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Crítica | O Despertar das Tartarugas Ninja – 1X01: Mystic Mayhem

O despertar da estupidez.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de Temporadas: 02
Número de episódios: 39
Período de exibição: 20 de julho de 2018 até 07 de agosto de 2020
Há reboot?: A franquia tem outras três séries animadas, assim como diversos telefilmes animados, cinco longas-metragens cinematográficos em live-action e um longa-metragem animado cinematográfico.

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O Despertar das Tartarugas Ninja, a mais recente série animada da franquia dos quelônios mutantes, é a produção menos similar ao material original de Kevin Eastman e Peter Laird. Lançada em 2018, a obra é basicamente um reboot leve da mitologia dos personagens. Alguns traços comuns são mantidos no piloto Mystic Mayhem, como a origem de suas mutações e as personalidades de alguns dos protagonistas (Leonardo, por exemplo, está MUITO diferente aqui), mas, de forma geral, as mudanças são gritantes. Splinter é um rato preguiçoso, as tartarugas não são treinadas e o universo é bem mais exagerado do que o normal.

Consigo entender alguns caminhos escolhidos pelos criadores Andy Suriano e Ant Ward, que idealizaram a reimaginação da franquia com uma abordagem extremamente infantil, leve e recontextualizada para a geração atual com muita tecnologia e interações típicas do mundo TikTok, mas a produção perde os melhores elementos de lore e da própria essência das tartarugas. Vai-se embora a pegada urbana das histórias, o lado coming-of-age ou qualquer semblante de costumes ninjas (mesmo que estereotipados) que vimos na franquia.

O pior de tudo, porém, é o tratamento com os protagonistas. Perdoem meu francês, mas os personagens são muito burros e estúpidos no piloto, caindo no meio das lutas sem aparente motivo, conversando uns com os outros como se fossem retardados e sem nenhum senso de esperteza ou destreza em suas ações. São totais idiotas mesmo, algo que só piora com o terrível senso de timing das piadas e a falta de criatividade com o humor expositivo e besta da coisa toda. Me perdoem, mas existe diferença entre ser infantil e ser imbecil.

O desenrolar da aventura e do trabalho visual não me agrada também. Como o nome do episódio indica, temos muita ação caótica, com viagem para outra dimensão e elementos mágicos em tela, mas tudo jogado de forma arbitrária na tela, sem nenhum sentido de entretenimento ou encaminhamento narrativo bem definido, subestimando a inteligência das crianças. Tem muita cor, vida e brilho na animação, mas tudo muito anárquico para deixar alguma impressão visual que não seja apenas de bagunça.

Sou a favor de mudanças em qualquer tipo de adaptação ou reimaginação de franquias, mas O Despertar das Tartarugas Ninja descarta os melhores elementos da mitologia dos quelônios mutantes e os substitui com muita superficialidade e histrionismos disfarçados de “abordagem leve e bem-humorada”. Desculpa aí, mas muleta de animação infantil não serve para justificar coisas idiotas.

O Despertar das Tartarugas Ninja (Rise of the Teenage Mutant Ninja Turtles) – 1X01: Mystic Mayhem – EUA, 20 de julho de 2018
Direção: Brendan Clogher, Sebastian Montes
Roteiro: Ian Busch, Russ Carney, Ron Corcillo, Jesse Gordon (baseado nos quadrinhos de Kevin Eastman e Peter Laird)
Elenco: Jason Biggs, Rob Paulsen, Sean Astin, Greg Cipes, Hoon Lee, Mae Whitman, Kevin Michael Richardson, Nolan North
Duração:
24 min.

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