- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Ora, ora, ora, mas a nova temporada de Legends of Tomorrow começou e ninguém me avisou nada? Confesso que eu não esperava um episódio com cara de filler ter de fato algo importante para o desenvolvimento da 7ª Temporada e, ao mesmo tempo, sair um pouco do padrão-Flash de entretenimento, adotando, propositalmente, o estilo narrativo que encontramos em LoT… o que é sempre muito divertido de se acompanhar. Desde o título pensado nos moldes de Friends até os elementos emprestados da trilogia Aruba, Aruba-Con e The Virgin Gary, este capítulo exibe uma atmosfera diferente dos outros e, para muitos efeitos, até surpreendente, quando falamos de The Flash.
Em The One with the Nineties descobrimos uma outra manifestação da Força de Aceleração, a Still Force, que tem como base a estabilização e a manipulação do tempo, o que significa que estamos falando de uma manifestação capaz de alterar a realidade, o que certamente pode ser um grande perigo dependendo do hospedeiro da vez. E claro, essa Still Force tem aqui um hospedeiro rancoroso (só para variar um pouquinho…), um ex-atleta que, após se machucar gravemente, não pode mais jogar e teve que se contentar com um emprego mundano qualquer. O rancor desse indivíduo é utilizado aqui para tentar mudar sua realidade, e quando não consegue, acaba sendo direcionado para um loop, vivendo sempre o mesmo dia antes do acidente, uma piscadela explícita para Feitiço do Tempo.
Essa recriação cíclica do tempo é que está causando as mudanças temporais, fazendo com que Cisco e Chester sejam transportados para os anos 90, e dando a cada um dos membros ativos da equipe uma representação de figurino condizente com a sua “década de espírito”: Joe acaba recebendo uma figuração tipo anos 40; Caitlin, dos anos 50; Frost dos anos 60 e Iris dos anos 70. Tudo isso dentro de uma estrutura geral de episódio que explora algo importante — o surgimento de uma nova Força e um aprimoramento das explicações para as Forças que já existem — mas que ao mesmo tempo está mais preocupado em se divertir com o texto! Ou seja, a real essência de Legends of Tomorrow está aqui, e mais uma vez, não consigo esconder o quanto fiquei impressionado com isso.
A ida de Cisco e Chester para os anos 90 foi uma ótima forma de tornar o enredo leve, dar espaço isolado para os dois personagens e também retirar o espectador de Central City, um espaço que enjoa bastante, de modo que sair de lá já fornece um fôlego bem diferente ao episódio em questão. Fiquei muito intrigado com a cara de insatisfeito de Barry para a Força de Aceleração, e algo que diz que se trata de algo para além da aparência dela com a mãe do herói. Barry suspeita de uma traição ou algo assim? Vocês acham que ela NÃO É a verdadeira Força? O roteiro certamente construiu alguns momentos para nos fazer suspeitar, não foi? Pelo menos aquele interesse pelo cobertor, pelas memórias, etc., me pareceu uma construção suspeita.
E para terminar, mais um pouquinho de pimenta no núcleo de Frost, que declaradamente não está nem aí para o fato de ser caçada. Ela realmente vai enfrentar de peito aberto essa perseguição. Tem um certo showrunner aí que tem um crush pela personagem, vocês não acham? E pelo jeito, quem sai ganhando com isso é a gente, porque eu estou louco para ver a Frost metendo a louca para cima daquela agente insuportável. Não quero deixar minhas esperanças subirem, mas essa temporada de The Flash, tirando aquele-horror-que-não-deve-ser-nomeado, está realmente se destacando com louvor, não?
The Flash – 7X06: The One with the Nineties — EUA, 06 de abril de 2021
Direção: Jeff Byrd
Roteiro: Kelly Wheeler, Emily Palizzi
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Michelle Harrison, Christian Magby, Milton Barnes, Gabriel Gbeneyei, Michael Taylor, Pavia Sidhu, Sam Krochmal
Duração: 43 min.