Nota para The Name Game:
Nota para Spilt Milk:
Assim como na temporada anterior, a trama de Asylum parece querer se finalizar antes de seu final acerca das suas principais tramas, já em The Name Game. Ao mesmo tempo que é bom ter um pouco de objetividade numa temporada que passou longe disso em sua duração, por outro lado, pelo menos nos dois capítulos anteriores, a narrativa passava por uma crescente que acaba esgarçada a necessidade de um fechamento epilogar. Depois de tanta picuinha para tornar Mary (Lily Rabe) uma “diaba” carismática, com todo aquele plano de tornar irmã Jude (Jessica Lange) em paciente do asilo, para que sofresse pelo mesmo remédio de tortura, ela acaba morrendo com os diabos juntos, sobre a mão do Monsenhor Timothy (Joseph Fiennes), que estava praticamente estava dado como morto no episódio passado, de maneira irrelevante, como foi ao longo de toda a temporada.
Frustrante demais a climática envolvendo os dois em The Name Game, desde a cena de sexo aleatória, tal como quase todos os elementos de conotação sexual presentes na série, numa linha praticamente fetichista de provocação temática, até o verdadeiro clímax que nem é a última cena do episódio, mas sim no meio, com um empurrão para lá de anticlimático do sacerdote a personagem cair da escada. Pronto. Morreu. O demônio dentro dela não tinha como escapar? Ir para outro corpo? É uma possibilidade ainda para os dois últimos episódios, se Grace voltou porque não né? Mas acho difícil, considerando que de um para o outro, o tema de Mary ou do Dr. Arden (James Cromwell) que foi junto com a cremação de seu corpo foi praticamente ignorado, porque justamente se fechou de forma “poética” e aí sim na cena final, dos dois indo para o “inferno”.
Me desculpem, mas esse discurso de que o médico olhava para Mary como um símbolo máximo de pureza é um papo furadaço. Mal foi desenvolvido nos dois primeiros episódios da temporada em que foi pauta, quiça depois gerou conflitos enquanto Mary brincava de capetinha. Fazê-lo desistir de todo seu projeto de cobaias – as matando de modo aleatório no episódio – ainda mais com Grace (Lizzie Brocheré) agora realmente viva e com um filho sem ser alien ou o que quer que seja esse ser sobrenatural – não explicado no momento oportuno em Spilt Milk quando vai contar o que aconteceu com Grace no “pós-morte” –, como um mistério da ciência para ele resolver não faz o menor sentido. Aliás, há várias coisas nesse episódio que são difíceis de encontrar coerência.
Porque Alden mentiu para o Kit (Evan Peters) sobre Grace e o filho? Sendo que no mesmo episódio ele vai descobrir através de Oliver (Zachary Quinto) e no seguinte já é focado com Kit tentando e conseguindo fugir com Grace do asilo. Como Pepper (Naomi Grossman) a paciente deformada parecia saber quem eram essas criaturas, falando um monte de nada com nada, para o Alden e ele acreditou em tudo facilmente? Porque só se foi isso para ele desistir de tudo, o que é ruim do mesmo jeito. Porque colocar Oliver solto, para no episódio matá-lo da mesma forma? Só para encher linguiça com um monte de exposição a suas motivações psicóticas que já tinha sido dedicadas um episódio inteiro para isso? E não vou nem mencionar a sequência musical absolutamente sem critério ala Glee, da irmã Jude, Lana (Sarah Paulson), Kit e companhia dançando em tom colorido. Só faltou a purpurina para ficar mais vergonha alheia.
Até gosto mais um pouco de Spilt Milk por focar mais nesse núcleo de Lana e os “Blood Faces”, mas não deixa de ser inútil não ter matado o pai da criança antes em The Coat Hanger, ou já no início de The Name Game. Procrastinou para o próximo e ficou igualmente anticlimático, ainda que melhor que o outro anticlímax pela dedicatória exclusiva do episódio a ele, além do eficiente reflexo dramático na trama do futuro com o filho Johnny (Dylan McDermott) que provavelmente buscará vingança da mãe possivelmente ainda viva no mesmo tempo, como é demonstrado em alguns flashbacks dela desistindo do aborto em clínica. Fora isso, há de saber o paradeiro das criaturas no núcleo de Kit, Grace e a sua antiga namorada Alma (Britne Oldford) que retorna de forma igualmente misteriosa depois de também ter sido abduzida. Mas honestamente, se a resposta não veio com Grace no momento oportuno, acho difícil que terá mais a frente, porque não precisa explicar.
O mistério ficaria como o único elemento desconhecido fornecedor do horror, algo que no cerne da palavra, em geral, falta em American Horror Story. As demais pontas soltas, como possivelmente retomar um resgate a irmã Jude de Briarcliff, ou o destino do Santa Claus (Ian MacShane), pouco interessam. O destino de cada um está justo, embora seja bastante desanimador. Na real, não era necessário nem mesmo ter apostado nessa trama passado num futuro longínquo desde o início da temporada, porque no fundo acrescenta muito pouco a mitologia, somente a fez ser menos explorada durante na temporalidade principal. Se cortassem o futuro inteiro, alguns flashbacks, enxugando a temporada para dez episódios nos mesmos fins, talvez a investida de Asylum não fosse tão decepcionante afinal.
American Horror Story (Asylum) – 2X10 e 2X11: The Name Game / Spilt Milk | EUA, 02 de Janeiro de 2013 / 9 de Janeiro de 2013
Criação: Ryan Murphy, Brad Falchuk
Diretores: Michael Lehmann (2X10), Alfonso Gomez-Rejon (2X11)
Roteiristas: Jessica Sharzer (2X10), Brad Falchuk (2X11)
Elenco: Zachary Quinto, Joseph Fiennes, Sarah Paulson, Evan Peters, Lily Rabe, Lizzie Brocheré, James Cromwell, Jessica Lange, Frances Conroy, Mark Consuelos, Dylan McDermott, Barbara Tarbuck, Naomi Grossman, Mark Engelhardt, Gloria Laino, Ezra Buzzington, Clea DuVall, Britne Oldford, Jill Marie Jones, Kasey Mahaffy, Matthew John Armstrong, Joel McKinnon, Jennifer Holloway, Vanessa Mizzone, Mary-Pat Green, Gwynyth Walsh, Tacey Adams, Meg Wolf, Tom Virtue, Dean Cameron, James Calvert
Duração: 41 minutos em média cada episódio.