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Crítica | Aventuras do 4º Doutor: Subterranea e The Movellan Grave

Toupeiras e Movellans em ação.

por Luiz Santiago
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Lançados em 2017, os dois episódios criticados neste compilado fazem parte da 6ª Temporada da série The Fourth Doctor Adventures (mais precisamente, os episódios 6 e 7). O primeiro, Subterranea, tem roteiro escrito por Jonathan Morris. O segundo, The Movellan Grave, tem roteiro escrito por Andrew Smith. Ambos os episódios são dirigidos por Nicholas Briggs, e trazem o 4º Doutor ao lado de Romana II.
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Subterranea

FDA – 6X06

Ambientada entre os arcos Shada e The Leisure Hive, essa história mostra o Doutor e Romanadvoratrelundar materializando-se em uma região subterrânea, no planeta Cathon. Este local é habitado por indivíduos semelhantes a toupeiras, que lamentam a grande devastação causada pela guerra, no passado distante. O terrível conflito acabou resultando em um dos lados aprimorando ciberneticamente os seus soldados, criando o que viria a ser conhecido como Silex. No momento de sua desativação (quando os seus criadores achavam que não precisariam mais dessas criaturas), os Silex se revoltaram e envenenaram o ar do planeta, obrigando todos a fugir para o subsolo. É nessa sociedade que chega a dupla de Time Lords, conhecendo imediatamente o contexto de perfuração e navegação subterrânea desse povo pela frágil crosta do planeta. A melhor parte do texto de Jonathan Morris é a interação entre o 4º Doutor, Romana e os nativos. Há também uma boa linha cômica envolvendo Maxwell Wilberforce Bell (o oficial chefe da nave de perfuração onde estão os viajantes do tempo) e sua esposa Lucretia Bell. Ele é imensamente subserviente e apaixonado, enquanto ela é astuta e fria, revelando-se, em pouco tempo, aliada dos Silex.

O ponto que menos me atraiu neste episódio foi a luta direta contra os vilões, e o plano de ambos os lados da moeda. Não que tenha sido uma conceituação ruim. Mas a persona do 4º Doutor e a maneira como ele lida com quem está à sua volta é tão forte, que acaba sendo bem mais chamativa para o espectador se a ameaça não for realmente marcante. Assim, aquilo que deveria servir de mola para avançar a aventura, perde força, e nosso foco acaba sendo a interação do Time Lord com os outros personagens — nesse ponto, aliás, vale dizer que o autor soube representar bem o Doutor. O bacana é que o enredo se encerra com uma nota de reconstrução do local, com o Senhor do Tempo constatando que o ar do planeta, depois de tanto tempo, já não está mais envenenado e a população de Cathon agora pode começar uma nova vida. Eles possuem uma nova oportunidade de não utilizar a tecnologia para criar uma outra guerra capaz de acabar com tudo. Uma nova chance de criar uma sociedade de paz.

Subterranea (Reino Unido, 14 de junho de 2017)
Direção: Nicholas Briggs
Roteiro: Jonathan Morris
Elenco: Tom Baker, Lalla Ward, Matthew Cottle, Abigail McKern, Robbie Stevens, Jane Slavin, John Banks
Duração: 55 min.

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The Movellan Grave

FDA – 6X07

Eu simplesmente não consigo olhar para um Movellan sem dar risada. Aqueles cabelinhos simplesmente me quebram, e eu tenho muita dificuldade de levar as tramas com esses androides a sério, porque o cabelo me tira toda a atenção (assistir Destiny of the Daleks foi uma experiência curiosa). Na literatura ou em áudio, porém, eu lido melhor com eles. Nessa trama, que assim como a anterior, se passa entre os arcos Shada e The Leisure Hive, o Doutor e Romana chegam a Londres, em 1980, e veem uma notícia que lhes chama muito a atenção. As imagens de uma escavação arqueológica mostram para os gallifreyanos que os artefatos da Idade do Ferro encontrados no sítio não são da Terra. E o que possivelmente seria um período muito entediante para a dupla, torna-se uma investigação cheia de reviravoltas, porque eles se encontrarão com uma arma potente criada pelos androides, a arma definitiva para destruir os Daleks.

Embora seja igual em qualidade, essa trama apresenta um ambiente vilanesco muito interessante, diferente da aventura anterior. O componente histórico, de uma escavação que descobre algo muito importante e de origem alienígena, também ajuda a engajar, especialmente porque se liga a uma ameaça para a Terra. A arqueóloga Carrie Pierce, responsável pela escavação, não acredita no Doutor, a princípio. Mas o caso escala tão rapidamente que ela é forçada a abraçar a existência de alienígenas. Já o Doutor e Romana precisam lidar com um “Titã”, um androide muito mais forte e provido de emoções que os Movellans moldaram especialmente para sentir ódio dos Daleks e destruí-los aos montes. Toda a segunda parte da aventura se dá na tentativa de o Doutor neutralizar Chenek (o super-movellan), convencer a Comandante Narina a não fazer besteiras “lógicas” e, claro, salvar os humanos. A solenidade do desfecho da história combina bem com tudo o que foi explorado antes, trazendo um riso amargo, mas genuíno.

The Movellan Grave (Reino Unido, 12 de julho de 2017)
Direção: Nicholas Briggs
Roteiro: Andrew Smith
Elenco: Tom Baker, Lalla Ward, Camilla Power, Polly Walker, Chris Jarman, John Banks, Jane Slavin
Duração: 55 min.

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