conectada, mesmo que indiretamente, com o telepata abusador que Marie procura para tentar descobrir o paradeiro de sua amiga e cujo pênis ela explode em uma sequência literalmente dolorosa”. Tendo assistido Welcome to the Monster Club, posso dizer com a maior tranquilidade que, se o preço para termos episódios bons como este aqui é um cliffhanger estranho aqui e outro acolá, eu pelo menos pago com um sorriso no rosto e nem peço troco.

Temos, aqui, um caso raro em que um artifício “safado” serve ao mesmo tempo de foco central de um episódio inteiro e de uma inteligente maneira de se impulsionar a trama como um todo, desvendando mistérios e, basicamente, alterando o status quo da temporada para começar a prepará-la para o fim. Trata-se, também, de um excelente exemplo de como usar a lógica interna da obra para trabalhar a previsibilidade da revelação central, previsibilidade essa que costuma ser vista como aspecto negativo por muita gente.

Como já tive oportunidade de afirmar outras vezes, a “previsibilidade” não é intrinsecamente ruim, mas sim um atestado de que o roteiro (ou os roteiros, no caso de séries) está funcionando, pois acontecimentos completamente imprevisíveis, que são tirados da cartola do roteirista com o objetivo mequetrefe de fazer o espectador sobressaltar-se de choque e surpresa, são, para mim, artificiais e completamente desnecessários, um verdadeiro demérito à obra. Em Gen V, a possível solução do mistério tinha que obrigatoriamente passar ou por Rufus ou por Cate, com o primeiro tendo sido introduzido em de The Whole Truth para servir de distração, já que a forma como seu poder é manifestado é exatamente a mesma que encerra o episódio, fazendo-nos naturalmente olhar para ele como culpado.

E a progressão narrativa, aqui, é desnorteadora inicialmente, basicamente uma maneira muito interessante de apagar da mente dos protagonistas quase tudo o que vimos eles passarem anteriormente. Tudo é feito com uma cadência gostosa, sem pressa, que nos mantém constantemente em dúvida e, diria, quase que totalmente acreditando que Rufus é mesmo o culpado, somente para a ótima sequência entre Marie e Cate finalmente revelar a verdade. E olha que eu achei que não veríamos muito mais do que isso, ou seja, que a traição da loira telepata só seria revelada mais para a frente, mas não. Houve espaço – um pouco corrido, admito – para que não só a conexão de Cate com a reitora Shetty fosse trabalhada, como o próprio objetivo da Floresta fosse revelado (uma maneira de controlar os supers) e a traição escancarada para todos os demais, com uma chance de Cate ter ainda algum tipo de arco de redenção que, não duvidaria, acabará com a morte dela. E tudo isso em meio a um texto que ainda consegue abordar consentimento, a relação de Emma com seu próprio corpo, a extensão dos poderes de Marie e o relacionamento dela com Jordan.

Mas podem deixar que eu não me esqueci da memorável sequência de ação com Sam no túnel de esgoto. Como eu poderia esquecer, não é mesmo? No momento em que houve a transição do que estávamos vendo para o que Sam estava vendo, eu quase não acreditei e, quando a cena ultraviolenta toda foi feita com marionetes, fiquei de queixo caído, querendo para já que Gen V seja ela inteira, daqui para a frente, sob o ponto de vista ensandecido de Sam, com bonecos de todos ali cometendo os mais grotescos atos! Sei que o adjetivo genial é usado demais hoje em dia, mas, se aquilo ali não foi genial, foi pelo menos espetacular em como usar de extrema originalidade para fazer algo que poderia ser apenas mais outra cena de sanguinolência no universo de The Boys.

Welcome to the Monster Club é outro triunfo de Gen V por não só usar um mistério para impulsionar a trama, conseguindo até mesmo melhorar a percepção sobre o episódio anterior, como também por nos fazer encarar marionetes como só Team America: Detonando o Mundo tinha conseguido antes. Agora que a sinistra realidade tornou-se clara para Marie e seus colegas, resta saber como eles conseguirão manter Sam em xeque para que ele não massacre todo mundo em seus arroubos de fúria e, mais ainda, como eles lidarão com a ardilosa Shetty e seu capanga Cardosa.

Gen V – 1X05: Welcome to the Monster Club (EUA, 13 de outubro de 2023)
Desenvolvimento: Craig Rosenberg, Evan Goldberg, Eric Kripke
Direção: Clare Kilner
Roteiro: Lex Edness
Elenco: Jaz Sinclair, Chance Perdomo, Lizze Broadway, Maddie Phillips, London Thor, Derek Luh, Asa Germann, Shelley Conn, Alexander Calvert, Sean Patrick Thomas, Marco Pigossi, Alexander Calvert, Andy Walken
Duração: 41 min.

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