Número de temporadas: 02
Número de episódios: 22
Período de exibição: 06 de setembro de 1975 a 23 de outubro de 1976
Há continuação ou reboot?: Não. No entanto, a personagem apareceu na animação Freedom Force, de 1980 e em um episódio de Smallville, além de a personagem titular ter ganhado uma versão em quadrinhos pela DC Comics.
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Se formos realmente tentar puxar pela memória, provavelmente concluiremos que os super-heróis no audiovisual nunca realmente saíram de moda. Entre os serials do Fantasma, Flash Gordon, Buck Rogers, Superman, Capitão América, Batman, Capitão Marvel (Shazam) e outros nos anos 30 e 40, as séries do Batman, Besouro Verde, Homem-Aranha, Hulk, Shazam, Mulher-Maravilha e diversos outros, no que podemos chamar do primeiro grande boom do gênero, na segunda metade dos anos 60 até o final dos anos 70, chegando às séries e filmes oitentistas e noventistas – e também sem esquecer dos super-heróis japoneses como Ultraman e Spectreman, além de dezenas e dezenas de animações -, nunca houve escassez desse tipo de oferta. Claro que ela nunca chegou aos níveis alavancados pelo sucesso do Universo Cinematográfico Marvel a parir de 2008, mas o que não faltavam era adaptações super-heróicas das mais diversas naturezas.
E, fora da seara de propriedades licenciadas, existia também um nicho que floresceu nos anos 70, ou seja, aquele dos super-heróis criados especificamente para a TV, como é o caso de A Poderosa Ísis, série que, apesar de só ter tido 22 episódios ao longo de duas temporadas, marcou sua época por ter sido a primeira protagonizada por uma super-heroína. Vivida por Joanna Cameron, Ísis é o alter-ego de Andrea Thomas, uma professora de ciências que, em uma expedição ao Egito, encontra o amuleto de Tutmose, que pertencera à Rainha Hatshepsut e que, quando é utilizado, dá poderes mágicos variados a seu utente, inclusive os tradicionais voo e superforça, poderes esses que precisam, primeiro, porém, ser invocados com encantamentos que nada mais são do que rimas de duas linhas.
Apesar de a origem egípcia dos poderes ser muito interessante, com claro potencial de gerar pelo menos uns dois ou três episódios iniciais para contar essa origem, isso não é aproveitado na série. Ao contrário, como era comum, tudo o que precisamos saber sobre Andrea/Ísis nós aprendemos no preâmbulo narrado com algumas cenas da escavação no Egito, com a história do piloto já partindo da premissa que a protagonista já é super-heroína há algum tempo. O resultado disso é que, a despeito de seu uniforme com motivos egípcios e da beleza de Joanna Cameron, Ísis é completamente genérica e o episódio-piloto sequer oferece uma história que saia do lugar-comum também muito derivativo, com Andrea e seus amigos saindo para investigar OVNIs que, claro, acabam se revelando como uma malandragem de um espertalhão local para afastar os fazendeiros dali em razão da descoberta de um veio de ouro, muito na linha de um desenho do Scooby-Doo, só que bem menos interessante e sofisticado e com personagens completamente sem graça.
Apesar de Ísis ter feito crossover com a série do Shazam da época – aquela em que o protagonista viajava de trailer pelos EUA – e, depois, ter sido transportada para os quadrinhos pela DC Comics, o que indica que ela claramente foi memorável em sua época (e eu mesmo posso atestar isso), a grande verdade é que The Lights of Mystery Mountain é um piloto que parece ter sido escrito no intervalo do recreio por um pré-adolescente com predileção pelo Egito. E a coisa não melhora muito em episódios posteriores, já que Ísis passa a ter o importantíssimo “poder da conveniência e do roteirismo”, ou seja, exatamente a habilidade mágica necessária para resolver cada um de seus problemas, por mais que ela nunca os tenha demonstrado antes. Ou seja, a não ser pela origem de seus poderes, Ísis foi escrita para ser maleável e, com isso, qualquer mínimo de dificuldade que a heroína poderia ter desaparece por completo. E isso sem contar, claro, com seu incrível poder de fazer com que ninguém descubra quem ela é na verdade, como Superman, mas não o de Christopher Reeve que realmente se transformava, mas sim o de Henry Cavill, que é idêntico como Clark Kent ou como o Azulão (ou como Geralt de Rivia ou qualquer outro personagem…).
A Poderosa Ísis – 1X01: The Lights of Mystery Mountain (The Secret of Isis – EUA, 06 de setembro de 1975)
Criação e desenvolvimento: Marc Richards
Direção: Hollingsworth Morse
Roteiro: Russell Bates
Elenco: Joanna Cameron, Brian Cutler, Joanna Pang, Ronalda Douglas
Duração: 22 min.