Número de Temporadas: 07
Número de episódios: 75 + 02 especiais
Período de exibição: 11 de maio de 2012 até 27 de novembro de 2015
Há reboot?: Existe um milhão de produções da Barbie. Fiquem à vontade para procurarem.
XXXXXXXXX
Antes de qualquer coisa, preciso pontuar que não conheço NADA do universo da Barbie, a não ser o senso comum do que a boneca perfeitinha representa para crianças, seja para bem ou para mal. Assim sendo, não esperem no texto abaixo qualquer tipo de análise para os papais e mamães lerem sobre a animação para os pequenos, algo que vemos aos montes na internet para animações infantis em forma de recomendações e coisas do tipo, mas sim apenas a opinião de um cara de 25 anos que está tendo seu primeiro contato com a Barbie desde que, quando era garoto, pegou a boneca de uma amiga para fazer sacanagem com o Max Steel.
Então, entre o oceano de produções da famosa loirinha de plástico, Barbie: Life in the Dreamhouse foi escolhida aleatoriamente, por parecer a adaptação que mais faz sucesso com a boneca, atualmente presente no catálogo da Netflix. O primeiro episódio, Closet Princess, encapsula duas historinhas, a primeira em torno de Barbie e algumas amigas indo a um desfile de moda, quando tudo acaba dando errado e os personagens ficam presos na mansão da protagonista; e a segunda de Barbie fazendo uma festinha, tentando a todo custo agradar seus colegas.
O tom e o humor são, claros, extremamente infantis e bobinhos, como deveriam ser considerando o público-alvo, mas é interessante notar a quantidade de referências à cultura pop já no piloto, passando por 2001: Uma Odisseia no Espaço, Indiana Jones e Star Wars. A maioria das crianças não irão pegar essas referências, então é interessante o uso delas aqui, tanto para apresentar certas cenas famosas aos pequeninos, quanto para agradar os adultos que provavelmente são obrigados a ver essas produções com suas filhas e filhos. Fiquei surpreso com isso, e também com algumas cenas em que os personagens fazem “confissões” de frente à câmera, meio que emulando em tom irônico realities shows. São poucos momentos que são mais inteligentes do que jamais imaginei encontrar na animação.
Mesmo assim, é possível ver o reforço de alguns estereótipos, como quando Barbie diz que Ken irá salvá-la (o fato dele ser um capacho ambulante também é estranho) e o desejo superficial de roupas e beleza ideal, algo que sempre me incomodou nas representações da Barbie. Não me importo com o aspecto plástico, artificial, rosa e exagerado da Barbielândia – com bom trabalho de animação, aliás -, mas todo esse lance de vida perfeita e tudo fácil é meio difícil de engolir para um garoto que cresceu adorando Coragem, o Cão Covarde, O Laboratório de Dexter, As Meninas Superpoderosas e outras animações mais maduras.
Ainda assim, podemos ver o roteiro tentando deixar a Barbie mais simpática e menos “modelo”, agindo sempre com humildade e inocência nos dois curtas. Não é um exemplar de todo mal a ser mostrado para crianças. Existem até alguns inícios de críticas ali com dois “vilões” que querem atenção, são esnobes e se acham perfeitos. Nada com substância, obviamente, mas o desenho realmente tenta criar ironia, mesmo que longe de algo como a adaptação cinematográfica fez (não estou comparando, até porque seria injusto, só demonstrando).
É simplesmente impossível para mim, com minha idade, sexo, bagagem, gostos e falta de memória afetiva com a Barbie poder classificar algo como o piloto de Barbie: Life in the Dreamhouse na categoria de “bom”. Mesmo buscando um ângulo infantil, não consegui me divertir, ainda que pegando essas pequenas curiosidades simpáticas que citei na crítica. Só que confesso que não achei de todo ruim, aplaudo a tentativa de tentarem reformular ou no mínimo adicionar camadas a uma personagem de uma origem tão estereotipada, e, se algum dia eu tiver uma filha que queira ver a Barbie, talvez não vá me frustrar tanto tendo que ser obrigado a ver as produções da boneca.
Barbie: Life in the Dreamhouse – 1X01: Closet Princess – EUA, 11 de maio de 2012
Direção: David Wiebe
Roteiro: David Wiebe
Elenco: Kate Higgins, Sean Hankinson, Paula Bodin, Charlie Bowden, Katie Crown, Nakia Burrise, Laura Gerow, Lillian Sofia, Ashlyn Selich, Tara Sands, Todd Resnick, Grant George, David Wiebe
Duração: 23 min.