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Crítica | G.I. Joe (Comandos em Ação): The M.A.S.S. Device

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 02 (antecedidas de duas minisséries e sucedida de um filme)
Número de episódios: 95 + 5 em cada uma das minisséries + filme
Período de exibição: 12 de setembro de 1983 a 20 de novembro de 1986 + filme em 1987
Há continuação ou reboot?: Sim. Depois de encerrada, ela foi continuada em 1989 com uma segunda série homônima, que, antecedida por uma minissérie de cinco episódios, teve 44 episódios e duas temporadas e que foi ao ar até 1992. Em 1994, houve a produção do piloto de Sgt. Savage and his Screaming Eagles que nunca se tornou série. Entre 24 de setembro de 1995 e fevereiro de 1997, foi ao ar a série G.I. Joe Extreme, com duas temporadas e 26 episódios que manteve a continuidade, só que em um “futuro próximo”.

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G.I. Joe: A Real American Hero estreou apenas alguns dias depois do primeiro episódio de He-Man e os Defensores do Universo, em 1983, com essa dobradinha inaugurando as clássica animações dos anos 80 criadas exclusivamente para vender brinquedos, na esteira do sucesso inesperado da inédita – em escopo – estratégia de marketing de George Lucas, em 1977. Mas, diferente de He-Man, da concorrente Mattel, a Hasbro produziu primeiro uma minissérie em cinco episódios que foram ao ar em dias consecutivos, a primeira de duas, na verdade, com a série propriamente dita só começando em 1985, quando a do campeão de Etérnia já estava para acabar.

A razão por trás da estratégia diferenciada, que a empresa repetiria com Transformers no ano seguinte, tem várias explicações e uma delas era que G.I. Joe não era uma linha de brinquedos criada nos anos 80. Apesar de a versão original no Brasil – do tamanho das bonecas Barbie, de 30 cm – ter ganhado o nome de Falcon, nos EUA era G.I. Joe mesmo, com a primeira linha tendo sido lançada em 1964. A versão “pequena” e completamente reformulada dos bonequinhos de guerra se deu em razão justamente do sucesso da linha de mesmo tamanho da franquia Star Wars, mas já havia um conhecimento prévio desses brinquedos no imaginário popular americano. Outra razão relevante era que a Hasbro iniciou seus esforços de divulgação de sua nova coleção – além da publicidade normal, claro – por intermédio de quadrinhos encomendados à Marvel Comics, repetindo a estratégia que já usara nos anos 60, só que com a Custom Comics.

As HQs da Marvel começaram a ser publicadas em 1982, angariando sucesso imediato e servindo como uma forma de a Hasbro indiretamente anunciar seus personagens militares na televisão, já que as regras publicitárias para quadrinhos eram diferentes das de brinquedos, em uma clássica manobra para “dobrar” a legislação. Com isso, a minissérie de 1983 veio como consequência lógica dos anúncios dos quadrinhos da Marvel feitos para a televisão em forma animada, o que acabou criando uma “continuidade” interessante, ainda que a linha editorial tenha permanecido razoavelmente independente da narrativa das animações que sofriam restrições como não poder haver mortes (no máximo podia haver menções indiretas a elas) e os personagens não poderem portar armas de fogo, em uma daquelas hipocrisias sensacionalmente idiotas que levaram os personagens a portarem armas… laser…

Mas essa polinização cruzada acabou beneficiando a minissérie original da franquia animada, já que a estrutura narrativa já existia nos quadrinhos, sendo transposta em grande parte para o desenho, o que deu um pouco mais de contexto para a eterna luta dos G.I. Joes, essencialmente, nesse início, formado por Snake Eyes (sem voz), Scarlett (B.J. Ward), Stalker (Arthur Burghardt) e Cover Girl (Libby Aubrey), sob o comando de Duke (Michael Bell), contra a organização terrorista Cobra, instrumento de dominação mundial do Cobra Commander (Chris Latta) com seu traiçoeiro braço direito de cabeça prateada Destro (também Burghardt) e a espiã Baronesa (Morgan Lofting). E, quando digo “um pouco mais” quero dizer bem pouco mesmo, algo que só é perceptível em comparação com a falta de estrutura completa de He-Man, por exemplo.

A história lida com uma arma secreta da organização Cobra – essa aí do título – que permite o teletransporte de pessoas e objetos, o que, claro, é usado para coisas como fazer a Torre Eiffel sumir e outras bobagens. Claramente não há material suficiente para segurar cinco episódios, pelo que a natureza introdutória constante de novos personagens para servir de publicidade da linha de brinquedos é evidente, sendo até curioso que a Baronesa, diante de sua relevância na história, só realmente fosse lançada nas lojas no ano seguinte. Com a produção feita no Japão, pela Toei, percebe-se um cuidado maior no design de personagens e na animação em si, ainda que haja, como era comum na época, muita repetição de sequências padrão e movimentação truncada, especialmente no que se refere a (in)expressões faciais.

O resultado é um produto bem levemente superior à média do que era oferecido na época, com um bom teor de aventura patriótica bem ao gosto dos americanos e que faz parte da brincadeira. G.I. Joe, assim como seu colega musculoso de espada e tanga, venderia muito brinquedo nos anos seguintes, contribuindo para manter acesa a febre consumista por bonecos de plástico até os dias de hoje. Agora você sabe. E saber é metade da batalha!

G.I. Joe (Comandos em Ação): The M.A.S.S. Device (EUA, 12 a 16 de setembro de 1983)
Criação: Ron Friedman
Direção: Dan Thompson
Roteiro: Ron Friedman
Elenco: Michael Bell, Morgan Lofting, John Stephenson, B.J. Ward, Chris Latta, Arthur Burghardt, Libby Aubrey
Duração: 22 min. cada episódio (cinco episódios)

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