- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Eu realmente não esperava que fossem entregar um episódio tão bom como esse agora na reta final dessa um tanto estranha temporada de The Flash. Sem se desviar das coisas que estavam em andamento até o episódio passado, o roteiro aqui nos dá uma ótima sequência de situações que colocam todos esses dramas em evidência e com acontecimentos notáveis em torno deles. Não há enrolação e muito menos migalhas dramáticas encobertas por algo um tanto inútil/desnecessário, como foi o drama de Rayo de Luz (olá, Esperanza!). Em resumo: estamos realmente com cara de final de temporada e com uma força muito maior do que esperávamos de um ano como esse.
Barry está todo feliz achando que Iris está grávida (a propósito, mais um episódio sem a presença de Candice Patton) e o sonho com Nora faz com que ele “tenha certeza” de que será pai. Daí surge o pano de fundo para o drama do personagem, que está tentando proteger a esposa enquanto tenta fazer os devidos testes, algo inicialmente apresentado como uma gostosa comédia e depois como algo verdadeiramente preocupante ou decepcionante para Barry. Essa questão em torno da paternidade não surge aqui de maneira displicente, mas é algo construído desde o arco das Forças, com o papo de família e afins. Com a entrada de vários Godspeed em cena, e ainda em guerra, não é preciso ser nenhum gênio para imaginar como os showrunners planejaram a conclusão dessa primeira entrada do menino Impulso no Universo Flash, não é mesmo?
O ruim dessa nova dificuldade é a forma abrupta como os Godspeed apareceram. Se eles não tiverem, de alguma forma, ligados ao vilão investigado por Kramer e Joe, aí é aquela ideia de “brotar vilão” que a gente já está acostumado na série, e que parece que nunca vai deixar de acontecer. De toda forma, não é sempre que isso estraga o conceito em andamento. Este é um dos casos.
Os rapidinhos realmente brotaram na cidade e tudo relacionado a eles vem como um turbilhão inesperado, é verdade, mas esse encaminhamento não ganha peso de revelação única ou de escora narrativa para o roteiro. Como disse antes, o texto coloca uma porção de coisas em andamento aqui, de modo que, pelo menos dessa vez, o surgimento abrupto funcionou para a trama e criou uma esteira de problemas que se estenderão até o final da temporada. A “Guerra Civil Godspeed” — outra coisa grandiosa que veio do nada, mas que espero ter melhor contexto e explicações nos capítulos vindouros — é a bola da vez.
Com um pouco mais de substância, a relação Frost-Mark parece ter funcionado melhor aqui. Claramente a produção está tentando marcar terreno com o personagem. Se de repente não o matarem até o final desse ano, não duvido vê-lo retornando como base do time no próximo ano, talvez fazendo um par de “estranho no ninho” com Ralph. A questão é que com esse personagem, tudo dependerá da forma como vão trabalhar com Frost, já que eles estão ligados. Em igual medida, Chester pareceu bem melhor inserido no andamento da história, inclusive com participação e preparação de um plano. Só me incomoda o fato de terem sumido com os poderes do moço e tudo ficou por isso mesmo. Que coisa estranha… poderia ter sido de muito uso aqui.
Na reta final, The Flash consegue um ótimo momento de luta e de tensão entre o time Flash e um velho vilão conhecido, tendo ainda como adendo o desenvolvimento de histórias que fizeram parte da temporada, cimentando o terreno para o futuro. Esperamos que tragam uma boa tríade de encerramento para este 7º ano do show.
The Flash – 7X15: Enemy at the Gates — EUA, 29 de junho de 2021
Direção: Geoffrey Wing Shotz
Roteiro: Thomas Pound
Elenco: Grant Gustin, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Jessica Parker Kennedy, Carmen Moore, Alexa Barajas, Jon Cor, Garland Chang, Erika Soto
Duração: 43 min.